Logo eu que desesperava com a calmaria destes dias de calor infernal. Julgava todo o mundo de férias, barrigas voltadas para o sol, e umas banhocas por esse mar sem fim em qualquer praia que pelo mundo estão espalhadas.
Isso era sinónimo de abrandamento ou mesmo de bloqueio no andamento do meu processo contra os tais médicos brincalhões que decidiram um dia judiar com quem não deviam. (Digo isto não por me pensar mais que algum outro, mas apenas porque a minha vida foi lutar contra as adversidades e desde cedo percebi que há quem lute franco - são guerras claras, cristalinas ganha o que tiver mais poder de razão - e há quem lute baixo, com mentiras, com maldade, com o fito único de demolir a todo o custo, custe o que custar, independentemente da razão que possa ou não existir a vítima escolhida. Mal comparado são abutres, são serpentes, são seres desprezíveis que nos podem atacar pelas costas, a dormir, quando estamos mais fracos, são letais, nem parecem humanos.
Pensava eu, dizia, que este tempo de um calor imenso em que parece que não se consegue produzir, fui surpreendido com uma carta da nossa Assembleia da República. Mais uma. Afinal parece que alguns grupos parlamentares assumem o espírito de representação dos eleitores, isto é, dos cidadãos que os elegeram.
Fiquei duplamente satisfeito. Por um lado havia um grupo de deputados que me tecia considerações pela carta reclamação que eu lhes enviara, e por outro, o mais importante, quando o nível de aceitação da Assembleia da República é tão fraco e impopular, recebi a prova provada que nem todos dormem, nem todos fazem figura apenas, e alguns se preocupam com assuntos menores de um cidadão maltratado, que clama justiça.
A minha gratidão é imensa e não vou esquecer.
Portugal parece ainda não ter adormecido nem se ter entregue nas mãos de gente sem escrúpulos. Graças a Deus Portugal existe como Estado de Direito, as Instituições parecem estar a funcionar normalmente, a democracia parece estar a ficar madura e rica, a legalidade parece estender-se a todos, os cidadãos têm motivos para estar descansados. Viva Portugal, a Democracia, o nosso Povo e a Constituição que nos garante direitos e garantias e algum bem estar, regulando a vida de todos.
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