segunda-feira, 2 de maio de 2016

BORBOLETA VOA VOA, QUE TEU PAI FOI PRA LISBOA


A ESPERA É UMA MISCELÂNEA

DE

CRER, ACREDITAR, FÉ, SONHO, ANGÚSTIA

E MUITO SOFRIMENTO



A foto diz tudo! Não necessita comentários...


Se chegarmos a admitir a hipótese da carta que escrevemos, e onde depositámos tanta esperança. pois nela vai um sentir intenso do nosso interior, vai a verdade contada com sangue, vai a ideia de justiça envolta em muitas lágrimas, vai pingando de suor toda uma argumentação de um espírito diminuído e cansado, se pensarmos que uma carta dessas que é para nós a salvação, a criação da verdade, colocá-la no seu lugar, corrigir um erro, e não merece do seu destinatário - a Excelentíssima Senhora Doutora Presidente da Juntas Médicas de Incapacidade para efeitos fiscais - só nos podemos sentir palhaços e pensar que este mundo é afinal uma anarquia onde não existem valores, regras, leis, decência, educação, onde só encontramos espectáculos dignos de circo.


O meu coração diz-me que a carta, que vai fazer o percurso imenso da burocracia estatal, vai demorar, mas vai e volta. O Estado deve dar o exemplo e responder a uma carta não é apenas uma formalidade necessária entre Instituições, como uma questão de educação cívica, e respeito pelo cidadão. A carta regressará, e se deus quiser, com boas notícias, resta esperar.


Também neste aspecto sou um alinhado, os sujeitos normais além de serem cinzentos não são capazes de um rasgo de rebeldia, de irreverência, de luta. Obedece. São autómatos da civilização com tudo o que ela mostra e contêm. Dificilmente dizem não. E preferem ser prejudicados, ultrajados, ameaçados espoliados a meter-se em confusões. Ainda mais se do outro lado está gente grada. Importante. Acobardam-se, Agacham-se. E quanto mais se inclinam nas deferências que os trituram mais mostram o rabo. Não cometerei a loucura de ser um cinzentinho dócil e submisso. Prefiro ser apelidado do louco e afrontar os poderes instalados, a prepotência, os cobardes que só fazem mal aos que não possuem forças para o defrontar. Prefiro ser perigo público e atacar com loucura, viver com loucura, ser um louco varrido. Prefiro.



Deus me ajude. É o único aliado que disponho. E não me posso queixar, é um companheiro de peso universal e sem limites. Sei que Ele não virá travar a minha batalha, fazer com que perca a noção de tempo e não sinta a agonia da espera, Nem me assegura nunca a vitória. Ele APENAS me ajuda, dando-me a capacidade de dizer não às injustiças, às violações da lei, à acção incompetente de gente desumana que prejudica outros. Ele dá-me forças para cair e me levantar. E prosseguir. Sempre me levanto, pode demorar. E com Ele me apoiando não desisto nunca. Se a luta não for justa Ele não estará comigo e facilmente caio. Por isso pondero, medito, analiso as acções. Com Ele. Também na espera ele estará do meu lado, pois ele está com os fracos, com os doentes, com os que sofrem, com os indefesos, com os que se atrevem a defrontar o mal, mesmo sendo pequenos. Vamos pois esperar. 


Quem espera desespera. É uma falta de tranquilidade. Um sobressalto constante. É cada dia correr à caixa do correio cheio de esperança. E a seguir cair, fraquejar, sentir medo, sentir fraqueza, dor. Vamos esperar...

"O pensador é antes de
tudo dinamite, um
aterrorizante explosivo
que põe em perigo o
mundo inteiro"


Nietzsche


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