domingo, 4 de setembro de 2016

Oh Nossa Senhora do Pranto para onde foi desta vez o Livro Amarelo?



A PRAIA DE ÍTACA






Por artes desconhecidas o Livro Amarelo foi lançado do seu carro e depois de várias quedas no solo levantou voando rumo ao desconhecido, ou como dirão uns às sombrias profundezas do demónio, ou como sustentam outros o Livro foi voando até encontrar a sua Ítaca, o único lugar onde realmente pode concretizar o que deve ser feito, realizando, deste modo, a função para que o Livro Amarelo foi concebido, de denunciar ilegalidades, no caso em apreço, fraudes em juntas médicas efectuadas a doentes e incapacitados, e espalhar aos ventos que passam como se tratam as pessoas, como se pisa o mais fraco, como se pode obter alegrias de maus comportamentos e de atitudes canalhas. E como provocar o prejuízo e danos em gente mais débil tanto satisfaz e realiza aqueles que parecendo fortes, são mais pobres de espírito que aqueles que atacam. E mostram possuir cobardia mais que honradez, dignidade, confiança ou respeitabilidade. Enfim, gente medonha, como medonha é a máquina algoz que tortura aqueles que foram sugados e andam à deriva, sem norte, efectuando forçadas cambalhotas sobre si e sobre os outros, pulando e dançando macabras sonorizações agressivas que saem de todos os lados e de todos os cantos. Creio que será alegria extrema o desaparecimento do Livro Amarelo, como se daí desaparecesse milagrosamente o crime. Mas só quem não conhece Epicuro, e a sua filosofia sobre como podemos ser e encontrar a felicidade na vida. A resposta é que, como Ulisses, ele repudiou a oferta para se tornar um deus e manter em toda a eternidade a sua juventude, a sua potência, a sua virilidade, justificando que preferia ser um mortal no lugar certo do que um deus no local errado. É que só no nosso lugar nos é possível encontrar a praia de Ítaca, o lugar onde podemos ser verdadeiramente felizes. E o Livro Amarelo, com a sua potência, com a sua finalidade, com a sua missão nobre, vai com toda a segurança. ajudado pelos deuses, encontrar a sua praia, o seu lugar, onde vai realizar a sua missão e, deste modo, encontrar a felicidade do dever cumprido.









Sem comentários:

Enviar um comentário