NEM TUDO O QUE LUZ É OIRO

AINDA BEM QUE NÃO BEBO

PODIA PENSAR QUE ESTAVA DELIRANDO

Unidade de Saúde de Pública de Portalegre 

Alerta

Cuidado

Todo o cuidado é pouco

Será caso de Polícia?

Insólitos...

Na última vez que fui à Unidade de Saúde Pública de Portalegre, quando aproveitei para tirar algumas fotos para colocar nas minhas resenhas de pensador de quarto nível (ou mesmo quinto) fiquei atónito, perplexo, estupefacto, incrédulo, com o que vi. Se eu fosse um jovem da nossa era teria ajudado a Entidade Pública aonde me dirigia a desvendar este enigma, que desde esse dia me mantém em profundas reflexões, em inquietação, em dúvida, se fosse dos dias de hoje teria de imediato tirado uma selfie (parece que é assim que chamam ao acto de focar com o telemóvel repentinos...). É que ao olhar para a entrada da USP de Portalegre eis que os meus olhos são confrontados com um verdadeiro enigma, um acontecimento estranho, inacreditável, bizarro, perturbador... um jovem ciclista, vestido a rigor sobe a rampa da USP ele e a bicicleta, abre a porta e entra ele e a bicicleta, abre a porta interior em vidro que dá acesso ao piso da Saúde Pública e das Juntas Médicas e lá vai como antes, ele e a bicicleta...

Adoentado, pensei que a USP tinha mudado de instalações e estaria a olhar a Sede de alguma equipa de ciclismo, ou mesmo algum Órgão de Ciclismo sediado em Portalegre e que eu, na ignorância de quem vai perdendo o tino, desconhecia, deixara passar sem ter conhecimento.

Aproximei-me cauteloso, já não tenho resistência para asneira atrás de asneira, e não iria entrar em Entidade desadequada e sujeitar-me ao vexame de ser expulso por inoportuno visitante de privada e reservada Instituição.

Mas, junto da porta do exterior e depois do interior tudo parecia igual. As placas identificadoras dos Serviços mantinham-se as mesmas. Mas o ciclista no seu interior e mais a boa da bicicleta deixavam-me atrapalhado. Entrar? Sair? A USP estaria a fazer juntas Médicas desportivas? Estaria a patrocinar um ciclista de algum campeonato? E a bicicleta entrando escadas acima...

Nisto o dito corredor, passa por mim, desce, abre as portas sai com a bicicleta e ligeiro vai à sua vida.

Eu confesso que na USP já nada me faz confusão. Entrar por ali a dentro um jovem ciclista ou um homem vestido com fato de pesca submarina, pulando em cima das barbatanas, nada me choca. O que eu já vi daquele Serviço permite-me acreditar que tudo pode ali passar-se. Tudo.

Mas, depois de noites sem dormir pensando em quem seria o jovem ciclista, se a bicicleta legitimamente podia ou não entrar pela USP a dentro, imaginei se eu e a minha moto poderíamos entrar por ali. Se seria preciso alguma credencial de penetração, de elevação e de estacionamento e onde a mesma seria emitida, se na própria USP ou na ULSNA, E.P.E.

O jovem não seria "incapacitado" depreende-se do acto de andar de bicicleta e ligeiramente a transportar no ar, como se a mesma fizesse parte dele mesmo.

Em bom rigor entendi que devia deixar aqui as minhas preocupações. Se houve violação do espaço de um organismo público primacialmente destinado a doentes há infracção. Onde se viu uma pessoa entrar com a bicicleta num organismo público? Ou trata-se de algum VIP portalegrense? Isso justifica tudo. E fico descansado. Se é jovem VIP em Portalegre, pode tudo. É uma cidade virada para gente importante, que tanto no público como no privado, na lei ou fora dela, tudo podem.

Se for o caso - preocupado eu aqui com possíveis violações imaginem - só me resta pedir desculpa a quem de direito e disponibilizar-me, se for caso disso, ajudar o jovem ciclista no transporte e guarda da sua bicicleta onde quer que se encontre. A estabilidade da vida citadina tem que ser mantida a todo custo.

Se acaso foi uma violação, por Deus, sou testemunha e podem a todo o tempo contar com o meu depoimento. A bem da Nação.

Todavia a curiosidade não deixa de me questionar a todo o instante, quem será o jovem? Tem nome? Tem família? É conhecido? Tem ou não salvo conduto para transitar livremente com a sua bicicleta no exterior e no interior das entidades públicas? Bem, justifico tanta pergunta com a curiosidade. Com o insólito. Mas já vivi o suficiente para acreditar estar a ver algo que apenas parece e não é. Ou é e não parece. Ou não... Termino, estou a ficar baralhado...