terça-feira, 23 de novembro de 2010

Que desgraça franciscana

Escrevi neste blog, há alguns meses, que o pior revelar-se-ia depois da dita crise. Depois dela, quando fosse apregoado com pompa e circunstancia o fim do flagelo, seria o momento em que verdadeiramente, nos iriamos debater com as maiores adversidades. Infelizmente não me enganei. Terminou a crise e um país em marcha cheio de pujança e de resultados era revelado nas palavras empenhadas e esclarecidas de um primeiro ministro que não perdia oportunidade de espalhar sucessos, dados inebriantes, resultados fantásticos. Tudo parecia seguir de vento em popa. Às entusiasticas intervenções do primeiro ministro, toda uma nação parecia adormecida, preguiçosa de pensar, de ver, numa letargia de sucesso fácil e de um caminho coroado de êxitos. A era pós-crise parecia ter caído defenitivamente no esquecimento, Portugal mais uma vez dava lições ao mundo, com tudo certinho e organizado, com números de causar invejas, saía da crise internacional antes dos demais, notabilizava-se vencedora e pujante.

Hoje, alguns tempos passados depois dessa primavera de quimeras e delírios, parece que nem o Governo, nem o Presidente, nem ninguém que milagrosamente traga em si o cunho do saber e da competência, mostram capacidades para evitar a tragédia do FMI nos vir, casa dentro impor regras e sacrificios, face a um país ingovernável, falido, e sem futuro.

Portugal volta a ser o que sempre foi, um país sem rei nem rock, de incompetentes, de fala baratos, onde a corrupção e o compadrio, o facilitismo e a cunha, tudo acabam por inquinar. O futuro, que agora, já ninguém consegue ocultar, mostra-se sombrio. O défice é um monstro, a dívida pública uma enormidade, o desiquilibrio das contas uma realidade incomensurável. Ninguém acredita na nossa capacidade para cumprir com as nossas responsabilidades e os nossos credores fazem subir todos os dias o preço do dinheiro, na proporção da sua desconfiança em nós.
O governo quase se não vê, nem se sente, o presidente anda entusiasmado pelo país em campanha eleitoral, seguro que dos seus avisos em devido tempo se terá salvado o país, as instituições fazem que andam, a justiça praticamente não existe, e se funciona, é por acaso e só em casos de pés rapados, e de gente sem poder e influência, a educação perde qualidade num facilitismo criminoso onde se pretende garantir, não o conhecimento e o saber, mas o sucesso a todo o custo, a saúde está cada dia mais distante dos que dela necessitam. O desemprego atingiu um número record e muitos portugueses voltam, como antigamente a abandonar o solo pátrio como forma de garantir o mínimo de subsistencia. Existe fome, gente sem abrigo, doentes que não se podem tratar, muito desânimo e imensa pobreza.

Tudo isto ocorreu, como eu disse aqui há alguns meses atrás, depois da crise e quando o país caminhava paulatinamente, segundo gente irresponsavel que nos tem governado, para o sucesso.
É este o nosso país, infelizmente...

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Imagem do funcionário público... em 2013 !

Auto-Estima

Imagem do funcionário público




Não interessa o quanto a vida te tem maltratado...
Anda sempre de cabeça erguida!!!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ainda temos futuro? Que lhes parece?...

FMI arrasa futuro da economia nacional

Nem bancarrota nem ameaça ao euro dizem especialistas ouvidos pelo JN

ALEXANDRA FIGUEIRA E LUCÍLIA TIAGO


Mais desemprego e economia anémica. É esta a nova previsão do FMI para Portugal, numa altura em que os juros da dívida estão sob forte pressão. Economistas alertam para a enorme gravidade da situação do país mas afastam, para já, a possibilidade de bancarrota.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais pessimista sobre a evolução da economia portuguesa do que estava há apenas três meses. Nas novas previsões, ontem divulgadas, considera que Portugal não crescerá além dos 0,3% em 2010 (menos 0,1 pontos percentuais) e de 0,7% no próximo ano - valores bastante mais modestos do que os estimados pelo Governo. No desemprego, as notícias não são melhores, apontando-se para uma subida (ver texto na página seguinte). A actualização das previsões coincidiu no tempo com uma forte pressão do mercado sobre a dívida pública, com os juros a registarem ontem a quarta subida seguida.

Os "fortes desequilíbrios orçamentais" são o motivo apontado para esta recuperação anémica da economia, pelo que fica o aviso do FMI de que a prioridade passa por "assumir compromissos credíveis relativamente à sustentabilidade da dívida" e pela necessidade de "inverter rapidamente" o "elevado défice". Esta advertência dirige-se não só a Portugal, mas também à Grécia, Espanha e Irlanda e a sua concretização permitirá acalmar os mercados financeiros.

Especialistas avisam

Daniel Bessa, João Duque e Nuno Sousa Pereira avisam: a situação económica e financeira do país é muito má e exige medidas concertadas entre os maiores partidos. Mas afastam um cenário de bancarrota alvitrado por vozes mais pessimistas, que têm comparado Portugal à Grécia. "Pelo menos para já", ressalva Sousa Pereira, director da Escola de Gestão do Porto (EGP), uma vez que o país tem "problemas estruturais graves, mas não está numa situação tão má quanto a grega".

O seu antecessor e actual presidente da Cotec, Daniel Bessa, não dá credibilidade às vozes mais alarmistas: "Ninguém, com um mínimo de responsabilidade, que eu saiba, falou em bancarrota", uma hipótese "expressamente excluída por medidas ainda recentemente aprovadas pela União Europeia", afirmou, referindo-se ao Programa para a Estabilidade e Crescimento (PEC).

Em termos hipotéticos, sublinha o presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), João Duque, há sempre o risco de entrar em incumprimento, mas a probabilidade de tal acontecer é remota. O mesmo se passa quanto à saída da moeda única, entende.

Daniel Bessa recusa ser Portugal uma ameaça à moeda única: "nem a Grécia nem Portugal têm dimensão suficiente para porem em causa a estabilidade da Zona Euro". Aliás, "se há país que pode ser uma ameaça é Espanha", concorda Sousa Pereira, que nem compreende como seria possível simplesmente deixar o Euro.

Em todo o caso, Bessa espera que "em momento algum" os responsáveis da Zona Euro, como o Banco Central Europeu, "cheguem ao ponto de porem o Euro em causa [devido à] ajuda que se disponham a prestar a um Estado-membro, seja ele qual for", disse.

Anestesia aristocrata

O presidente da Cotec olha em volta e vê só "raras e honrosas" excepções, pessoas dispostas a "alertar os portugueses para a gravidade da situação económica e financeira do país". As pessoas não estão, por isso, "convencidas nem da gravidade da situação nem da dureza das medidas que a mesma impõe". Ao invés, diz Sousa Pereira, a regra é a "anestesia da generalidade dos actores sociais".

Estando Portugal pressionado pelos mercados, o que fazer para sair dos holofotes? "Dar um sinal de coesão", diz João Duque que, por isso mesmo, critica a "postura de aristocrata arruinado" do Governo face à necessidade de se entender com a Oposição para aprovar as medidas do PEC. "O Governo devia aceitar esta disponibilidade do PSD para mudar o PEC".

Sobre se Passos Coelho e Sócrates têm condições para se entenderem, Sousa Pereira não tem dúvidas: "Não vão ter alternativa".


in Jornal de Noticias de 22 de Abril de 2010
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1550162

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Portugal traz riscos à zona euro! Pobre país...

Crise orçamental
FMI diz que Portugal é dos países que mais riscos traz à zona euro
Luís Reis Pires e Margarida Peixoto

Só a Grécia acarreta mais riscos que a economia nacional aos restantes países membros do euro, diz o FMI.

Portugal assemelha-se, neste momento, àqueles amigos que os pais não gostam de ver junto dos seus filhos, por serem má influência. A economia nacional está entre as que mais perigo pode causar aos vizinhos europeus, revela um estudo divulgado ontem pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), no seu Relatório de Estabilidade Financeira.

Quando o risco da República portuguesa aumenta, o principal prejudicado, de entre um grupo de dez países da zona euro, é a Áustria: as perturbações em Portugal fazem subir o risco de perturbações na economia austríaca em 21,8 pontos percentuais. Ou seja, se a Áustria tiver 50% de hipóteses de entrar em bancarrota, e se Portugal entrar em incumprimento, a probabilidade de Viena declarar falência passa a ser de 71,8%.

Apostas a favor da falência de Portugal???... O mundo é um jogo, bem triste.




Dívida pública

Mercados duplicam apostas a favor da falência de Portugal
por Luís Reis Ribeiro, Publicado em 21 de Abril de 2010

Apostas contra a dívida portuguesa valem 45 mil milhões de euros. Valor subiu 105% em um ano

Em apenas um ano, os investidores internacionais duplicaram o valor das apostas a favor de uma falência de Portugal. Trata-se de o maior aumento num conjunto de dez países, sendo até superior ao da Grécia.

De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), ontem divulgados no relatório sobre a Estabilidade Financeira Global, o valor contratado em seguros de crédito (CDS) sobre a dívida pública portuguesa aumentou cerca de 105% até ao dia 5 de Fevereiro em apenas um ano, atingindo um total de 60,1 mil milhões de dólares (quase 45 mil milhões de euros a preços de ontem). Se o período considerado for de Outubro de 2009 a Fevereiro de 2010, então o valor contratado em CDS da dívida pública nacional quase quadruplica.

Na prática, estes CDS cobrem o risco de incumprimento ou mesmo de falência das nações. O problema (para os contribuintes portugueses, por exemplo) é que, em muitos casos, quanto maior o risco e quanto pior estiver o país, mais ganham os investidores em CDS (pois compram esses seguros baratos para os vender mais caros já o seu valor acompanha as taxas de juro). Assim, admitem vários especialistas, existem incentivos em agravar ou em aproveitar as avaliações negativas que se fazem das contas públicas e das respectivas situações económicas internas. Portugal e Grécia, devido aos seus problemas estruturais graves, como o excesso de endividamento do Estado, empresas e particulares acumulados ao longo dos últimos anos e agravados com a crise financeira, tornaram-se agora alvos fáceis dos operadores de mercado.

O resultado está à vista. Os grandes bancos internacionais admitem estar a lucrar bastante com operações nos mercados obrigacionistas (ver pág. 24 e 25) e até a Comissão Europeia aponta o dedo a estas instituições e aos fundos de investimento de alto risco (hedge funds) que acusa de serem co-responsáveis pelo agravamento dos spreads (prémios de risco da dívida pública, que agravam a taxa de juro cobrada por emprestar aos governos) e de, assim, colocarem os países mais perto do precipício Isto é, de uma situação de pré-falência. A Grécia já lá está. Portugal ainda não, mas não tem sido poupado na praça pública internacional - já se diz que o país é "o próximo problema global".

No documento ontem divulgado, o FMI analisa os efeitos desta turbulência nas dívidas públicas de dez países do euro (e na zona euro como um todo) e percebe-se que, nesta fase da crise, Portugal e Grécia são os que mais podem contribuir para um cenário de "perigo total" sobre a estabilidade do euro. A instabilidade da dívida de Portugal é a segunda mais alta a seguir à da Grécia, sendo que os mais prejudicados são a Áustria e logo a seguir a Holanda e Espanha.

De forma inversa, a dívida soberana que mais pode prejudicar Portugal é a grega e a espanhola.

O FMI analisa o papel dos CDS e das actividades de cobertura de risco e questiona se estas podem ser consideradas especulação ou não. O documento é inconclusivo: por um lado, o Fundo admite (tal como Bruxelas) que os mercados de produtos derivados podem contribuir para o descarrilamento das dívidas públicas, sobretudo as dos países mais debilitados; por outros, recusa fechar esses mercados: pede antes uma maior "transparência".

ver http://www.ionline.pt/conteudo/56159-mercados-duplicam-apostas-favor-da-falencia-portugal

quarta-feira, 31 de março de 2010

Corrupção em Portugal? Existe?! Quem diria...

Cravinho
Corrupção política "é o problema mais grave que o país enfrenta"

O ex-ministro João Cravinho afirmou hoje que a "corrupção política é o problema mais grave que o país enfrenta" e lamentou a inexistência de uma estratégia formal do Governo para combater o fenómeno.

O ex-ministro João Cravinho afirmou hoje que a "corrupção política é o problema mais grave que o país enfrenta" e lamentou a inexistência de uma estratégia formal do Governo para combater o fenómeno.

"A corrupção política é o problema mais grave que o país enfrenta, o principal problema do país ao nível da corrupção", disse João Cravinho, durante uma intervenção na comissão parlamentar para o acompanhamento do fenómeno.

Reconhecendo não encontrar ninguém que, além de si, publicamente defenda esta ideia, o antigo deputado socialista, autor de um pacote contra a corrupção apresentado em 2006 e que foi rejeitado pela sua própria bancada, foi ainda um pouco mais longe, acrescentando que "o tráfico de influências é a maior manifestação de corrupção política".

"A corrupção política está à solta", frisou, sem, contudo, deixar elogios ao trabalho que está a ser desenvolvido pelo presidente do Tribunal de Contas, Guilherme de Oliveira Martins, ao nível da corrupção administrativa.

Na sua longa intervenção inicial, que se prolongou por quase uma hora e meia, João Cravinho defendeu também a necessidade da Assembleia da República assumir "um papel chave" na luta contra a corrupção e lamentou a inexistência de uma "estratégia formal" do Governo para combater o fenómeno.

"Não existe", lamentou, considerando que sem essa estratégia equivale a "andar a tentar vazar o oceano da corrupção com a selha rota".

Antes, o ex-ministro socialista já tinha notado a necessidade de "despartidarizar a administração pública", classificando esta medida como "a pedra das pedras" de uma lei quadro da transparência que deveria ser criada.

Ou seja, explicou, todos os titulares de cargos da administração pública devem ser escolhidos unicamente pelo seu "mérito e competência profissional", à excepção de alguns altos cargos já previstos na lei, como os que prestam serviço nos órgãos de apoio à Presidência da República.

"E todos são todos", insistiu, considerando esta reforma como "muita complexa, mas perfeitamente possível".

A realidade é que constituem-se ligações que têm em muitos casos um carácter de manifestação de redes de interesses", acrescentou.

Que nível mais baixinhooooooooo.... onde?

Boletim Económico
Constâncio alerta para descida do nível de vida
Luís Reis Pires e Vítor Costa 31/03/10


Banco de Portugal prevê que o rendimento real disponível diminua devido à moderação salarial e à subidas dos impostos.

São duas das várias notícias negativas deixadas pelo Banco de Portugal: o rendimento disponível dos consumidores vai diminuir em 2010 e 2011 e as condições do mercado de trabalho vão deteriorar-se.

Para justificar a primeira previsão, a instituição liderada por Vítor Constâncio aponta quatro razões: o anunciado congelamento dos salários reais, quer para os trabalhadores da administração pública, quer para os do sector privado; o também previsto aumento dos impostos que consta do Programa de Estabilidade e Crescimento; a previsível subida das taxas de juro; e a pressão que os elevados números do desempregados fazem sobre quem está empregado. Razões que levam o Banco a antecipar "uma queda do rendimento disponível real no horizonte de projecção".

Mas as notícias negativas estendem-se ao mercado de trabalho. Segundo a instituição liderada por Vítor Constâncio, "o ritmo limitado de crescimento da actividade económica permite antecipar que a destruição líquida de emprego deva perdurar durante 2010", ou seja, não haverá melhorias no desemprego.

http://economico.sapo.pt/noticias/constancio-alerta-para-descida-do-nivel-de-vida-dos-portugueses_85601.html

quinta-feira, 25 de março de 2010

Ó crise volta para trás...

Tenho para mim como certo que navegamos à deriva. Sem qualquer rumo, à toa, a descoordenados impulsos que se sucedem - porque tem que ser - sem objectivos, sem alma, sem norte. Portugal está, faz que anda, parece que se governa, segue atabalhoadamente, entre outros, um caminho que em nada difere dos que a história mais recente nos revela; vamos existindo, fazendo de conta, e de declínio em declínio, de insucesso em insucesso, numa continuada marcha acompanhada de canticos de mediocridade e de inépcia.
Pior que a crise, só mesmo depois da crise - isso dizia eu há algum tempo atrás. Quase profeticamente (antes não fosse assim). E, de facto, depois de terem anunciado com pompa e circunstancia que Portugal, espectacularmente, se apresentava campeão entre os demais, sendo dos primeiros a sair da crise, eis que se anunciam medidas de austeridade, sacrificios redobrados, contenção, iniciativas essas necessárias, segundo os magos da governação, para a estabilidade do país e de um quimérico crescimento que desde sempre se promete.
Estranho no mínimo. Depois da crise esperava-se a bonança, bons ventos, renovadas esperanças, que em linguagem económica ou financeira se traduziria em certificada expansão, novas e pujantes empresas, crescimento das transacções, mais emprego, mais produção, maior liquidez, um sentir de alívio nos diversos sectores da economia real, e afinal, mais tranquilidade nas gentes e prosperidade nas familias.
Mas, para nosso desespero, tudo parece apresentar-se em sentido rigorosamente contrário. Violando os mais basilares princípios que inculcámos no nosso interior e que decorrem da experiencia de vida e dos conhecimentos que assimilámos e que parecem sustentar as ciências da vida das nações. O desemprego cresce ou mantêm, ou mantêm e cresce, depois da crise esperávamos que diminuísse. Nunca tal ocorreu nem se perspectiva que suceda nos próximos tempos. As empresas continuam a encerrar, a não pagar salários, a perecer. Tudo nos levava a crer que depois da crise novas empresas se instalássem e as existentes se expandissem. E não faltasse dinheiro para pagar aos que trabalham. Os salários da Função Pública são congelados, durante quatro anos não vão crescer. Essa medida que parece ser crítica e excepcional, depois da crise é implementada esperando o governo que se estenda a todos, tanto aos públicos como aos privados. Sobem os impostos. Mesmo quando ainda há poucos dias atrás era garantido que estes não subiriam em face de uma crise que se tinha ultrapassado e um futuro que se prometia. As prestações sociais diminuem ou diminui o seu alcance e procura-se agora, a todo o custo, privatizar as empresas do Estado.
É um mundo de loucos. Podemos mesmo sustentar que tivemos uma crise simpática, meiga, romantica, compreensiva, que terminou com um golpe de pouca sensibilidade de um governo e sem que o pagante tivesse dado conta, mergulhando o povo, os sem nada, os da clase média, os que trabalham, os que ainda fazem qualquer coisinha, num pós-crise, que em boa verdade, ninguém entende.
Magia, pura magia, dirão alguns. Que pensarão que somos governados a toque de varinha mágica e que estamos inundados de um irrealismo, polvilhado de bruxarias, e poções milagrosas. Entre governos e desgovernos que já ninguém entende, crises amistosas, e agoniados períodos de estabilidade, já pouco podemos esperar de um futuro que cada vez mais parece se afastar de nós. E sem esperança num dia vindouro que pode pedir-se a alguém? Pouca coisa é de esperar, creio.
No meio de toda esta confusão seguramente vamos ter muitas saudades da dita crise, que se foi sem que as pessoas tivessem percebido, em bom rigor, quando. Muitos não deixarão de sonhar com ela, com o seu regresso, e preparam-se para lhe dar vivas. Afinal de contas parece que o que está a dar é viver em crise. Somos especialistas nelas. Não sabemos já viver sem elas. De modo nenhum.
Desejando a crise, como forma de colocar um ponto final neste tempo que parecia ser de serenidade e acalmia, seguimos esperançosos que os velhos tempos regressem. Em que os bons e sábios governantes prometiam o fim da crise, tomavam medidas e mais medidas, pareciam trabalhar e construir. Só que, ao contrário de antes, seria bom que não construíssem, nem fizessem, apenas fossem prometendo, e não cumprindo, de modo tal, que paulatinamente, poderiamos perpetuar a bendita crise de que já temos saudades. Venha ela. Viva a crise... volta, volta, por favor, atrás.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Hummmmmmmmmmm... caloteiros? Será?


Economia
Riqueza em Portugal já não chega para pagar dívidas ao estrangeiro
Margarida Peixoto
19/03/10

Pela primeira vez, a riqueza produzida num ano já não chega para pagar as dívidas externas. Em 2009, o endividamento atingiu 111% do PIB.

O endividamento do país ao exterior continua galopante: no ano passado, mesmo que fosse utilizada toda a riqueza produzida para pagar as dívidas contraídas lá fora, ela não seria suficiente para levar o saldo a zero. A conclusão resulta dos dados divulgados ontem pelo Banco de Portugal.

O défice da posição de investimento internacional de Portugal - um bom indicador para medir a dívida externa do país - atingiu os 111% do PIB em Dezembro de 2009. Já em 2008 o peso das dívidas no total de riqueza produzida tinha ficado muito perto dos 100%, mas esta foi a primeira vez que se ultrapassou esta barreira.

"É o reflexo da fraca competitividade externa: para manter um determinado nível de vida, o valor acrescentado gerado internamente não foi suficiente", explica Paula Carvalho, economista do BPI, em entrevista. "O desequilíbrio resulta sobretudo da falta de competitividade da economia portuguesa que se reflecte no défice da balança de transacções correntes", acrescenta José Reis, economista e professor da Universidade de Coimbra.

De acordo com os números, o Estado é o maior responsável pelo desequilíbrio face ao exterior. No ano passado só em emissão de dívida de longo e de curto prazo (sobretudo obrigações e bilhetes do Tesouro e certificados de aforro) as administrações públicas hipotecaram 56,1% do produto interno bruto (PIB). O total dos passivos públicos atingiu 97,7 mil milhões de euros - mais 11% do que a dívida detida em 2008.


in Diário Económico de 2010/03/19

terça-feira, 16 de março de 2010

Anda tudo muita loucoooooooo!... Chamem a polícia

Face Oculta: Rui Pedro Soares ganha prémio de 587 mil euros

Antigo administrador da Portugal Telecom é suspeito de estar envolvida na alegada instrumentalização política da operadora para comprar a TVI

O antigo administrador da Portugal Telecom, arguido no caso Face Oculta, recebeu um prémio da empresa de 587 mil euros em 2009, pelo seu desempenho durante o triénio de 2006 a 2008.

Quanto ganham os gestores da PT

De referir que, Rui Pedro Soares exerceu funções como administrador executivo da PT de 2006 a 2010, tendo-se demitido depois de ter sido apontado como suspeito de estar envolvida na alegada instrumentalização política da operadora para comprar a TVI. Mas há mais. O ex-gestor ganhou ainda um bónus variável em 2009 de 449 mil euros e, nesse ano, o seu salário fixo foi de 364 mil euros.

Já Fernando Soares Carneiro, (...) recebeu um salário por 2009 de 385 mil euros.

(...)

Desta feita, os gestores que exerceram funções durante este período tiveram direito a bónus pelo triénio. A começar pelo presidente executivo da empresa e chairman, Zeinal Bava e Henrique Granadeiro receberam, cada um, mais de um milhão de euros (1.019.271 euros). Ainda os administradores Luís Pacheco de Melo e António Caria ganharam em prémios o mesmo valor que Rui Pedro Soares: 586.853 euros. Isto é, os cinco gestores juntos receberam 3,8 milhões de euros em prémios pelo desempenho de 2006 a 2008
.

http://www.agenciafinanceira.iol.pt/empresas/pt-portugal-telecom-face-oculta-agencia-financeira-escutas-tvi/1147526-1728.html?

sábado, 13 de março de 2010

Dispensem já essa gente... tudo de férias, de folga, longe... por favor, a todos

Orçamento que acaba de ser publicado em Diário da República para a Assembleia da República em 2010.

(Diário da República nº 28 - I série- datado de 10 de Fevereiro de 2010 - RESOLUÇÃO da Assembleia da República nº 11/2010)

1 - Vencimento de Deputados .........................................12 milhões e 349 mil Euros

2- Ajudas de Custo de Deputados.................................... 2 milhões e 724 mil Euros

3 - Transportes de Deputados ......................................... 3 milhões 869 mil Euros

4 - Deslocações e Estadas ................................................. 2 milhões e 363 mil Euros

5 - Assistência Técnica (?????) ........................................ 2 milhões e 948 mil Euros

6 - Outros Trabalhos Especializados (???????) ............. 3 milhões e 593 mil Euros

7 - Restaurante, refeitório e cafeteria.............................. 961 mil Euros

8 - Subvenções aos Grupos Parlamentares..................... 970 mil Euros

9 - Equipamento de Informática ...................................... 2 milhões e 110 mil Euros

10 - Outros Investimentos (??????) ............................... 2 milhões e 420 mil Euros

11 - Edificios ........................................................................ 2 milhões e 686 mil Euros

12 - Transfer's (???????) Diversos (????)..................... 13 milhões e 506 mil Euros

13 - Subvenção aos Partidos representados na A. R. .. 16 milhões e 977 mil Euros

14 - Subvenções estatais para campanhas eleitorais ... 73 milhões e 798 mil Euros

Isto são, então, ALGUMAS das rubricas do orçamento da ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA !

Em resumo e NO TOTAL a DESPESA ORÇAMENTADA relativamente ao ANO de 2 010, é :


191 405 356 , 61 Cêntimos (191 Milhões 405 mil 356 Euros e 61 cêntimos)
- Ver Folha 372 do acima identificado Diário da República nº 28 - 1ª Série -, de 10 de Fevereiro de 2010.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Huummmmmmmmm, uns são filhos da mãe e os outros são... (pelo menos parece)





Greve

Funcionários ameaçam bloquear Parlamento
por JOÃO PEDRO HENRIQUES

Os cerca de 400 funcionários da Assembleia da República contestam um artigo do Orçamento do Estado. Queriam ter estatuto de nomeados e podem decidir-se pela paralisação.

(…)

Nunca na sua história os funcionários parlamentares fizeram greve.

O que está em causa é o vínculo entre os funcionários e a AR. Querem poder ter o estatuto de "nomeados" - como já têm diplomatas, militares do quadro permanente, funcionários dos serviços secretos, da investigação criminal, das polícias de segurança e das inspecção - e não de simplesmente "contratados", como é regra geral na administração pública.
(…)

A diferença entre os dois regimes é substancial. O vínculo de nomeação é forte e o de contratado é frágil (os contratados podem, por exemplo, ser afastados com "despedimento por inadaptação" ou com "justa causa", o que não acontece nos nomeados). (...)

in Diário de Notícias, sexta-feira, 12 de Março de 2010

Austeridade - Recessão... recessão, austeridade! Existe algo mais?...


Plano de austeridade ameaça atirar Portugal para nova recessão
Luís Reis Pires 12/03/10

Economia cai no final de 2009 e empresários dizem que ainda não vêem sinais de retoma.

Portugal foi dos primeiros países da Europa a sair recessão e agora arrisca-se também a ser dos primeiros a voltar a ela. A economia nacional recuou em cadeia 0,2%, no último trimestre do ano passado, ficando a um passo de entrar em recessão técnica. Um cenário que ganha ainda mais força, dizem os economistas, com as restrições que o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) vai impor à actividade económica.

(…)

In Diário Económico de 2010/03/12



Risco de recessão técnica ameaça metas do PEC
ECONOMIA

A economia portuguesa voltou a contrair pelo segundo trimestre consecutivo nos últimos três meses de 2009 colocando o país em risco de recessão técnico e ameaçando as previsões do governo para este ano e para o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), apresentado esta semana.

In OJE, sexta-feira, 12 de Março de 2010-03-12

terça-feira, 9 de março de 2010

Aperta, aperta, que faz friooooooo...

Governo esmaga classe média

Teixeira dos Santos anuncia cortes nas deduções de Educação e Saúde. Baixa real de salários até 2013.

O ministro Teixeira dos Santos foi obrigado a congelar salários e pensões para que as contas públicas cheguem a um equilíbrio em 2013, penalizando milhares de famílias da classe média e os reformados.


in Correio da Manhã, terça-feira, 9 de Março de 2010


IRS agravado para 2,5 milhões de contribuintes

Alterações nas deduções fiscais. Função Pública terá que se reformar aos 65 anos, mais cedo do que o previsto

O Governo quer um PEC "credível" e que todos, não apenas a Função Pública, ajudem na descida do défice. É assim que justifica as mudanças nos impostos que, no caso das deduções, se traduzirão num agravamento do IRS para mais de 2,5 milhões de contribuintes.

As alterações nas deduções e benefícios fiscais vão fazer com que mais de metade dos contribuintes pague mais imposto ou receba um reembolso menor.

(...)

José Sócrates negou que o PEC seja pouco ambicioso, salientando que Portugal já fez reformas relevantes. O primeiro-ministro recusou também as críticas de que há um agravamento dos impostos, lembrando que a redução dos benefícios fiscais já estava no programa de Governo, e esclarecendo que esta medida não se traduz num aumento de impostos, mas numa redução da despesa fiscal, junto dos que ganham mais.

(...) Mas mais uma vez os funcionários públicos serão quem vai mais sentir o aperto do cinto: à moderação salarial, o Governo promete juntar a "aceleração da convergência" das pensões da CGA com as do regime geral, indiciando que não irá esperar até 2015 para que a idade legal da reforma seja de 65 anos. (...)

in Jornal de Notícias, 9 de Março de 2010



Programa de Estabilidade e Crescimento

Classes médias vão pagar a maior factura do défice

por Bruno Faria Lopes, Publicado em 09 de Março de 2010 in Jornal I

Famílias pagam mais impostos e perdem poder de compra até 2013

Confrontado com a economia que menos vai crescer na zona euro nos próximos quatro anos, e sob forte pressão externa para cortar o défice orçamental, o governo socialista de José Sócrates vira-se para quem paga a maior parte dos impostos em Portugal: as classes média e média/alta.

... as medidas mais significativas de corte de despesa pública e de aumento da receita afectam directamente os trabalhadores e pensionistas a partir dos escalões médios de rendimento, agravando a carga fiscal ou contendo os salários: o governo limita o aproveitamento dos benefícios fiscais, cria um novo escalão máximo de IRS, congela salários na função pública (com influência forte no sector privado) e aumenta as contribuições feitas sobre o trabalho para a segurança social.

(...)

Este aperto sobre a classe média - que não está isolada no esforço (ver ao lado) - é um dos factores, a par do desemprego sempre acima de 9%, que limita a contribuição do consumo privado (que vale dois terços da economia) para o crescimento até 2013. Portugal vai continuar a divergir durante os próximos quatro anos, crescendo sempre abaixo de 2%.

http://www.ionline.pt/conteudo/50160-classes-medias-vao-pagar-maior-factura-do-defice

segunda-feira, 8 de março de 2010

Venha obra... o país precisa de lenha...

Economia

Governo muda IRS, benefícios fiscais e muito mais

PEC deixa função pública sem aumentos reais até 2013 e cria novo escalão do IRS

Por Judite França PGM 2010-03-08

O Governo já apresentou as principais medidas da actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), que será entregue em Bruxelas no final do mês.

PEC: cenário de crescimento poderá ser «um pouco optimista»

Entre as novidades está um novo escalão de IRS, com uma taxa de 45%, para os rendimentos acima de 150 mil euros e a imposição de novos tectos aos benefícios fiscais, o que levará a que «quem ganha mais, pague mais».

Nas prestações sociais, há também novas medidas, que resultarão numa redução do peso das despesas em 0,5 pontos percentuais do PIB até 2013.

A função pública não terá aumentos salariais reais nos próximos anos e o objectivo é reduzir o número de funcionários.

O Governo adia ainda os prazos para o TGV e promete arrecadar 6 mil milhões de euros com privatizações. Mas não diz de que empresas.


http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/portugal-europa-pec-impostos-agencia-financeira/1145366-1730.html

Upsssssssssssssssssssssssss...ainda crescemos! A sério? Acreditam?

Economia

PEC: crescimento de Portugal até 2013 é o mais baixo da Zona Euro
Crescimento do PIB de 0,9% em 2011 representa metade dos 1,8% previstos pela Espanha

Por Redacção CPS 2010-03-08

A taxa de crescimento do PIB português entre 2011 e 2013 é a mais baixa da Zona Euro, que inclui os principais parceiros comerciais comunitários de Portugal, entre os quais Espanha, Alemanha e França.

Segundo o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) apresentado esta segunda-feira pelo Governo aos partidos políticos e parceiros sociais, o Executivo prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,9% em 2011, o que representa metade dos 1,8% previstos pela Espanha num documento semelhante enviado a Bruxelas.

No topo da lista do crescimento do PIB em 2011 está a Irlanda (3,3%), seguido do Reino Unido (entre 3,25 e 3,75%), França e Eslovénia (2,5%), Finlândia (2,4%) e Alemanha (2%).

sábado, 6 de março de 2010

Trapalhadas... impossível viver sem elas

Ainda às voltas com as habilitações de Sócrates...
meu Deus... como se pode viver com tanta dúvida?





Confesso que já tinha esquecido esse caso. Talvez não tenha sido bem esquecido, mas a palavra correcta deveria ter sido perdido, dado que mais parece ser um caso de perdição entre tantas coisinhas que agitam por cá o burgo, que na verdade, um mero esquecimento.

Afinal se o nosso Primeiro é ou não engenheiro é coisa que já não vai interessando a ninguém. Que seja. Só temos pena de tanta dinheiro que se gasta nas Novas oportunidades e outras modernices para dar canudos a quem nada faz para os merecer, ignorando outros processos, bem como de aligeirar ou democratizar a sabedoria alargando métodos já conhecidos a tantos que aspiram por um dia serem, em bom rigor, quer doutores ou engenheiros.

Num país onde não ter canudo é ser pior que burro, tudo é válido para obter o dito, mais agora que lá de fora levam os dias a espreitar para dentro de nossa casa, como se tivessem alguma coisa a ver com a nossa vida.

Voltando atrás, confesso que esqueci durante algum tempo toda essa tragédia cómica do título académico do nosso Primeiro, não fora ter recebido um novo email levantando mais poeira sobre algo que já toda a gente percebeu que nada tem de cristalino, que é a da certeza ou incerteza da autenticidade do documento ou dos documentos que por aí grassam.

A ver vamos... copio e aqui coloco o que recebi por comodidade, mais que por dever à ciência e ao rigor, que em boa verdade só invejo nestas historietas todas, nunca me terem dado a oportunidade de fazer exames na comodidade da minha casa, e quando queria, que desse modo, em igualdade de oportunidades reais, creio, teria terminado o meu curso superior que a minha pouca esperteza me levou a tentar fazer a mais de 200 quilometros de casa, e numa Universidade, dizem, pouco permeável a modernidades.

Aqui vai...


"Ontem, ao anunciarem a existência de um segundo certificado de José
Sócrates, abri o respectivo PDF, entretanto disponibilizado pelo Jornal
PÚBLICO".
Não me detive nas classificações. Verifiquei que o documento estava datado
( 96/08/26), assinado pelo chefe da secretaria e...e... como sempre, os meus
olhos detiveram-se em dois pormenores sem importância: no papel timbrado da
Universidade Independente, no rodapé, entre outras informações, constam o
endereço (físico e electrónico) e os números de telefone e de fax ( 351 21
836 19 00 e 351 21 836 19 22). Só que,... em 1996, os números de telefone
não apresentavam os indicativos 21, 22, 290, mas sim, 01, 02, 090... etc,
como aliás, pude confirmar (a alteração só foi feita em 31 de Outubro de
1999).
Um pouco mais à frente, consta ainda, um código postal composto por sete
algarismos (1800-255), o que é deveras estranho, uma vez que só em 1998
começa a ser utilizada esta nova forma de indicação.
Conclusão: o certificado parece ter sido emitido, não em 26/08/1996, mas em
data posterior a 31 de Outubro de 1999.O problema ("o maior dos problemas")
reside no facto de o Gabinete do Primeiro-Ministro já ter esclarecido que a
data válida era mesmo a do certificado que se encontra na Câmara da Covilhã.
Esta ultrapassou largamente as minhas expectativas...de tão básica que é!!!
"

Bem, em boa verdade, se antes sentia alguma confusão no caso, agora sinto-me completamente a leste. Nada sei. Não comento. Nem sei se tenho ou não, dúvidas, certezas, se aposto ou não na certeza ou na incerteza dos documentos que deveriam ser ou não rigorosos. Nada sei. Nem devo comentar. A cautela, e os caldos de galinha, só podem fazer bem, se me quedar alguns dias bem caladinho, preferivelmente sem falar, sem ouvir, sem ler, sem pensar.

Só assim podemos estar certos de alguma coisa! Pensar para quê?

Momentos... a vida é feita deles!

Pensamentos para o Dia


"Se tiver de dar ensinamentos, instruções ou correcções, sempre o faça com muito amor e sem nenhum traço de raiva."

"Carinho é quando a gente não encontra nenhuma palavra para expressar o que sente e fala com as mãos, colocando o afago em cada dedo!"

Cuidado! Fale baixinho, ou melhor, não diga nada mesmo... a ninguém

Jornalistas do Sol constituídas arguidas
por Agência Lusa, Publicado em 05 de Março de 2010

As jornalistas do Sol Felícia Cabrita e Ana Paula Azevedo foram hoje constituídas arguidas no inquérito instaurado pelo procurador geral da República à divulgação de notícias sobre escutas telefónicas efetuadas no caso Face Oculta.
Em declarações à Lusa, a jornalista Felícia Cabrita explicou que foram chamadas ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) onde foram constituídas arguidas, não tendo nenhuma delas prestado declarações, usando uma prerrogativa prevista na lei.
No âmbito do mesmo inquérito foram já chamados ao DIAP o subdiretor do Sol Vítor Raínho e a advogada do semanário.
A abertura de um inquérito (investigação) foi anunciada pelo procurador geral da República (PGR), Pinto Monteiro, a 05 de fevereiro.
O semanário Sol transcreveu extratos do despacho do juiz e do procurador de Aveiro responsáveis pelo caso Face Oculta em que estes consideram haver indícios "muito fortes" de um plano, envolvendo o primeiro ministro, José Sócrates, para controlar a comunicação social, nomeadamente a estação de televisão TVI.
No âmbito deste processo, que investiga alegados casos de corrupção relacionados com empresas privadas e do setor empresarial do Estado, foram constituídos 18 arguidos, incluindo Armando Vara, antigo ministro socialista e alto quadro do BCP.

Nas escutas feitas durante a investigação foram intercetadas conversas entre Vara e Sócrates, tendo o PGR considerado que o seu conteúdo não tinha relevância criminal. O presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Noronha Nascimento, considerou que as escutas não eram válidas, já que envolviam a figura do primeiro ministro e o juiz de instrução não tinha competências para as autorizar.

http://www.ionline.pt/conteudo/49756-jornalistas-do-sol-constituidas-arguidas-

Dores de barriga... depois de tantas asneiras

Governo apresenta Programa de Estabilidade e Crescimento

O Governo apresenta hoje, sábado, as medidas de austeridade para cortar o défice até 2013. Os salários dos funcionários públicos serão congelados e agora a expectativa saber se haverá cortes nos subsídios de férias e de Natal, tal como fez a Grécia. Vários especialistas como Campos e Cunha, Medina Carreira e João Salgueiro avisam que o PEC é a última oportunidade para Portugal evitar o descontrolo total nas contas do Estado.



Portugal tem de mostrar à Europa que consegue cortar o défice de 9 para 3% do PIB até 2013. Os aumentos dos salários na função pública e das reformas podem ser congelados, alguns projectos de investimento público também podem ir parar ao congelador, mas o ministro das Finanças terá de cortar muito mais e rapidamente.

É isso que está em causa na aprovação do Programa de Estabilidade e Crescimento. Um grupo de economistas do movimento cívico SEDES defende que as medidas de austeridade devem ser duras e com efeito já no próximo ano.

Num documento de reflexão, os especialistas da SEDES alertam que é urgente aumentar a poupança das famílias e o investimento das empresas e diminuir o endividamento externo. E fazem outra recomendação: "para que a dureza das medidas possa ser entendida pelos portugueses, é essencial que haja moralização das instituições e da actividade política". Cortar nos subsídios de férias e de Natal, como aconteceu na Grécia, pode ser uma solução.

Os mercados financeiros olham para os chamados "PIIGS" - Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha. Depois da tragédia grega, Portugal terá de mostrar aos mercados que sabe usar a tesoura para cortar, como nos meados dos anos 80 quando o país foi gerido durante uns tempos pelo FMI. Com o PEC deste sábado e com o orçamento para 2011, os portugueses já sabem que vão voltar a um velho hábito: apertar o cinto, falta saber quantos furos.

Sócrates recebe em São Bento segunda-feira todos os partidos e parceiros sociais

O primeiro-ministro recebe segunda feira, em São Bento, todos os partidos com assento parlamentar e os parceiros sociais em reuniões destinadas a analisar a proposta do Governo de Programa de Estabilidade e Crescimento.

(...)

http://sic.sapo.pt/online/noticias/dinheiro/Governo+apresenta+este+sabado+o+Programa+de+Estabilidade+e+Crescimento.htm

Gente trafulha... assim vai o nosso pobre burgo

Face Oculta

‘O Sócrates tem de dar uma sticada na gaja’
Por Ana Paula Azevedo e Felícia Cabrita

A investigação do Ministério Público (MP) e da Polícia Judiciária de Aveiro sobre o empresário Manuel Godinho revela uma teia de influências ao mais alto nível. Nesta, emerge como figura central Armando Vara, com acesso directo ao primeiro-ministro e a membros do Governo


Ex-dirigente do PS, amigo de longa data de José Sócrates e banqueiro, por Armando Vara passam os negócios PT/TVI, PT/Taguspark e Associação Nacional de Farmácias, entre outros. E ainda as pressões para demitir a secretária de Estado dos Transportes e o presidente da Refer (Rede Ferroviária Nacional) e evitar a demissão do presidente da CP, Cardoso dos Reis.
Em cada um destes casos, que se desenrolam ao longo de 2009, moveram-se todas as influências possíveis para ter as pessoas ‘certas’ nos lugares certos.

Ou para fazer rolar a cabeça de outras, como aconteceu com Ana Paula Vitorino: aquela que era vista até aí como sucessora de Mário Lino, atravessou-se no caminho, ao proteger o presidente da Refer (Rede Ferroviária Nacional) que tinha um contencioso com Manuel Godinho.

Este empresário, que acumula um historial de fuga ao Fisco e casos duvidosos no âmbito de concursos para a recolha e tratamento de resíduos industriais, movia-se bem ao nível dos quadros médios de empresas públicas (como a REN, a EDP e a Refer). Estes informavam-no antecipadamente dos concursos e negociavam directamente com ele a contratação de serviços e a forma de ludibriar as autoridades.

(...)

Acusado de ter roubado carris na linha do Tua e de sobrefacturar serviços, Godinho tem um longo contencioso com a Refer (empresa pública da rede ferroviária nacional). O conselho de administração desta – presidido por Luís Pardal – deu ordens, informalmente, para que às empresas de Godinho (grupo O2) não fossem adjudicados mais concursos.

Mas, para Godinho, Pardal só fazia isto porque tinha o apoio da tutela, a secretária de Estado Ana Paula Vitorino. O objectivo que passa então a mover Manuel Godinho e os seus colaboradores fica bem ilustrado no desabafo que tem, numa conversa telefónica com um dos outros arguidos no ‘Face Oculta’: «Enquanto a gaja lá estiver, é uma chatice!».

As diligências para afastar Vitorino começaram em Janeiro de 2009 e durariam até ao Verão (quando o empresário percebeu que o seu objectivo era já impossível de concretizar, dada a iminência das eleições legislativas).

Segundo o MP, Lopes Barreira e Armando Vara aceitaram ser os pontas-de-lança junto do Governo: enquanto Barreira telefonava a Mário Lino, ministro das Obras Públicas (tutela de Vitorino), Vara ligava a José Sócrates.

E por isso estão ambos indiciados neste processo por crimes de tráfico de influências – estando o MP convicto de que Godinho pagou a Vara e Barreira, a cada um, 25 mil euros.

No dia 10 de Fevereiro de 2009, Carlos Vasconcelos, quadro da Refer (e arguido) definia bem a situação:
«A gaja agora atirou-se ao Sócrates na história do Tua [polémica sobre a recuperação desta linha de comboio, em Trás-os-Montes]. Ó pá, o Sócrates tem de dar uma ‘sticada’ na gaja. É que isto está de facto a entrar por um caminho preocupante».

‘Pardal tem os dias contados’

Três dias antes, porém, Manuel Godinho tinha almoçado com Vara, na casa deste em Vinhais. Por isso, estava convencido de que «as coisas estão a ficar melhores», como diz para Manuel Guiomar (funcionário da Refer, também arguido), no dia 5 de Março. José Valentim, outro quadro da Refer, sintetizava a situação: «Os gajos não têm mão no Pardal», mas este
«tem os dias contados, isto é uma questão de dias, de certeza».

A juntar à crise, o empresário via diminuir as os concursos adjudicados às suas empresas. «Estou aflitíssimo» – confessa a Paulo Penedos (advogado e também arguido no Face Oculta), referindo-se à «falta de trabalho». Para resolver a situação, diz que vai telefonar a Vara, «a ver se ele dá um empurrão aqui, um empurrão acolá».

Quem também desenvolve contactos é Lopes Barreira, que alardeia a sua facilidade em falar com o ministro Mário Lino (Obras Públicas) e com Jorge Coelho (outra figura socialista), e de chegar a José Sócrates.

A 11 de Março, Barreira promete a Godinho que vai falar ao vice-presidente do BCP:
«O Armando agora, com as relações com Angola [Vara era presidente do BCP Angola], o gajo pode arranjar umas coisas bestiais para si. Presidente de um banco, tão importante como aquele, que está metido nos mais variados negócios, pá, e o senhor é um homem de negócios... Eu, no fim-de-semana, vou-lhe telefonar e dizer ao gajo ‘oh pá, o sr. Godinho tem de ser priorizado, não pode andar a sofrer aqui eternamente’. Tanto o Jorge como ele: eu vou falar com os dois».

Até Ana Paula Vitorino foi visitá-lo ao hospital – salienta Barreira que esteve doente nesta época: «Foi anteontem. Disse-me ‘andamos um bocado de candeias às avessas, mas temos que falar disso’».

Lopes Barreira toma as dores de Godinho, diz que percebe bem a situação do empresário de Ovar, pois ele próprio ainda não conseguiu receber «dois milhões e meio da RAVE» (empresa pública da Rede de Alta Velocidade, também sob a tutela de Vitorino).

A 10 Abril, Lopes Barreira informa Godinho de que «a Ana Paula Vitorino vem cá almoçar comigo, a minha casa, segunda-feira» e que também tinha falado «com o Lino». «Mas o gajo [Luís Pardal] não faz cedências, continua a lixar-nos. Ele tem indicações de alguém, de certeza» – queixa-se Godinho. «Eu não faço ideia. O Sócrates sabe perfeitamente o que se passa», responde Lopes Barreira.

Pelo meio, Vara vai falando também com Godinho. A 28 de Maio, ocorre o telefonema que o Ministério Público (MP) considera ser a prova de um pagamento. Numa conversa cifrada, Godinho pergunta a Vara se «aquilo dos 25 quilómetros» era «para agora» – e o MP considera não haver dúvidas de que estavam a referir-se a 25 mil euros em ‘luvas’.

Em 5 de Junho, Vara telefona a Manuel Godinho, para saber se já tinha falado
«lá com o homem da Refer».

O empresário de Ovar responde que não e anuncia-lhe que sabe que o Tribunal da Relação do Porto lhe vai dar razão no processo da Refer.

‘Vou pôr a questão ao Lino’

No dia 15 de Junho, Godinho comunica também a Lopes Barreira que ganhou este processo judicial. Acha que agora «é possível uma reconciliação»: «Se eles me derem os trabalhos que me tiraram, calo-me bem calado». «Então vou dizer ao Lino, logo já lhe telefono», garante Lopes Barreira. Godinho pede-lhe também que «telefone ao nosso amigo» (Vara).

Com a decisão da Relação, que o MP de Aveiro suspeita ter sido um favor, o grupo pensa convencer Mário Lino da inocência de Godinho e assim afastar Pardal e a secretária de Estado.
Godinho, Lopes Barreira e Vara combinam então um almoço – que se realizou a 20 de Março, na casa do primeiro, em Ovar. O MP defende que foi nesta ocasião que Manuel Godinho pagou 25 mil euros a cada um.

No regresso a Lisboa, Lopes Barreira telefona a Godinho para lhe agradecer o almoço. E renova a promessa de falar a Mário Lino: «Aquilo que o Armando lhe disse, eu concordo, pá, que isto não pode ficar assim, tem que se ver aí… Eu até ia fazer uma coisa que fica aqui entre nós, nem diga nada ao Armando: ia pôr a questão ao Lino, hum?». «Sim, é isso que eu pretendo, tá a ver» – concorda Godinho. O ministro «é bom rapaz», explica Barreira, «mas quem manda é ela» (Ana Paula Vitorino). «Ela está completamente queimada, mas não fazem nada. O Sócrates é contra ela, ele diz mal dela…». «Mas compreende-se a posição do chefe neste momento», responde Godinho, referindo-se à proximidade das eleições legislativas.

No processo judicial, a Refer tinha entretanto recorrido para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Godinho fala então com o seu advogado, Melchior Gomes (também arguido no Face Oculta) e pergunta-lhe se o processo no STJ ainda pode ter um desfecho que lhe seja desfavorável.

O advogado responde que não – mas «vamos estar atentos: a gente conhece lá muita gente e boa». «Pronto, é isso que temos que ver. Ou é necessário falar?» – questiona Godinho, explicando que o «outro senhor… ahm, que eu mandei o processo para analisar, diz que não há hipótese nenhuma de recurso».
(...)

‘Isto não vai acabar bem’

Manuel Godinho tinha entretanto conhecido Manuel Rodrigues, um empresário com ligações aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Lopes Barreira sabe e comenta com Godinho as perspectivas: «O Manel é muito boa pessoa e é muito meu amigo. Agora é um dos braços direitos do Amorim. O senhor tem algum dificuldade em Viana do Castelo? O Manel mexe-se totalmente bem aí». «Mas aquilo está parado», admira-se Godinho. «Eu sei, eu sei» – diz Barreira – «mas se tiverem alguma sugestão para porem aquilo a funcionar outra vez, diga-me que eu falo com o secretário de Estado, pois eu dou-me bem com o gajo, pá. Se o sr. tiver alguma ideia para aquilo, a gente vai tentar falar com ele».

Por esta altura, Godinho e os seus homens já andam desiludidos com o dossiê Refer/Vitorino. Sabem que a proximidade das eleições legislativas lhes é adversa e, além disso, o PS tinha sofrido uma pesada derrota nas europeias. «Sócrates está quietinho, nem se quer mexer» , diz Carlos Vasconcelos.
(...)

Em finais de Julho, Lopes Barreira telefona a Godinho, dizendo que vai chatear Mário Lino: «A gaja anda-nos a perseguir a ti e a mim, a nós, e perseguições destas não as admito seja a quem for. Somos pessoas de bem e queremos trabalho, pá…». «Exactamente», conclui Godinho. «O Lino ligou-me ontem e eu disse-lhe: a culpa é tua porque tu és o chefe e não tens coragem para a pôr na ordem». «Mas também agora isto tá a acabar ó senhor doutor. Até aí para os nossos amigos não vai acabar bem. Eles estão convencidos de que vão ganhar as eleições e isto há um descontentamento muito grande», conclui Godinho.

A 29 de Julho, Godinho confidencia a Carlos Vasconcelos:
«Eu estou lixado com isto, sinceramente, estou mesmo desiludido com muita gente».

paula.azevedo@sol.pt e felicia.cabrita@sol.pt

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=164866&dossier=Caso Face Oculta

sexta-feira, 5 de março de 2010

Que "ganda" regabofe... que país mais louuuuucccooo

Reformas antecipadas

Saída de médicos obriga a contratar aposentados
por Rute Araújo, Publicado em 03 de Março de 2010

Corrida às reformas antecipadas dos médicos fez soar o alerta vermelho. Governo estuda solução para evitar colapso de serviços


Assinar contratos individuais de trabalho com os médicos reformados, através de um regime de excepção na função pública. Esta pode ser a solução do governo para um problema criado pelo próprio governo quando mudou as regras da aposentação e levou a uma corrida às reformas entre os clínicos, para evitar penalizações. Desde o início do ano, e em apenas dois meses, quase três centenas de médicos entregaram pedidos de reforma antecipada, fazendo soar o alerta vermelho nos corredores do Ministério da Saúde. (...)

Os ministérios da Saúde, Finanças e Trabalho estão a trabalhar numa solução juntamente com os dois sindicatos médicos para evitar que alguns serviços hospitalares e centros de saúde entrem em colapso. (...)

(...) Por isso, durante este ano, o Serviço Nacional de Saúde será obrigado a dar a reforma para logo a seguir aliciar os médicos a voltar.

(...)

(...), os sindicatos vêem uma saída. "Caso o governo entenda que está em risco a prestação de cuidados de saúde, uma das soluções é criar um regime especial e transitório, delimitado no tempo, que permita contratos individuais de trabalho, sem penalizações no salário e mantendo as contribuições para a segurança social", (...)

"Não se trata de reclamar um privilégio para a classe, trata-se de perceber que há serviços que podem mesmo fechar",... (...) ...nos centros de saúde que o problema é maior. Cerca de 200 pedidos são de médicos de família, uma das especialidades mais carenciadas.

(...) A falta de médicos é um problema que afecta há anos os serviços de saúde e que se vai arrastar nos próximos anos. (...)

(...)

http://www.ionline.pt/conteudo/49329-saida-medicos-obriga-contratar-aposentados
in Jornal I


Pobre país!
Sem médicos
Desgovernado
Pobre
Quase falido
Sem saúde
Sem educação
Sem justiça
Sem honra
Sem nada
E ninguém tem culpa de nada...
Verdade mesmo?
Ninguém explica porque faltam os médicos?
Um país sem médicos não é um país terceiromundista?
O que somos nós? Inteligentes? Sérios? Sabemos o que queremos?
Pobre país.. que já nada vai tendo!
E nem um só culpado se nadinha... que milagre. Será coisa de Nossa Senhora de Fátima? Não precisamos de um milagrinho? Ou de dois milagrinhos?
Só que desaparecesse toda essa vil canalhagem que tem desgovernado Portugal já era motivo de festa. E da rija. Mas milagres desses nem a Senhora é capaz de fazer.
Pobre gente que não governa, diziam, nem se deixa governar. Hoje como antes. Igual no futuro com esta gentalha. Pobre país. E ninguém está preso...


Pedro Alcobia da Cruz (ainda em liberdade... parece)

Toca a fugir... a toda a pressa!


Vinte mil pedidos de reforma antecipada

LUCÍLIA TIAGO


Só em Fevereiro poderão ter entrado na Caixa Geral de Aposentações (CGA) 20 mil pedidos de reforma, muitos dos quais com penalização. (...)

A antecipação já para este ano de algumas regras de convergência na aposentação da CGA com a Segurança Social estará a provocar uma verdadeira "corrida" às reformas entre os funcionários públicos. (...)

...muitos, assegura Carvalho da Silva, são de funcionários que ainda não têm a idade legal para a reforma, pelo que acabarão por se aposentar com penalização. (...)

Se o número que os sindicatos estimam para Fevereiro se confirmar, significa que em apenas um mês, a CGA receberá o número de pedidos de aposentação que prevê receber durante todo o ano de 2010. (...)

A antecipação da penalização (de 4,5% para 6% ao ano) nas reformas antecipadas foi um dos motivos da greve de ontem e está a levar muitos funcionários públicos a pedir a reforma antecipada. Uma precipitação que, alertou recentemente o secretário de Estado da Administração Pública (SEAP), pode fazer com que em alguns casos haja uma perda equivalente a metade da pensão. Com a entrada em vigor do OE, os pedidos devem abrandar, ainda que haja dirigentes sindicais que entendem que isso não vai acontecer por haver receio de que o OE/2011 possa apressar a convergência na idade da reforma para os 65 anos.

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1511168
in Jornal de Notícias de 5 de Março de 2010

Hilariante... que mais podemos dizer?



Paralisação com números divergentes

Governo estima adesão à greve em 13 por cento, sindicatos em 80 por cento

04.03.2010 - 17:49 Por PÚBLICO



Oitenta por cento para os sindicatos. Pelo menos 13 por cento, segundo estimativas do Governo. Os números foram avançados esta tarde pelo Executivo e pela Frente Comum para a adesão à greve nacional da função pública. Mais uma vez, há disparidade de valores, com as estruturas sindicais a contabilizarem mais de 300 mil funcionários em paralisação, uma contagem reduzida pelos ministérios para 12.600.


(...)o nível de adesão atingia os 80 por cento, valor semelhante ao da última greve que juntou as três estruturas sindicais dos trabalhadores do Estado, em 2007. ...foi nas autarquias que os impactos mais se fizeram sentir, com uma adesão que chegou aos 90 por cento. Na saúde e na educação, 80 por cento dos trabalhadores fizeram greve. Nos serviços da segurança social, foi de 90 por cento.

(...) No final do Conselho de Ministros, o secretário de Estado da Administração Pública, Gonçalo Castilho, disse que 10,8 por cento dos serviços estiveram encerrados devido à greve, num total de 12.600 funcionários ausentes no local de trabalho. Este valor acabaria por ser revisto durante a tarde para 14,1 por cento,...

(...)

A greve nacional de hoje será um dos primeiros protestos contra o congelamento de salários, o agravamento das penalizações das reformas antecipadas e questões relacionadas com as carreiras e o sistema de avaliação. Para Abril já estão marcadas “acções de grande impacto” em todas as capitais de distrito que vão receber, junto aos governos civis, manifestações organizadas pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, garantiu Ana Avoila. Para Maio está também agendada uma “grande manifestação”

http://economia.publico.pt/Noticia/governo-estima-adesao-a-greve-em-13-por-cento-sindicatos-em-80-por-cento_1425578

É o país que seguramente merecemos! De acordo?

Fosso entre ricos e pobres pouco mudou

05.03.2010 - 07:44 Por Raquel Martins

Portugal está tão desigual agora como em meados dos anos 90. Nas últimas décadas, o país ficou mais rico, mas nem todos puderam beneficiar da melhoria das condições de igual forma. E o problema não é os pobres estarem mais pobres, mas os ricos estarem ainda mais ricos, trocando as voltas às tentativas de criar uma sociedade inclusiva e agravando-se o fosso entre uns e outros.


Olhando para a evolução dos indicadores, pouco mudou nas últimas décadas. Na verdade a desigualdade na distribuição da riqueza era tão grave em 2008 como em 1997. O coeficiente de Gini (que mede a distribuição dos rendimentos e que é tanto mais grave quanto mais próximo estiver dos 100) apurado para estes dois anos era de 36 por cento. Pelo meio, houve ligeiras oscilações: agravou-se entre 2001 e 2006, e depois reduziu-se ligeiramente, ficando sempre acima da média da União Europeia (29 por cento em 1997 e 30 por cento em 2008).

Os valores alcançados não orgulham ninguém e também não impedem que a realidade nacional saia mal no retrato quando se compara com o resto dos parceiros europeus. Portugal ocupa o segundo lugar, a par da Bulgária e da Roménia, na lista de países onde a distribuição dos rendimentos é mais desigual. Pior só mesmo a Letónia, que apresentava um coeficiente de Gini de 38 por cento em 2008. O resultado mais favorável verificou-se na Eslovénia, considerada o país mais equilibrado na distribuição dos rendimentos de todo o espaço europeu, com um coeficiente de 23 por cento.

" Se compararmos os índice dos últimos 20 anos, o que tem sido feito na redução das desigualdades é muito pouco. Isso tem a ver com a natureza da nossa desigualdade e com as políticas seguidas, mas que somos dos mais desiguais da União Europeia é inquestionável", alerta Carlos Farinha Rodrigues, um dos economistas que mais se têm dedicado ao estudo desta problemática em Portugal.

O motor da desigualdade

Um dos elementos que mais contribuem para a desigualdade são os rendimentos do trabalho. Apesar das melhorias registadas desde meados da década de 90, Portugal continua a ter dos mais elevados níveis de desigualdade salarial no contexto da União Europeia.

O indicador que mede a diferença entre o rendimento líquido recebido pelos 20% que detêm níveis mais elevados de rendimento e o recebido pelos 20% mais pobres tem estado sempre entre os mais altos da Europa. Em 1995, o rendimento auferido pelos 20 por cento mais ricos era 7,5 por cento superior ao auferido pelos 20 por cento mais pobres. Passada mais de uma década, verificou-se uma ligeira melhoria com esse diferencial a chegar aos 6,1 por cento, mas Portugal continua a ser o terceiro país europeu onde a distribuição dos rendimentos do trabalho é mais desigual, muito próximo da Letónia e da Bulgária.

Na raiz deste problema está também, segundo Farinha Rodrigues, o elevado crescimento dos salários mais altos, uma tendência que se tem evidenciado nos anos mais recentes. "Portugal tem, em termos europeus, salários médios bastante baixos, mas não é difícil perceber que qualquer quadro de topo de uma empresa multinacional tem um salário que não é determinado pelo mercado português, o que gera factores de diferenciação muito grandes", exemplifica.

A este fenómeno há ainda que juntar outro, mas no pólo oposto: os trabalhadores que não conseguem com o seu salário garantir condições mínimas de subsistência, o que contribui para o agravamento das desigualdades e dos indicadores da pobreza.

Pensões desiquilibram

Há outros aspectos que também têm contribuído para a manutenção dos elevados níveis de desigualdade em Portugal. As pensões tendiam a reduzir a desigualdade, mas actualmente, fruto de várias políticas, há já pensões "extremamente elevadas", que acabam por desequilibrar os pratos da balança, como lembra o investigador do ISEG.

Carlos Farinha Rodrigues realça ainda que as ligeiras oscilações verificadas ao longo dos últimos anos ao nível da desigualdade são consequência do aumento dos recursos nas famílias mais pobres, fruto das políticas sociais lançadas pelo diversos governos. Contudo as políticas sociais têm uma capacidade limitada na redução das desigualdades, dado que não é esse o seu objectivo principal. É por isso que há economistas que defendem que a redução das desigualdades exige "não somente a melhoria das condições de vida dos grupos sociais mais vulneráveis, mas igualmente uma distribuição mais justa de todos os recursos gerados pela sociedade".

Esta recomendação surge em oposição à dos que defendem que primeiro é preciso criar riqueza para depois a distribuir. Contudo, os dados mostram que o crescimento económico positivo não é, por si, uma garantia de que a distribuição dos rendimentos é feita de forma equilibrada.


in Jornal Público
http://www.publico.pt/Economia/fosso-entre-ricos-e-pobres-pouco-mudou_1425631

segunda-feira, 1 de março de 2010

Pessimistas? Ainda?... gente mal habituada!


Barómetro

Pessimismo continua a aumentar e volta a valores de Maio de 2009

Vítor Costa e Francisco Teixeira
01/03/10 07:30

Futuro da situação económica do País é visto de forma mais pessimista que o dos próprios inquiridos.

A tendência não é nova e em Fevereiro apenas se voltou a acentuar. Desde Junho do ano passado que o pessimismo dos portugueses em relação à evolução económica do País, da sua própria situação económica e à do seu agregado familiar, tem vindo a piorar. O mês de Fevereiro não foi diferente. O pessimismo voltou a aumentar e já está ao nível de Maio do ano passado.

O barómetro de expectativa calculado pela Marktest para o Diário Económico e para a TSF reflecte assim um pessimismo moderado dos portugueses a que não serão alheias as notícias mais recentes: a crise na Grécia e o seu possível alastrar para Portugal; o congelamento de salários na Administração Pública implícito na proposta de Orçamento do Estado para 2010; a ausência de aumentos reais até 2013 que o Governo irá inscrever no Programa de Estabilidade e Crescimento; e a generalidade de medidas de austeridade que o Executivo terá de adoptar para trazer o défice público dos actuais 9,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para um valor inferior a 3%, são motivos mais do que suficientes para antecipar dificuldades.

"Penso que teve a ver com a turbulência em torno da dívida pública portuguesa e as notícias sobre o estado das contas públicas gregas", (…).

País leva a maior pessimismo

(…) o pessimismo dos portugueses é mais acentuado quando se referem à situação económica do país do que à sua própria situação ou à do seu agregado familiar.
No Norte o pessimismo é maior, tal como nos inquiridos de idade mais elevada e nos de classe mais baixa. (…)

in Diário Económico

Outra vez entre os piores? Hummmmmm, deve ser engano...

Mobilidade social

Portugal entre os piores. Educação dos pais limita salário dos filhos

por Bruno Faria Lopes e Marta F. Reis, Publicado em 01 de Março de 2010


Ascensão social é difícil em Portugal. Educação não chega para reduzir fosso


O fosso entre os salários das pessoas com pai licenciado e aquelas cujo pai cumpriu o 9.o ano de escolaridade é mais alto em Portugal do que em qualquer outro país da Organização para a Cooperação Económica (OCDE), mostra um estudo comparativo sobre mobilidade social publicado pela organização sediada em Paris. Apesar do crescimento económico nas últimas três décadas ter aberto novas oportunidades de ascensão social para milhares de portugueses, a mobilidade social relativa continua mais baixa do que noutros países desenvolvidos: Portugal é um dos países da OCDE onde a educação e o contexto económico dos pais mais influência tem no salário ganho pelos filhos.

"Em todos os países cobertos pelos dados, um filho tem muito mais probabilidade de estar no quartil [25%] salarial mais alto se o pai tiver educação superior, comparado com um filho cujo pai tem apenas educação básica [abaixo do 9.o ano], particularmente em Portugal, no Luxemburgo e no Reino Unido", aponta o estudo da autoria dos economistas Orsetta Causa e Asa Johansson (que serviu de base para o relatório publicado em Fevereiro pela OCDE). Ter um pai com educação superior sobe os salários dos filhos no mínimo 20%. O jogo social funciona também ao contrário: filhos de pais com menos do que o 9.o ano "tendem a ganhar consideravelmente menos".

Esta persistência salarial (e social) entre gerações verifica-se apesar das políticas públicas para criar igualdade de acesso ao factor que mais pesa na conquista por um emprego bem pago: a educação. A rigidez salarial reproduz mesmo um grau de rigidez semelhante na educação pública, confirma a OCDE. O contexto económico da família, por exemplo, tem um impacto importante nos resultados escolares, um efeito que é mais forte nos países mais desiguais.

"Em países com desigualdades grandes no contexto socioeconómico dos estudantes, incluindo México, Portugal, Luxemburgo, Espanha e Turquia, até uma influência relativamente moderada desse contexto nos resultados dos alunos conduz a uma persistência educacional maior entre gerações", aponta o estudo. Em Portugal, um filho de um pai licenciado tem menos 50% de probabilidades de se ficar apenas pelo ensino secundário, ao contrário de um colega cujo pai tenha o nono ano - é a diferença maior entre os países da OCDE. Estas conclusões são coerentes com as de estudos anteriores, como o realizado em 2006 pelo economista Pedro Carneiro, na University College de Londres, que revelou que dos alunos cujos pais concluíram o ensino primário só 7% acabaram a universidade.

(…)

"Por muito que a educação e o 'mérito' sejam importantes para entreabrir as portas de subida dos mais carenciados, o certo é que estes transportam consigo o seu próprio 'travão' que os impede de subir", comenta Elísio Estanque, sociólogo da Universidade de Coimbra [ver opinião]. "Trata-se de um processo sociocultural, quase congénito, em que o baixo estatuto herdado dos pais define um 'destino' (provável) que empurra os indivíduos para se manterem em padrões de vida idênticos ou próximos da sua origem social", acrescenta.

A influência do padrão de vida dos pais no futuro dos filhos é transversal a todos os países da OCDE, mas é mais intensa nos países do sul da Europa, que têm sociedades mais desiguais e barreiras de classe difíceis de transpor.

Rigidez laboral agrava problema. Para ultrapassar estas limitações - que põem directamente em causa a igualdade de oportunidades que é objectivo dos modelos de estado social europeus - a OCDE recomenda uma série de instrumentos políticos, que vão das alterações nas escolas a mudanças na lei do trabalho, cuja rigidez em Portugal tem sido criticada várias vezes pela OCDE.

"Há uma relação entre a protecção ao emprego e a persistência salarial entre gerações nos países europeus da OCDE", aponta o estudo. O efeito não é fácil de explicar, sublinha a instituição, mas a hipótese mais provável é de que a protecção seja usada pelos trabalhadores com contratos à custa dos que estão fora do sistema, nomeadamente os precários. "Na medida em que é mais provável que as pessoas com contextos [familiares] mais vantajosos estejam no grupo dos 'insiders' [dentro do sistema], a protecção pode aumentar o diferencial salarial entre os dois grupos, o que, por sua vez, pode traduzir-se numa persistência salarial mais alta entre gerações", acrescenta. O grau de protecção laboral em Portugal é também o mais alto da OCDE.

Outras medidas para diminuir a desvantagem dos pais com pior contexto económico ou escolar passam por dar prioridade ao pré-escolar, essencial para diminuir os efeitos da origem social na capacidade de aprendizagem das crianças mais pequenas. Apoios financeiros apenas para educação ou maior mistura de alunos de diferentes classes sociais são outras medidas propostas.
in Jornal I

Chamam a isto democracia? Não digam...

Estudo revela o pior resultado desde 1985

Confiança na democracia bate no fundo

01.03.2010 - 07:56 Por Nuno Simas (Jornal Público)


A satisfação dos portugueses com a democracia bateu no fundo. Eles que são tendencialmente de esquerda e não gostam de maiorias absolutas de um só partido. Têm reservas ao monopólio dos partidos e gostariam de participar mais.
Em menos de 40 palavras é o que se pode concluir do estudo "Representação política - O caso português em perspectiva comparada", organizado pelos politólogos André Freire e José Manuel Leite Viegas, do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE.


Este é o trabalho mais exaustivo que compara as opiniões e percepções entre eleitores e eleitos jamais feito em Portugal, em 2008, através de inquéritos à população e aos deputados. Uma conclusão prévia: as legislativas de 2009 confirmaram a aversão do eleitorado a uma maioria absoluta de um só partido, retirando-a ao PS. "Embora isso tenha outras explicações, a começar pela crise eco- nómica", afirma André Freire, co-autor do estudo, agora editado pela Sextante.

Freire confessa que não ficou surpreendido com os resultados: "Por exemplo, que o eleitorado é alinhado à esquerda". No capítulo da ideologia e representação política, algumas conclusões interessantes: PS e CDS têm níveis de congruência elevados entre eleitos e eleitores. Ou seja, o posicionamento dos eleitores coincide com o do partido, embora ligeiramente mais à direita do que os seus deputados. As maiores diferenças são no PSD. Os deputados "laranja" estão mais à esquerda do que o seu eleitorado. E quem vota CDU ou Bloco posiciona-se mais à direita do que os seus representantes no Parlamento.

Mas há algo que é incontornável: os portugueses estão muito insatisfeitos com a democracia. "Não se sentem bem representados e esse sentimento tem vindo a aumentar." Desde 1985, a satisfação regista o seu nível mais baixo em 2008. Mas os eleitores não colocam em causa a legitimidade democrática dos eleitos. Ou seja, os portugueses são democratas insatisfeitos, mas democratas, apesar de tudo. Ainda assim gostariam de participar mais, apesar do papel preponderante dos partidos no sistema político.

Freire arrisca mesmo dizer que nos últimos anos "os partidos tornaram-se meros instrumentos dos seus líderes". Nas últimas semanas, exemplificou, num cenário de crise política, "falou-se logo em eleições" e o PS sentiu necessidade de "tocar a rebate em torno do líder". "Mas os eleitores votaram no PS e nada impede, como acontece noutros países europeus, que o PS indique outro primeiro-ministro", afirmou.

Na política não há receitas únicas - "não há soluções que não tenham desvantagens" -, mas Freire retoma a ideia de uma reforma: a votação em lista semifechada. Um sistema misto, com um círculo nacional, e listas regionais. Por outras palavras, o eleitor votaria no partido na lista nacional, mas poderia optar também por votar num determinado candidato. O que obrigaria os partidos a "um esforço suplementar" nas suas escolhas. Tanto que, no estudo, os inquiridos reclamaram uma maior participação na escolha dos deputados.

As maiorias absolutas é que são pouco desejadas pelos eleitores. Embora PS e PSD as defendam. Nos partidos mais pequenos, a preferência é para coligações. Percebe-se porquê, num país em que, após o período revolucionário, só o CDS chegou ao poder em coligação - com PS e PSD.