segunda-feira, 14 de agosto de 2017

PENSAR QUE UM LOUCO É NECESSARIAMENTE ESTÚPIDO É IMBECILIDADE


Hoje, e como resposta a um ultimato que fiz a Sua Excelência a Senhora Doutora Presidente das Juntas Médicas de Incapacidade, em que lhe propus pela última vez encontrarmos através de um acordo - que seria a reposição da justiça no acto inquinado que há quase dois anos me prejudica a vida, contraria a competência, a igualdade, a boa fé, e os deveres que devem nortear os que servem o interesse público - pude constatar:

1. Sua Excelência percebeu, por fim, que responder a uma carta de um utente é respeitar o direito de informação e o direito de resposta. E um inquestionável meio de prova.

2. Sua Excelência não mostra qualquer abertura a discutir, dialogar, sobre o acto "ilegal e criminoso", não deseja qualquer acordo, e vem dizer-me, "para reavaliação do seu caso terá que requerer novamente Junta".

Isto é, sua Excelência mostra confundir um doente com um estúpido. Apenas me propõe, dito de outro modo "desista de reclamar sobre a canalhice que lhe fizemos, assuma os prejuízos, cale-se bem calado, e venha de novo submeter-se a uma nova Junta. (E com subtileza ainda me atacam de novo).

E, naturalmente, gato escaldado de água fria tem medo. Uma nova Junta? Feita por quem? A mim, Sua Excelência já levou meses a enganar-me. Não me engana mais. Não vou a nova Junta. Eu luto contra uma Junta absolutamente canalha, vil, desumana, absurda, incompetente, eu peço justiça, peço paz, peço humanidade. E como se eu fosse estúpido vem-me convidar a participar em outro regabofe. Não, os senhores doutores podem enganar meio distrito, podem fazer as trafulhices que lhes apetecer, podem tratar desumanamente os doentes, engana-los, trata-los de modo desigual, podem tudo. As suas Juntas Médicas, basta ver a minha, e não é necessário ser-se médico, ser-se especialista, basta saber ler, ou não sabendo, saber ouvir, para perceber que faz-se exatamente o que se quer, tipo "à la carte". A minha Junta Médica foi uma brincadeira de mau gosto. Um crime. Não brincam mais comigo.

Não me submeterei a mais Junta Médica alguma antes de ter decidida, por quem de direito, a decisão sobre a Junta Médica sem qualquer valor que me foi feita. Leve o tempo que levar. Perca ou não direitos. Tenha ou não mais prejuízos. E em situações anormais, medidas anormais, vou requerer nos Órgãos próprios, administrativos, judiciais, europeus, ser ressarcido por todos os danos que me foram provocados, e agir civil e criminalmente sobre quem utiliza um poder que lhe foi atribuído para um fim, e dele o abastardou em fim diverso, ilegal, indigno, imoral, e danoso para um doente.

Se Sua Excelência a Senhora Presidente das Juntas Médicas ainda não entendeu que não desisto em circunstância alguma, da verdade, do direito - dar a cada um o seu - pode ficar convicta que esta será uma guerra para não ser esquecida em Portalegre. Reitero que não temo os médicos. Quem tem práticas tão assustadoras como podemos adivinhar, e se pensarmos a quanta gente não terão feito igual ou pior, tem que prestar contas, do seu Serviço, dos seus métodos, do modo como trata os doentes, todos, e não uns pouquinhos. Para bem da sociedade portalegrense, para bem da tranquilidade e da confiança, o Estado não sai bem visto, se não tomar quaisquer das medidas que a Reclamação no Livro Amarelo prevê. Entre elas, e para bem de todos, uma Inspecção minuciosa aos processos de Juntas Médicas e à Unidade de Saúde Pública de Portalegre. 

Também seria de interesse, saber-se, por escrito, fundamentadamente, porque um Júri de Juntas Médicas, diminui a valoração na avaliação de um doente exatamente onde de modo inequívoco, os especialistas sustentam estar o mesmo "piorado" e ter sido por esse motivo que foi requerida justamente a Junta de Reavaliação.

E explicar como a Excelentíssima Presidente das Juntas Médicas, não respondeu às cartas - que o doente, inconformado com acto tão absurdo, que pensou tratar-se de erro grosseiro, logo sanável, de modo legal, - por escrito, respeitando o seu direito à informação e de resposta. E optou por empatar-me, miseravelmente meses após meses, fazendo-me gastar dinheiro em novos Relatórios Médicos, de engano em engano, para mais tarde vir dizer, com uma ingenuidade falsa, simplesmente; "que disse"... E o povo acredita? O povo endoidou? Os actos da Administração Pública não se presumem minha Senhora, aos meus pedidos de reposição da verdade, apenas um plano doentio e vingativo condenado ao insucesso, foge às formalidades legais, e à ausência de comprometimento legal, e defesa de dúvidas, se não responde... para mais tarde, em duvidosas artimanhas, com barbas, vir-se defender com um, "disse".

Hoje, como tinha informado V. Excia. fui ao Tribunal de Portalegre para fazer entrada de todo um novo acervo aprofundado e documentado. Terei até imenso prazer em lhe enviar uma cópia posteriormente. Infelizmente o Tribunal estava encerrado.

Como acredito que nada acontece por acaso acreditei que algum anjo ainda tocaria o coração empedernido de V. Excia. e dos seus companheiros. Mas depois vi a carta de V. Excia. Fui estúpido - nisso tem razão - nunca deveria ter dado créditos às suas mentiras e a tudo o que andou a fazer comigo, meses e meses a mandar-me esperar, a fazer-me acreditar que tudo se ia resolver. Mas acreditei que a Senhora seria gente de bem, e o mesmo admiti sem qualquer questionamento dos seus ilustres colegas. Infelizmente, como dizia um eminente homem do direito no Brasil, "não confie nos cabelos brancos, os canalhas também envelhecem", isto é, confiei em gente que devia ser séria, que devia ter educação, que devia ter honra, que devia ter ideia de justiça e de bem. Foi um erro que estou a pagar muito caro.

Mas, só no fim, veremos quem vai efectivamente pagar todos os gravíssimos danos que já me causaram e os que poderão por aí vir. A Justiça tarda mas chega. E eu, queridos doutores, acreditem, ainda nem comecei a lutar a sério. Tenho tentado que o tempo leve algum bom senso a gente que devia ter algum sentido ético. Poderiam ter percebido a dimensão vergonhosa dos vossos actos. Poderiam querer colocar um ponto final em tudo. Criar paz, fazendo justiça e repondo a verdade. Tudo parece tão simples.

Mas se mataram Jesus por ele vir falar de amor e vida eterna, porque não hão-de três ou quatro médicos divertir-se desgraçando a vida dos seus doentes, atacando-os como chacais, quando estão fracos. Além de maus são cobardes. Eu rezo por vocês. E por mim. Eu tento desesperadamente amá-los. Perdoar. Mas temo, perante tantas provocações, tanta maldade, tanta safadeza, que o amor que existe em mim, e a luz que o divino mantêm acesa dentro de mim, possam desaparecer. O que acontecer comigo é comigo e como vos disse já, darei a vida neste processo. Nunca vou perder. Mas, como inacreditavelmente não lhes guardo rancores nem ódios e muito menos espírito de vinganças, também não desejo que possam perder, por exemplo, a honra. Apesar disso hoje não parecer ter qualquer valor. Que se venham a arrepender, e seja tarde, já não exista qualquer remédio.

Bem, quarta-feira, vou levar o Processo ao Ministério Público do Tribunal de Portalegre. Abre do meio dia às quatro horas da tarde. Têm o feriado para reflectir e afinal escolher uma paz, mesmo que fraca, a uma guerra onde vai valer tudo, e alguém vai ter que gemer.

Nunca poderão dizer que não mantive a porta aberta até ao último minuto.

Depois de entregue o Processo no Ministério Público já não há retorno. Eu, como se estivesse morto estou danado por morrer lutando aqui. Enquanto luto vou viver plenamente, mais sabendo que luto por amor, pelos outros, pela verdade, pela justiça, pela lei. E pelos meus direitos. Talvez não tenha tempo para os readquirir, será o modo de outros se meterem na contenda. Quem não luta pelos seus direitos não é digno deles.

Eu não mereço, de modo nenhum a vilania que me fizeram. Seja o que Deus quiser. E que vos perdoe.


(Deste post, tirarei cópia e juntarei à bomba atómica... quando se der a explosão, muita verdade vai ficar às claras por muito tempo)














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