U. S. P. de PORTALEGRE
ULSNA, E. P. E.
É tempo. Custou mas foi. Aqui na cidade tudo parecia adormecido. É o faz de contas habitual. Ninguém sabe, se não conhece, não existe. E tapam-se, as comadres numa promiscuidade costumeira dão as mãos, juntas sentem-se acima de qualquer suspeita, são sérias, transparentes, nunca deram caso de coisas estranhas, muito menos de reclamações, protestos e pedidos de justiça. Acima das leis fazem o que bem querem, como querem e ainda lhes sobre tempo e vagar. São poder, por isso não é um pobre coitado qualquer que vai abanar a sua vaidosa importância de primas donas. E silenciam, ignoram, o tempo trata de tudo e seguem sem temer, sem receios, tranquilas, poderosas ninguém vai obstaculizar as suas rotinas, sejam quais forem, sejam ou não de acordo com a ética ou as leis. Essas coisas são preciosismos para os parvos, quem manda, quem pode, quem faz, quem não tem dúvidas nem comete erros vive num espaço especial longe dos protestos dos cidadãos. Era o que faltava, imaginem um doente reclamar. E tradicionalmente manipulam-se as reclamações. O Livro Amarelo costuma ser uma diversão. Mas esqueceram uma coisa que não vão mais no futuro esquecer, brinca-se com o doente, joga-se com o incapacitado, fazem-se as Juntas Médicas a la carte, mas convêm olhar bem para quem se pretende pisar. Nem toda a gente serve de capacho a três ou quatro médicos, isso era coisa do tempo do feudalismo e da revolução industrial. Hoje o homem, por lei, nem é escravo nem está banido de direitos, desde o mais pequeno ao maior, desde o mais débil ao mais forte. E ser médico não legitima atentados contra os outros, prepotências, ilegalidades, tropelias, comportamentos maldosos, ser médico é simplesmente ser um ser humano como os demais. Acordem, parece que vivem no século passado. Vão ter que responder. Vão ter que se explicar. Vão ter que mentir de novo Senhora Presidente das Juntas Médicas? (lá vem o tal famigerado ditado que condena a mentira que para ser sustentada leva a que digam uma colecção mais). Quando terão a humildade de se entregar e assumir que andaram muito mal, foram incompetentes, transgrediram as leis, e com isso provocaram deliberadamente danos no doente, que teve a audácia de reclamar, e teve a tenacidade de nunca desistir. A verdade vai surgir. Espero que a culpa seja acompanhada de consequências, de castigo, para que tropelias malvadas destas não voltem a cumprir-se. E não podemos esquecer a legitimidade e o interesse em se levantar uma Auditoria a esse Serviço. Para se perceber se aconteceu um caso, ou se foi um caso entre muitos. E tantas culpas tem a Unidade de Saúde Pública de Portalegre como a ULSNA, E.P.E.. Uma cometeu o desaforo e a outra ficou à porta de sobreaviso. Uma transgrediu a outra escondeu, tapou. As duas merecem exemplar castigo. Esperemos. O tempo corre de feição. A verdade virá à luz. A justiça será feita. Vamos ver como ficarão os médicos brincalhões, se tudo vai continuar como dantes ou vai haver qualquer coisa que mude. Eu lutarei até ao fim. Meias vitórias depois de tanto tempo e com gente desta não é nem pode ser fim de guerra. Não se podem aceitar vitórias de Pirro. Viva a democracia. O Processo.
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