sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O QUE PODE OFERECER UM FUTURO SEM ARMAS E SEM GUERRAS?



É imaginável encontrar a paz, 
interior e com o mundo, 
sem ter que pegar em armas e  combater por ela, ou contra 
aqueles que a não permitem 
 ilegitimamente?









Como declarei no Dia da Paz, dia 21 de Setembro de 2016 com precisão, as guerras que tinha em mãos por mim decididas e declaradas encontraram o seu fim. Foi um dia maravilhoso, em que remoendo nesse conceito de paz e em alguns outros como o amor, a liberdade, a moral e a ética, entendi que o homem inteligente, o homem de bem, de paz, aquele que ama o seu próximo não pode desistir dos seus direitos nem abrir a mão do que é justo. Abdicar de tudo, baixar os braços, enterrar as armas, e desistir não me parece que seja a solução para alguém que reinvindique para si alguma dignidade e tenha na cara algum pingo de verginha.

A justiça defende há muitos séculos que cabe a cada um o que lhe é devido. E faz parte da convivência em sociedade que cada um defenda o que lhe pertence, e não sendo por si capaz desse designio existem meios legais que ajudam ou se encarregam de convretizar o que é justo.

Um homem se deseja uma vida digna, ser um "bonus pater familias", deve viver a vida de acordo com os ensinamentos que lhe foram inculcados, primeiro na familia, depois nos meios culturais, e assimilando a moral judaico cristã, e a ética que caracteriza os países desenvolvidos da cultura ocidental, de modo a não prejudicar os seus semelhantes, nem por eles se deixar prejudicar, observando da harmonia que se recomenda sirva homens e instituições, se obtenha uma sã convivência entre todos.

Mas é verdade que alguns não observam a moral e a esqueceram indo contra ela na hora em que têm que decidir o que fazer numa ou outra situação que se lhe depara. A moral é individual e pode explicar-se como um conjunto de ensinamentos que o indivíduo adquiriu de modo a fazer uma coisa e não outra mesmo que fosse invisível. É uma condição assumida pelo próprio e que deve naturalmente condicionar a sua acção, pois o leva a fazer o que julga em cada momento ser o seu dever. E existem homens que não querem saber da ética para nada e com isso em seu favor atropelam outras pessoas, prejudicam-nas, não correspondendo desse modo àquilo que socialmente se entende dever fazer para se viver bem. E outros que esqueçeram a moral, e desprezam a ética, ainda infringem o direito, que ao contrário do torto, e já com normas escritas e munidas de força para as tornem obrigatórias, sujeitando-se desse modo não só à censura ou indignação que resulta da falta de respeito pela moral e pela ética, mas também a medidas de coação, verdadeiros castigos, que podem mesmo chegar, em casos extremos, à privação da liberdade.

O homem todos os dias é confrontado com situações em que se observam ou não os comportamentos de acordo com a moral, a ética e as leis. A transgressão moral ou a falta dela é difícil de ser percepcionada dado que se trata de uma acto resultante de uma decisão individual e pode ser tomada sem testemunhas. A ética é desprezada quando um indivíduo em seu benefício, tira uma vantagem pessoal, ou age de modo não estabelecido provocando nos demais prejuízos, contrariedades ou danos. Quando se atropelam as leis, a violação efectuada é alvo de um controle social. O que foi violado não está nem na moral de uma pessoa, nem no seu comportamento ético, mas numa conduta que a lei considera desrespeitar os códigos de regras e normas obrigatórias a que todos os cidadãos se acham obrigados. Logicamente que muitas vezes quando se dá uma violação, assiste-se à acumulação de fenómenos, podendo, como muito acontece, por exemplo, estar associada à infração que a lei determina uma determinada pena, uma violação ética e uma falta de moral.

No mundo perfeito - é naturalmente uma utopia - não existiriam violações de qualquer espécie, a moral acabava condicionando o ser humano a praticar actos de bem, benéficos não só para o próprio mas para todos. O exemplo, a carteira que se encontra num local ermo. Vai ser a moral que irá levar a pessoa a decidir se vai ou não entregar a carteira ao seu dono. É um acto próprio, decada um. A ética levaria a que os indivíduos tivessem um comprtamento respeitador da boa vivência entre todos. Exemplo, a pessoa que urina dentro de uma piscina pois lhe dá demasiado trabalho sair e ir à casa de banho. por sua preguiça, está a prejudicar todos os indivíduos que tomam banho tranquilos. E não seriam precisas tantas normas, nem maquinismos de controle, se o indivíduo fosse cumpridor la lei, não seria necessário colocar radares para ver as velocidades dos carros, não seriam necessárias cãmaras de filmar em locais públicos, e levado ao extremo nem seriam precisos polícias nem forças da ordem. Seria assim num mundo perfeito.

Mas já existem países onde todos confiam na moral dos cidadãos e por isso não existem meios de fiscalização em bancas de vendas, transportes públicos, e é o próprio cidadão, caso seja necessário que assume as funções de cidadania que o obrigam a fiscalizar e denunciar o que à sua frente comete uma infracção.

Infelizmente o nosso mundo e o homem está cheio de imperfeições. Eu sou um deles, toda a vida me considerei muito imperfeito, e sei que cometo erros, e sou incapaz de em muitas matérias da própria vida das pessoas e da sociedade, mostrar certezas. O mundo é demasiado complexo para que alguém venha apregoar conhecimentos sem fim. A própria ciência é ela mesmo caracterizada pelo Princípio da Incerteza, o que significa que hoje é de um modo, possa já não ser assim pouco tempo depois.

Sou um homem, e mesmo que leve uma vida quase de eremita, mantenho-me um ser social. Razão bastante para em muitas coisas passar pelas mesmas situações de outros homens, e de como eles também estar sujeito a actos que me podem prejudicar, que me podem agredir, que me podem violentar. Também posso aperceber-me dessas transgressões feitas em terceiros. Naturalmente que tenho de defender os meus direitos e denunciar a minha indignação, e se puder estender estas acções a outros que de mim precisem, sentir-me-ei bem comigo mesmo em ajudar.

Um homem pode perseguir a paz desde que nasçe até que morre sem nunca a conseguir alcançar. O homem é ele e a sua circunstância. Todos os homens são diferentes, têm vidas diferentes, pensam e têm gostos distintos. E o homem pode mesmo ser uma pessoa de paz. Detestar os conflitos e odiar as guerras. Mas, como se existisse um destino escrito e ao qual não pode fugir, tudo lhe cai em cima. Tudo o que não é bom para a pessoa humana, tudo o que não é bom para uma sã convivência, tudo que acontece de um modo e deveria acontecer de diferente maneira. E esse homem só tem duas alternativas, ou se verga, baixa os braços, aceita tudo, cala, e acaba por se transformar num implacável vazio, sem alma, sem dignidade, sem carácter, ou pelo contrário, entra e sai de guerra, de guerra em guerra, de batalha em batalha, perde hoje, ganha amanhã, depois perdeu de novo e volta a ganhar, e não mais tem descanso, mas vive, mas luta, mas é homem, pode viver com angústia, poder conhecer o medo a violência, a baixeza, o que não é justo, o odioso, o destruidor, a dor, a chaga, o desalento, mas é homem, e em cada manhã, quando se olha no espelho, pode não sorrir, pode não gostar do que vê, mas não sente vergonha de si próprio.

De certo modo quase poderia - mas não me atrevo - considerar-me um pouco como este último exemplo de ser humano que suportando sucessivamente as adversidades nunca se ajoelhou, nunca baixou os braços, nunca fugiu, nunca deixou de lutar nem admitiu pela vida fora que o pisassem. (Pelo menos no sentido real do termo).

É muito complicado imaginar uma vida assim. O desgaste, as forças perdidas, as angústias, as incertezas, o medo, a coragem, o imprevisível, o modo como é olhado, o que pensa, como vê a fatalidade, o mundo sempre igual, solidão, hostilidade, muita luta, para tudo, para ter, para chegar, para alcançar, para manter, para não ser esmagado, para não ser feito marionete, para quase tudo, como viver.

E cada vez mais um homem pensa na paz. E os sonhos, as ideias, o querer é a paz, esteja ela onde estiver, longe ou perto, em solidão ou com os outros. A paz torna-se uma obsessão, uma ideia que martela noite e dia o nosso interior, massacrando a cabeça e irradiando pelo corpo fora. Pensar na paz, procurar o lugar onde ela pode ser usufruída, ter o delírio de acreditar num mundo imaginado que provavelmente não existe em sítio algum. E quando tudo parece se encaminhar para pelo menos tentar a concretização do sonho, o homem que nunca a teve mas queria a paz é assaltado em simultâneo por duas vicissitudes tremendas que se colocam à frente dos seus sonhos e da sua vida como uma obstaculização inevitável de tudo; a doença e a vingança.

Ao mesmo tempo é atacdo por inúmeras doenças que lhe tomam uns anos de vida e o mantêm aprisionado numa existencia apenas. E lhe reduzem inevitavelmente a esperança de vida. Chega mesmo essa a não lhe fazer qualquer sentiudo e ser-lhe indiferente estar ou não estar vivo. E quando está a desfalecer, sem ânimo, sem auto estima, sem sonhos, sem ideia de futuro, cai-lhe em cima uma odiosa vingança que acabou com quaisquer resquícios de esperança fosse do que fosse.

A um homem destruído, abandonado, sem ningém, sem nada a perder, o que se pode pedir quando ele é, talvez pela última vez na vida, tão cobardemente vítima de uma pessoa ignóbil, má, que inclusivamente consegue ser tão esperat e inteligente ao mesmo tempo, que abre uma luta muito difícil e muito séria e consegue ficar de fora. A única coisa que faz é atiçar. Para ver se não me deixam nada. Decidi lutar, tinha de lutar, ainda tenho o tal espelho onde me vejo cada manhã, tinha de lutar fosse de que jeito fosse, e tinha de conseguir a JUSTIÇA.

Mesmo que saiba que todos somos iguais perante a Justiça mas ela nem sempre é igual perante as pessoas. Uma luta debilitado, partido, destroçado, doente e incapacitado, contra profissionais do grupo corporativo mais forte e mais influente do país. Com sessenta anos. Cansado. 

Entrei na lutar com tudo, o que tinha e o que não tinha. Travaram-se algumas batalhas. Lamento que o meu adversário tenha que recorrer à mentira para se defender. Mas mesmo essas mentiras são tão fraquinhas, tão sem consistência, e só podem ser apoiadas por mais mentiras. E o processo que todos julgariam que levava dois ou três meses e eu acabaria por ter as culpas, ter que pedir desculpas, e fazer tudo de novo, já leva oito meses sem decisão. Aqui há coisa grossa, pelo menos parece indiciar. E o acto vil e sem uma pinga de humanismo já passou um ano.

No dia da Paz declarei acabar com guerras e muito menos rejeitei a intempestiva declaração de guerra que acabei por fazer nesse mesmo dia. O desejo de paz já não é um farol que me guia. Deixei de acreditar. Mas a minha maneira de ser e de estar - que muitas vezes se excede em virtude de tanta "porrada" que tenho levado de alto a baixo, cada vez que calha, - faz com que mantenha uma rejeição à violência, e considere que o ser humano não deve ultrapassar os limites do razoável e deve manter um comportamento ético, moral, para com toda a gente. Infelizmente, nesta última guerra e perante umas escaramuças, que só doem porque é um repetir constante de tantos anos de injustiça que não mereço nem compreendo, nem sempre consegui manter-me dentro daquilo que em condições normais seriam as minhas limitações que a moral me impõe, as barreiras que a ética me diz para não ultrapassar e as normas legais que o direito não deve ser violado.

Não vou baixar os braços. Não vou desistir. Honestamente, antes a morte. Mas vou controlar com a ajuda de Deus, de quem me tenho aproximado na proporção idêntica ao do abandono pelos homens.
Tentarei com todas as minhas possíveis energias acompanhar e seguir com o processo. Tenho mais fé em Deus que nos homens. Tenho mais confiança no Seu juízo que na justiça dos homens. Mas enquanto há vida, e desde o acto impensado de Pandora, há esperança.

Reafirmo -sempre o fiz - tenho a alma magoada, ferida, tenho o coração com angústia, mas em todo o meu ser não existe ódio nem rancores. E se fosse possível, hoje mesmo, através de um diálogo franco, sério, e sereno, procuraria com as pessoas que foram utilizadas para me fazer mal, acabar com o processo de um modo honroso e digno para todos.

Dos desmandos impensados, das violações de alguns princípios da urbanidade, da convivência, apesar de pensar que se não fossem toddas estas circunstâncias nunca ocorreriam, peço com humildade, mais uma vez desculpa a todos que ofendi, ou prejudiquei.

Boa noite a todos.


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