A ARTE DO BELO
LEVA TEMPO A CONSTRUIR
É criminoso o tempo que o homem perde na sua vida buscando efémeras quimeras em guerras estéreis. Com esse intuito pratica horríveis actos iludido numa conquista da felicidade assente no mal. Subjugando o outro, o pisando, o maltratando, lhe provocando prejuízos, atentando contra a sua dignidade, ao contrário, vai interiorizando o que de pior o ser humano pode possuir. Enquanto nos embrenhamos nos caminhos sujos do mal, ódios, iras e guerras, e teimamos em irracionais perseguições e vinganças, acabamos por perder um tempo precioso, não olhando nem podendo apreciar, as belezas do mundo e da vida. Perdemos colorido interior, enchemos nossa alma de escuridão, e está-nos vedado o poder criativo de construir algo que nos orgulhe. Perdemos a nossa luz. Caminhamos sem rumo, desconhecendo o sentido do norte. Nos olhamos no espelho e aquela imagem lá, não corresponde ao que pensávamos ser, apenas observamos uma aparência, um equívoco, que já não somos nós próprios. Ali apenas podemos ver declínio, um enorme sentimento de vazio e castigo, e ter a noção do peso excessivo de negrume que nos tomou. Vamos ter saudades do nosso sorriso. Continuamos sorrindo mas nesse acto existe fingimento. Uma alma sem serenidade, e que faz mal ao seu semelhante, ou está nas mãos do demo e sobrevive no lodo, ou segue apagada, triste, doendo. Na paz o homem se valoriza e melhor aprecia o meio físico e social que o rodeia. Melhor encontra condições para estabelecer com o seu semelhante uma construtiva e fecunda harmonia.
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