sexta-feira, 2 de setembro de 2016

PÁLIDA E COM VERTIGENS SEGUE AGARRADINHA NO SEU CARRINHO...




A MONTANHA RUSSA VAI MINANDO CADA UM...


Como eu disse anteriormente, comigo ficaram aprisionados na montanha mágica diabólica alguns que consegui lá colocar, para morrendo, não estivesse sózinho, e tivesse testemunhas da maldade e da má fé com que algumas tristes autoridades de saúde praticam o seu ofício atropelando propositadamente e contra as leis os doentes e incapacitados que deviam avaliar nas juntas médicas.

A montanha russa é uma loucura absoluta, e os seus movimentos nada têm de distracção afigurando muito mais movimentos extremos de destruição. Os carros andam desgovernados acima e abaixo, a velocidades indescritíveis, rodam e pulam, viram e sobem, descem e curvam de novo, sempre a fundo, a espalhar faúlhas que saltam dos rodados metálicos e parece transformar aqueles veículos em pássaros de fogo.

Depois da saída com maior ou menor dificuldade de muitos que viram o que tinham que ver e conseguiram sair, ficaram os que não aguentaram a violência daquela máquina ao serviço dos médicos satânicos, que parecia ter espírito e entendimento e lhes devia obedecer cegamente. De modo que os tripulantes estavam derreados, destroçados, amarelos, pálidos, vomitados, urinados, de bruços, de cóqueras, e cada um fazia pela vida cuidando de a tudo recorrer para não acabar na turbulência que os actos criminosos sempre provocam nos justos.

Entre um companheiro de descontentamento e sustos estava a Administração Regional de Saúde do Alentejo. Tentou desesperadamente dar o fora, saltar, mas todos os esforços foram em vão. Continuam aprisionados dos feitos trágicos e obscuros dos médicos que acabaram criando um mundo imaginado no formato de uma faminta e algoz montanha russa que a todos tentou liquidar.

A desgraçada depois de me enviar uma carta em que se descartava e dizia nada ter a ver com o meu caso, já leva alguns meses, descobriu-se agora, lá está num carro, agachada, pálida, cheia de temor, em desespero. 




É que anteontem recebi uma carta de um governante que experimentou a violência da máquina maligna, e verificando o que se estava a passar me informa:

" ASSUNTO: Exposição sobre Junta Médica fraudulenta e comportamentos inadequados

Encarrega-me Sua Excelência o... de acusar... recebido através do gabinete de Sua Excelência o..., sobre o assunto aciam mencionado, à qual foi dada a devida atenção.

Mais se informa V. Exa. que, após análise foi a mesma, nesta data, remetida para a Administração Regional de Saúde do Alentejo, I.P.

(...)"




Estes médicos têm dado um rebuliço gigantesco entre as hierarquias e a vizinhança. Aqueles que os deviam ter livrado da embrulhada em que se meteram também andam apertados por todos os lados, engolidos na voragem da montanha russa, e empatam, não saltam, não fazem, e agora, para ainda apertar mais, lhes ordenam para fazer o que deve ser feito. Que imbróglio. Como os tempos mudaram. E os senhores doutores devem espumar de raiva, fizeram as asneiras ou mesmo crimes, e hão de me deitar ainda as culpas para cima, que fui gozado, espezinhado, prejudicado, e vítima de pessoas sem quaisquer escrúpulos que tudo fazem fora da lei esperando a rotineira impunidade que desta vez está difícil.

Levou tempo, meses depois ainda incubem entidades e organismos para resolver a situação. São os desgraçados que não sabemos se morrem na montanha russa ou acabam lavando as mãos como Pilatos e acabam por entregar os amigos e salve-se quem puder.

Por isso, e por outras também, quem sabe, de vez em quando, no meio do barulho infernal que fazem os carros correndo sobre os carris, ferro contra ferro, ouvem-se canções de amor, canções de luta, e canções de embalar.



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