quarta-feira, 21 de setembro de 2016

HOJE É DIA INTERNACIONNAL DA PAZ



   A PAZ   







Hoje o Dia da PAZ.

Não é, nem pode ser, o dia de declarar guerras, seja a quem for, seja pelo motivo que for.



Mas houve alguém, desprovido da razão, impulsivamente sem pensar, sem reflectir, veio aqui, declarar guerras - o contrário da paz - e empenhou-se em explicar mil e um argumentos para ser feroz, para morder, para não ser pessoa, e se transformar numa arma de guerra, nos dentes de um cão, num bala, num míssil, em qualquer coisa que pudesse destinar-se a destruir.

Esse alguém, para minha grande mágoa, fui EU, Pedro Manuel Ruivo Alcobia da Cruz. Esqueci muito do que me foi ensinado, baralhei muitas coisas, e tenho sido insensível, ruim, e mesmo, para meu desencanto, um grande filho da mãe.

EU tenho que pedir desculpas. EU tenho que assumir que tenho andado errado. Confuso. Impulsivo. E, de modo precipitado encetei uma via tortuosa que nem sempre foi a mais digna, nem sempre foi educada, sem sempre foi a mais justa. EU me deixei levar num remoínho de pensamentos, numa amálgama da angústia genuína, com sentimentos de vítima de injustiças e más vontades, com recurso instintivo a uma defesa - toda minha vida teve de ser luta - que deveria estar confinada a uma exposição e reivindicação de direitos. de denúncia achando que algo mal se estava a passar, mas não poderia nunca, não é digno para o homem, pelo menos para aquele que deseja ser sério, com aquele que quer ser digno, com aquele que sonha um dia terminar em paz a sua vida, transformar-se num mau carácter, num bandido, num mercenário, num malfeitor, num ser que repentinamente perde a noção do humanismo que sempre apregoa, e se transforma num ente bélico, sem dó, sem piedade, atacando, precisamente o que existe de mais sagrado, em qualquer circunstância, o homem, o seu próximo, aquele que em qualquer circunstância tem que ser respeitado haja o que houver, aconteça o que acontecer.

Ainda bem que hoje é Dia da Paz. Eu levo o tempo a pensar. E pensando na paz, que considero, e toda a vida lutei por isso, um bem de primeira grandeza na vida nas sociedades, fui levado á fé, á liberdade, ao amor que Cristo veio deixar ao homem como solução para a vida.

Como posso olhar a minha liberdade interior?

Como posso olhar e questionar a minha fé?

Como posso me justificar um dia dos meus comportamentos canalhas?

Como vou explicar que sou temente a Deus, e assim além da fé, guia-me o amor pelo próximo?

É verdade que tentei ao longo da minha vida ajudar quem de mim precisou. O fiz com alegria. E quando foi defender gente humilde, fraca, inculta, indefesa, medrosa, senti que estava prestando va´rios serviços ao mesmo tempo. Estava a ajudar o meu semelhante e isso confirmaria - mesmo que não houvesse uma motivação anterior - que o próximo me preocupava, e sempre que podia, desinteressadamente dava o meu melhor. Por outro lado ficava contente comigo mesmo, como o bom escuteiro fica feliz quando pratica as duas boas acções em cada dia, e por fim, acreditava que tudo o que fizesse por bem, ajudaria a sanar tantos erros e tantas imperfeições que me levaram a levar uma vida intensa, pouco normal, onde existiram muitos, demasiados, erros, de que me arrependo e lembro muitas vezes.

Mas ajudar os outros não é nem pode ser criar uma barreira e colocar os bons de um lado e os maus de outro. E ajudar uns e maltratar outros. Isso é inaceitável. Eu não sou Deus. Eu sou uma simples pessoa. A paz e o amor dizem que necessariamente não há dois lados da barricada, há pessoas, há seres humanos, e por isso, deve haver cuidado, mesmo quando estamos confiantes que estamos do lado do bem e tentando impedir o sucesso do mal, ou nos colocamos do lado do inocente indefeso e defrontamos um poderoso hostil.

Sempre tive de lutar. Foi uma vida atípica, cheia de momentos de muita tensão, muito sofrimento, muita solidão, muito conflito e pouco amor. Isso tornou-me naquilo que eu sou. Mas eu não sou uma besta humana, insensível, sem coração, mau, velhaco, traiçoeiro, vil, malfeitor, fora da lei, que infelizmente a natureza humana acolhe.

Com a maturidade tentei recuperar de todas as imperfeições e desvios de uma vida fora do vulgar que me marcara até então. Casei, fui pai, tive uma família, criei as minhas filhas e lhes dei a preparação básica para poderem defender-se no mundo d verdade, e ao mesmo tempo fui moderando o meu temperamento, estudei, trabalhei, participei activamente na vida social em diversas associações, acho que acabei por cumprir, e reparar (não sei se no todo ou em parte) as angústias que me atormentavam, pensando que como todos os homens iria chegar ao fim da vida, de um modo integrado, com um conjunto de afectos, com equilíbrio, estabilidade, e acabaria morrendo um dia com a ideia de ter tido uma vida cheia.

Infelizmente, se a minha vida não começou bem, também não será bem que irá acabar. Todos os sonhos, as ideias, as forças, os afetos, a família, a tranquilidade e a paz caíram por terra, por variados motivos que não vou aqui nem agora mencionar, com o culminar de uma grave doença que poucos entenderam e me levou a desistir, a não viver, a não ter nem sonhos, nem desejos, nem ideias. Existia apenas. Durante anos - que tempo perdido - só existi. Estar ou não estar vivo não significava nada para mim. E tentei mesmo deixar este mundo em que vegetava para seguir para um desconhecido que seria um vazio, mesmo assim preferível com o que tinha.

E foi precisamente nessa doença, que traiu tudo o que até então tinha pensado em termos de futuro, que me ocorreu o triste episódio da Junta Médica, que foi mais um contributo para cair ainda mais fundo. Perdi o controle pouco que então tinha, e de queda em queda arruinei o resto de vida que podia ter. Foi-se a mulher, foram-se as filhas, foram-se a maior parte dos amigos, foi a minha cadela, e fiquei só. Tão só como quando não tinha pais e estava longe de tudo e de todos. Mas na altura abusava da saúde (mais tarde sempre se acaba por pagar) e agora não a tenho. Nunca tinha dinheiro e hoje também não tenho. Mas tinha vida, e tinha futuro. E agora não tenho nem vida nem futuro.

Nestas circunstâncias, o que me aconteceu com a Junta Médica é comparável - e já contei aqui esse episódio - à minha amiga Ginny que já perto do fim, tinha que a levantar ao colo para ela subir os degraus no quintal, mas ao ver um estranho dentro deste, arranjou forças não sei como e mordeu o sujeito na barriga. Dias depois morreu. Fiquei só de todo.

E a partir desse triste acontecimento, vieram-me descontroladas, aos solavancos, com e sem discernimento, com e sem ânimo, as últimas forças para lutar por algo que eu achava justo. E perdi-me no meio de tantas exigências que travar uma luta desigual obriga. Já não tinha nem as forças nem a capacidade de perspetivar metódica e eficazmente todas as ações, e infelizmente, estava condenado a depender de estados de humor e de temperamento que variavam de modo imprevisível. 

Depois, como diz o povo, um mal nunca vem só, tinha as minhas contas das deslocações às Juntas Médicas por acertar, tendo efectuado o primeiro pedido em Outubro do ano passado (vai fazer um ano), e todo esse procedimento, essa demora, a falta que me fazia o dinheiro, levou-me a depositar uma fé imensa em que poderia pressionar por este meio aquela Instituição a pagar-me mais depressa.
E tanta foi a pressão, tanto foi o esbracejar, que naturalmente, doente, com o problema das Juntas há mais de um ano e os prejuízos daí decorrentes, mais a sofreguidão pelo pouco dinheiro em causa, que acabei por me envolver com a ULSNA tal como no caso das Juntas, com todo o meu vigor, todo o meu descernimento, com toda esta enorme carga de emotividade, mais que racionalidade, com uma diferença. Na ULSNA eram guerrilhas temporais, cada vez que me convencia que ia receber o dinheiro ficava em paz e quedava-me. Só que no dia do pagamento, mesmo depois de me terem dito que tudo estaria tratado, os dias 21 passaram e o dinheiro não veio.

Hoje é 21. Honestamente não esperava que me pagassem, Mas andava num delírio, num desespero, numa revolta, num excesso, num descontrole, e tudo isso me fez errar, me fez dizer coisas que não devia, tocar no bom none de pessoas que merecem sem estimadas e respeitadas. Eu errei. Que me paguem quando entenderem ser o momento certo. Não vou fazer nada mais sobre esse assunto e o que fiz já ultrapassou os limites que eu próprio deveria ter forçado a não deixar acontecer. 

Existe uma coisa que é a JUSTIÇA DIVINA. Estou arrependido, acredito que um dia serei julgado e responderei por tudo o que fiz. E existe a JUSTIÇA dos homens, que é no fundo como que um conjunto de elementos  como o direito, a moral, a ética, os prinípios e os valores, que tem por bem garantir a boa convivência, e para esse fim, não permitir, que um homem possa fazer mal ao seu semelhente. Quem erra deve ter a humildade de fazer mea culpa, mas uma boa desculpa não indemniza prejuízos, e casos há em que independentemente de vontade de fazer ou não o mal, de atingir ou não uma pessoa, transgride-se a convivência, viola-se um normativo legal ou moral, e o ser humano deve ser alvo de uma peritagem, para que se apure se fez ou não mal, se prejudicou ou não alguém, e, naturalmente em caso de culpa, deve assumir, deve acatar, e deve sofrer a consequência do seus actos. Entrego-me à JUSTIÇA. Errei. Os que entenderem que mereço castigo devem acionar os meios legais que a lei dispõe aos cidadãos. À JUSTIÇA DIVINA não terei modo algum de escapar, não depende da vontade de um ou outro, é a lei de Deus. Que me perdoe.


Fica sem efeito a tolice e a aberração de declarar guerras. A ULSNA continuará a fazer tudo aquilo para que existe. E eu continuarei por aqui até que Deus me leve, ou por onde as incertezas  mundo e da vida me levarem. Logicamente peço desculpa a todos, sem exepção. E reafirmo como escrevi por aqui várias vezes, não tenho nem ódios nem rancores a ninguém. E, desejo mesmo a todos aqueles que aparentemente me agrediram ou me fizeram dano, que tenham o melhor DIA da PAZ possível, e possam dela usufruir serenamente pela vida fora.






A Salvação Cristã, O Mais Poderoso Discurso Ideológico da História da Humanidade*



* O vídeo é uma interessantíssima aula de um Professor de Ética da Faculdade de S. Paulo, no Brasil, doutorado em Paris, e mebro do Conselho de Ética da UNESCO. A aula, é logicamente, tal qual as  leciona, com alegria, com entusiasmo, com exaltação, gritos, palavras pouco habituais, mas que o caracterizam e o levam a dar Conferências um pouco pelo mundo fora. Aconselho vivamente a ouvir.
Em muitos momentos suas palestras registadas no YOUTUBE, sobre uma infinidade de temas, me têm ajudado, na alma, no conhecimento e a levar o tempo de solidão.

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