sexta-feira, 22 de julho de 2016

OS MÉDICOS FORAM EMBRUXADOS OU AMALDIÇOADOS! O DIABO ANDA POR AQUI



O DIABO ANDA METIDO NISTO!









Vivi muitos anos da minha juventude num meio rural. Há substanciais diferenças entre a realidade de cada dia e os costumes da pequena aldeia semeada entre pinhais e tendo como vizinhas outras aldeias do mesmo tipo e a cidade, centro de uma região urbana, cercada por vilas e aldeias.

Recordo coisas pitorescas da minha aldeia. Foi nela e em outras duas que comecei a trabalhar. Desde aldeolas sem luz eléctrica, sem água canalizada e sem estradas asfaltadas havia de tudo, povo rude, rijo, de hábitos que pareciam tirados dos livros de Júlio Dinis . Havia um doente com quem me relacionara bastante bem que aparecia cheio de dores nas costas, vergado, agarrado a vigoroso cajado e praguejando a pouca sorte de chegar a velho e não ter descanso de dores e se arrastar penosamente. Depois soube era o campeão do pau, e em tantos deve ter malhado que os seus inimigos o esperavam na calada da noite e quando o nosso bom herói regressava a casa três ou quatro caíam sobre ele e o deixavam quase morto à beira do caminho. A sua cabeça provava as histórias, eram um puzzle de sulcos, de cicatrizes. Como sobreviveu me parece um milagre.

Tive contacto como histórias imensas que hoje não parecem sequer criveis e acho que foi salutar para mim contactar esse povo de verdade, puro, endurecido pela vida, de regras e honra, de palavra. E de medos também. Conheci uma doente que era o desespero de cada médico novo que aparecia na freguesia, fosse estagiário, ou fosse lá de que categoria fosse. A senhora de imediato se apresentava - e bem posta em relação às suas companheiras de lugar - bem falante, pedindo urgente consulta para ver se por fim, este novo médico lhe tirava o espírito que trazia no corpo. Os médicos ficavam aterrados e me vinham perguntar se a senhora estaria bem do seu juízo. O padre recusava-se a falar com ela depois das missas na sacristia.

Outra coisa interessante não esqueci. Se entre dois jovens se estabelecia um namoro, à porta de casa e aos domingos ao caminho da missa e regresso, sob controle apertado da mãe,  e trocassem fotos deles era um problema terrível, acabando o amor e se desfazendo o namoro, era de imediato obrigatório entregar as fotos a cada um. Justificava-se essa atitude com os malefícios que com bruxas e feitiços e mais coisas estranhas se podia fazer com má posse de foto alheia. Que podia determinar a perdição do dono da foto. Coisas.E o povo era absolutamente crente nessas coisas e levava tudo a sério para salvação da vida e sair garantido com saúde e paz de espírito.

Estas coisas são milenares. Nalguns lados dará graça ouvir esta história por parecer completamente desprovida de senso. Mas já depois da revolução de Abril, e da chegada da civilização a esses lugares mais escondidos, luz, água e electricidade, as pessoas juravam que a realidade era aquela que conheciam dos avós, passara a pais e elas transmitiam aos filhos.

Toda esta introdução pois esta noite parece que fiz uma viagem precisamente ao mundo labiríntico do passado onde pululam as tais coisas que não sabemos explicar mas temos dúvidas se existem ou não. Em verdade, e só afirmo isto para esclarecimento da história, pois facilmente não se acredita, tão baixo caíram as relações entre os homens nesta altura de modernidade, de sabedoria e de ciência, não me saem da cabeça os bons dos três médicos que sem qualquer motivo credível ou razoável me atacaram, fizeram comigo um joguete do faz de conta, e me provocaram danos. Metralha-me a cabeça, e não encontro nada que seja compreensível e com senso, que possa justificar que gente culta, séria, competente, pudesse fazer a algum mortal o que me fizeram a mim. E depois de me atacarem continuaram a me enganar, a me conduzir por caminhos que não conseguisse resolver o problema que me tinham deliberadamente arranjado. Fizeram tudo para me enganar e tornar a minha situação definitiva, inquinando o processo, me dando informações erradas e fazendo com que eu, de boa fé, não pudesse, endireitar o que eles entortaram.

Mas esse é um Processo pelo qual eles vão ter de responder. Assumir a responsabilidade só lhes fica bem e é de gente de carácter e seriedade. Se continuarem com a mentira, fácil de demonstrar, acabam se prejudicando ainda mais, passarem por militantes mentirosos, gente baixa, gente sem vergonha, gentalha.

Mas, como dizia, martelava-me a cabeça toda essa história em noite  - mais uma sem dormir - querendo por um lado imaginar que os médicos não tendo razão alguma para me fazer dano o que os levara a serem tudo menos humanos, tudo menos gente, tudo menos pessoas de bem, quando eu ainda os via como os senhores doutores que sempre cumprimentara com respeito e simpatia. Algo não batia certo. E lá me vieram à cabeça as historietas da aldeia onde aprendera a trabalhar mas a conhecer o que é ser-se homem e a lutar contra as adversidades de um mundo hostil.

Os médicos foram embruxados! 



 


Concluí que só algo desse tipo justificaria a baixeza que fizeram, contrariando o seu modo normal de estar. Eles fizeram o que em condições normais eram incapazes de fazer. Alguém lhes fez alguma maleita demoníaca, ou os atormentando através de fotos, ou os picando em bonecos, ou fazendo rezas, ou os salpicando com poções de maldade. E a bruxa ou bruxo que tudo isto fez obrigatoriamente obedecia a duas maldades, ódio descontrolado e visceral, viral, contra a minha pessoa, que nunca me meti com ninguém, muito menos de mau génio, ou de más artes, e um outro tipo de ódio sobre os médicos a quem quer mal, por lhes ter inveja, por lhes terem usurpado algum bem ou benefício, e a quem quis ver sair penalizados desta história que com manhas e artes negras concebeu.

Esse agente do mal e das trevas criou um embuste em duas direcções, foi pérfida, foi terrível, trabalhou com afinco e com maldade sem fim. Esse ser desumano, esse demónio, esse bruxo só tinha a ganhar de tudo o que se passou. Fácil, tudo bem estudado e preparado. Com sorte e os poderes maléficos que usou podia dar um tiro em dois coelhos, castigar-me e assim dar satisfação magna ao seu ódio visceral, e do mal que me impunha ainda podia alcançar os médicos, se a estes acontecesse qualquer coisa de mal, resultante de toda esta guerra que se ia travar, podendo mesmo, destruir-lhes a reputação. diminuí-los na capacidade humana de ser, colocar em causa o seu labor e as suas responsabilidades e seriedade para se manterem na função.

Esse ser do mal, que não tenho a sorte ou a pouca sorte de conhecer, tem as culpas de tudo. Agiu pelos médicos a quem odeia, como me odeia a mim, a maldade pura não ama nem possui sentimentos, e tentou de um só golpe se vingar em definitivo de mim, e descredibilizar os médicos, destruir a sua honra, a sua imagem de seriedade e isenção.

Trocaria todo este maldito processo que vem cheio de artes malignas, e daria tréguas e paz aos médicos se fosse capaz de discernir quem é esse ser malvado. Tudo daria. Trocaria uma guerra que me não entusiasma por outra que podendo ser mais feroz é melhor, é a luta do bem contra o mal, e garanto abria ao meio esse ser das trevas, o faria explodir com todas as suas acções nefastas, e o exterminaria da face da terra.

Mas isso não está fora do que o tempo nos pode trazer. Deixem-me descobrir a bruxa ou demónio, onde anda, e independentemente de quem possa ser - ele anda na terra sob forma de animal ou de homem - serão as minhas mãos a estrangular a besta, será a cruz a destroçar esse ser dos infernos, e eu serei o seu carrasco. 

Os médicos foram amaldiçoados!







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