quarta-feira, 31 de março de 2010

Corrupção em Portugal? Existe?! Quem diria...

Cravinho
Corrupção política "é o problema mais grave que o país enfrenta"

O ex-ministro João Cravinho afirmou hoje que a "corrupção política é o problema mais grave que o país enfrenta" e lamentou a inexistência de uma estratégia formal do Governo para combater o fenómeno.

O ex-ministro João Cravinho afirmou hoje que a "corrupção política é o problema mais grave que o país enfrenta" e lamentou a inexistência de uma estratégia formal do Governo para combater o fenómeno.

"A corrupção política é o problema mais grave que o país enfrenta, o principal problema do país ao nível da corrupção", disse João Cravinho, durante uma intervenção na comissão parlamentar para o acompanhamento do fenómeno.

Reconhecendo não encontrar ninguém que, além de si, publicamente defenda esta ideia, o antigo deputado socialista, autor de um pacote contra a corrupção apresentado em 2006 e que foi rejeitado pela sua própria bancada, foi ainda um pouco mais longe, acrescentando que "o tráfico de influências é a maior manifestação de corrupção política".

"A corrupção política está à solta", frisou, sem, contudo, deixar elogios ao trabalho que está a ser desenvolvido pelo presidente do Tribunal de Contas, Guilherme de Oliveira Martins, ao nível da corrupção administrativa.

Na sua longa intervenção inicial, que se prolongou por quase uma hora e meia, João Cravinho defendeu também a necessidade da Assembleia da República assumir "um papel chave" na luta contra a corrupção e lamentou a inexistência de uma "estratégia formal" do Governo para combater o fenómeno.

"Não existe", lamentou, considerando que sem essa estratégia equivale a "andar a tentar vazar o oceano da corrupção com a selha rota".

Antes, o ex-ministro socialista já tinha notado a necessidade de "despartidarizar a administração pública", classificando esta medida como "a pedra das pedras" de uma lei quadro da transparência que deveria ser criada.

Ou seja, explicou, todos os titulares de cargos da administração pública devem ser escolhidos unicamente pelo seu "mérito e competência profissional", à excepção de alguns altos cargos já previstos na lei, como os que prestam serviço nos órgãos de apoio à Presidência da República.

"E todos são todos", insistiu, considerando esta reforma como "muita complexa, mas perfeitamente possível".

A realidade é que constituem-se ligações que têm em muitos casos um carácter de manifestação de redes de interesses", acrescentou.

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