...DIABÓLICA MONTANHA RUSSA
Portugal é um país imaginado. Apenas aqueles dotados por Deus de capacidades fora do vulgar no entendimento conseguem percepcionar uma parte pouco expressiva de um país que funciona numa endiabrada movimentação nada racional que leva a que tudo se envolva em voltas e mais voltas, curvas para um e outro lado, sobe e desce, velocidades sempre em variação, não se sabendo na verdade, quando se encontra o que se procura, ou quando pára e podemos galgar fora desse mundo de loucos que acabam por tornar o cidadão incauto num simples humano que acaba de ser barbaramente empurrado para a montanha russa mais perigosa e medonha do universo.
Um cidadão português que veja os seus direitos violados por um acto praticado premeditadamente, isto é com desejo de se fazer, conhecendo os prejuízos que vai causar e mesmo assim se realiza, por parte de três médicos de saúde pública, que numa só junta médica ou mostram possuir uma total incapacidade técnica para fazer um serviço que qualquer pessoa de bom senso e com os mínimos conhecimentos de ler e interpretar fazia melhor, ou mostram de modo inequívoco não ter nem moral, nem ética, nem imparcialidade para julgar doentes e lhes provocar, por razões que não se entendem graves danos, ou cala ou protesta.
Se cala, que é o deve acontecer normalmente e isso ajudaria a perceber a total impunidade com que se violam preceitos basilares das regras profissionais, e se faz a injustiça, a maldade gratuita, a sacanagem mais vil, pois se está a atacar direitos de gente frágil, doente, incapacitada que não pode ou não tem capacidade para perceber o logro em que cai e consequentemente não reclama. Com que razões se enganam os doentes? Ou enganam-se uns para dar uma mãozinha noutros? Ou estrangula-se o pobrezinho porque o rico está à porta? Ou é brincadeira?
Comigo também brincaram, e devem ter pensado que me tinham comido por parvo como possivelmente acontece com os demais, nem dei por nada, foi tudo tão rápido que saí da Unidade de Saúde Pública de Portalegre não feliz da vida, pois não tinha alcançado os meus objectivos, mas convencido que fora executada uma junta médica natural, séria, respeitadora do doente. Só quando em casa, depois de almoçar, me ponho a observar o meu novo Certificado de Incapacidade percebo, atónito, que em vez de ter subido um pouco - mas não o que pretendia e teria repercussões na minha vida económica e familiar - como inicialmente tinha percebido, os doutos médicos, em resposta a relatórios médicos de especialistas em que declaram eu estar "piorado", consideraram que eu estava melhor, e baixaram-me o coeficiente de incapacidade.
Vi muita coisa na minha vida, assisti a muitas ilegalidades, eu próprio tive de defender-me de várias, mas nunca tinha visto três funcionários públicos, melhor, três autoridades de saúde pública, fazer um trabalho tão sórdido, execrável, desumano, irresponsável, e com toda a certeza criminoso. Pelo menos é para onde eu me inclino. Para mim que não sou especialista em direito, nem em coisa de leis, tenho, do senso comum, e das pesquisas que andei a fazer, que um funcionário, a Administração, pode provocar um acto ou uma omissão que penalize de tal modo o cidadão e seja contrária às leis e seja executada com dolo, vai por norma constitucional incorrer em procedimento civil ou penal e havendo dano à obrigação de reparar.
Não contentes com o facto de me fazerem uma Junta Médica fraudulenta, escrevi a protestar convencido que tal acto poderia estar inquinado por erro grosseiro que poder-se-ia emendar a todo o tempo. Não tive resposta. Tinha metido o pé na montanha russa. E quando falei com a Senhora Presidente das Juntas ela me justificou a situação com um relatório pouco claro, nem mais o que o especialista menciona que me encontrava piorado, e sanaria a situação entregando um mais minucioso. Já tinha os dois pés na montanha russa. E fui a correr pagando do meu bolso, dada a urgência em que tinha necessidade de resolver a situação, e fui entregar não só o relatório mais minucioso como me foi pedido, como um outro actualizado de outras especialista. Não foi com boa cara que a Senhora Presidente recebeu os documentos que lhe entreguei, virou-me as costas e não me disse uma única palavra.
Estava sentado no carrinho da montanha russa e esperava que começasse em movimento. Sentei-me na sala de espera, pois como nada me foi dito pela Senhora Presidente das Juntas eu na minha ingenuidade ainda pensei que tivesse levado o documento onde estavam os médicos reunidos e porventura iriam alterar a minha Incapacidade. Só algum tempo depois a funcionária administrativa me veio dizer para não estar ali, nada seria feito nesse dia, que fosse para casa descansado que depois me telefonariam a dizer quando seria o dia.
Passaram meses. O carrinho da montanha russa andava às voltas sempre numa velocidade lenta mas certa. Andava embalado. E o tempo a passar. Quando comecei a perceber que alguma coisa não estava a correr como devia ser decidi escrever de novo. Mas, eu até sou boa pessoa, aproximava-se o Natal e o Fim do Ano, achei que não era elegante enviar uma carta das minhas - digo o que penso sem tibiezas e sem medos - pelo que esperaria pela entrada do Novo Ano.
E o carrinho da montanha russa sempre naquela velocidade às voltinhas não me libertava, já estava aprisionado, e ainda nem me tinha apercebido das potencialidades daqueles carrinhos num pista cheia de ferros, e de voltas com uma dimensão de meter medo.
2016 chegou e logo nos primeiros dias reclamei por escrito de novo. Denunciava a minha insatisfação e estar inconformado com a situação que se estava a passar. Nem resposta de novo. O carrinho da montanha russa deu um solavanco e começou a andar mais veloz. Fui falar com a Senhora Presidente e ela quando me viu com um ar muito atarefado e sem as simpatias do antigamente disse-me que naquele dia nada podia fazer, eu que esperasse. Irritei-me, mais um solavanco no carrinho, e perguntei-lhe desabridamente quando seria o dia em que se resolvia a situação. Sua Excelência, virou-me as costas e respondeu, espere, tem de esperar. A irritação subiu e disse-lhe que ia reclamar. A autoridade sem sequer se dignar olhar para trás apenas disse reclame.
No dia seguinte, dia 12 de Janeiro de 2016 fui à Unidade de Saúde Pública de Portalegre e fiz uma reclamação, limitada ao espaço existente para a descrição, no famoso Livro Amarelo, que normalmente suscita gargalhadas, pois não tem conta as vezes que as queixas são manipuladas e acabam os desgraçados dos doentes por pagar as favas. Mas, em situações anormais anormais medidas anormais, essa é um dos lemas que sigo na vida, e sabendo que o livro Amarelo sozinho era o mesmo que zero ataquei tudo o que podia, tudo o que era Órgão, tudo o que era entidade, desde o Presidente da República, Provedor de Justiça, Primeiro Ministro, Ministro da Saúde, Ministra da Justiça, Procurador geral da República, Ordem dos Médicos, Assembleia da República, Grupos Parlamentares, Director Geral de Saúde e entidades locais e regionais.
E dei vida a este bloque que tinha estado cinco anos parado, mas que tinha sido feito anos atrás com uma intenção única, ter onde atacar se alguma vez alguém ou alguma entidade pública me fizesse perseguição ou dano. Adivinhava. Não ter sido palhaço de feira, nem ter sido carneiro, nem andar atrás de chefias a dar graxa, nem admitir que me faltassem ao respeito ou tentassem me pisar nos meus direitos ou atribuições, junto ao facto de ter ganho um número indescritível de reclamações, chegando mesmo a ter recorrido para os tribunais, criaram-me inimigos. Gente que é tão curta, amoral. cheia de ódios, de rancores, gente pérfida, má, que parece a obra perfeita do maligno aproveitou o facto de eu estar doente, reformado por invalidez, incapacitado, cansado, num período negro tanto física como espiritualmente e cheio de problemas para me atacar.
E os três médicos com quem nunca tive qualquer contratempo, pelo contrário, foram os instrumentos, foram a Inquisição, e me caíram em cima como chacais e me tentaram destroçar ainda mais do que já andava. Estes actos são barbaramente cobardes, baixos, sujos, desumanos, hediondos.
Estamos a 1 de Setembro de 2016. A montanha russa fez girar descontroladamente o meu carrinho, tive muitos momentos de sentir as lágrimas correrem na minha cara, tive alturas de me agarrar com medo de cair de ficar tolhido, encerrado, sem ânimo, com pensamentos negros, com temperamentos em mudança e a castigar-me. Cheguei a pensar jogar-me fora do carrinho pelo espaço fora e cair, provavelmente no inferno. Mas qualquer inferno me parecia melhor que andar enlouquecido naquela montanha russa do demónio. Estão para decorrer oito meses desde que fiz a tal famosa reclamação no Livro Amarelo e não é conhecida qualquer decisão. Eu espero, tem de esperar me disse a Presidente, e eu espero, mas ela também não deve andar muito feliz da vida. A reclamação desde que entrou na montanha russa fez louquíssimas viagens, curvas e mais curvas, subidas íngremes e descidas a pique a uma velocidade estonteante.
No próximo "post" continuarei a contar as peripécias de todo este imbróglio que honestamente sei como começou mas não imagino como vai acabar. Nem quando. Anda por aí, e sei que não está parada. O que irrita os médicos. Irrita-os o meu blogue que lhes digo na cara o que provavelmente nunca pensaram ouvir na vida. Irrita-os não terem dominado a queixa e não terem conseguido a cumplicidade dos amigos, que por chatice, foram metidos oficialmente no processo por quem tem muitos mais poderes a nível governamental.
E eu espero. E eu vou ganhar esta guerra. E ela vai ser a doer. Vou lutar mais pelos outros que se não podem defender, que por mim. Eu não quero ver esses médicos mais na minha vida. E a mim nunca farão mais nenhuma Junta Médica, pois não são de confiança. Quem já mentiu e quem fez a fraude que me atingiu quantas vezes não vai mentir mais e enganar outros doentes. Quem pode garantir que será diferente?
(...)
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