domingo, 11 de setembro de 2016

ESPERE, TEM DE ESPERAR, FAZ OITO MESES ACONTECIA...



ESPERE, TEM QUE ESPERAR...

OITO MESES

FESTA RIJA

PARABÉNS SENHORES DOUTORES






Estava eu na Unidade de Saúde Pública de Portalegre à espera que os médicos, mais especificamente a Excelentíssima Senhora Presidente das Juntas Médicas regressasse do almoço.

Era fácil, era segunda-feira, dia de Juntas Médicas, não havia como escapar.

Chegaram os três médicos do almoço. Me viram e um deles que por sinal antes me falava muito bem e conversámos muitas vezes em boa harmonia virou a cara ao lado e seguiu com o outro para a Sala das Juntas Médicas.

A consciência por vezes pesa. Enfim, pelo menos sentem, sabem o que fizeram, e sabem que fizeram uma canalhice. Já não encaram o interlocutor . Reconhecem que andaram mal, e batem em retirada com o rabo entre as pernas. E ainda virá o remorso. Ainda virá muita coisa, pensável e impensável. A vida não se dá com gentalha.

A Excelentíssima Presidente não teve como eclipsar-se e chegou à minha beira e sem cumprimento. sem mais, disse:

- Alcobia, hoje é impossível ver o teu caso.

Aborrecido que já andava pelos cabelos com aquele gozo de ver os meses a passar e sempre tinha de ver adiado o dia da resolução final retorqui sem muitas simpatias:

- Desculpe Senhora Doutora então diga-me o dia. Já estou farto. Quero saber qual é o dia.

- Não sei. Espere.

E Sua Ilustre Excelência é lei. Dito, virou as costas e se encaminhou para junto dos colegas. Eu só tive tempo de balbuciar as palavras:

- Vou reclamar.

E Sua Excelência sem sequer se dignar virar anunciou com voz de profunda indiferença:

- Então reclame.

Faz hoje, dia 11 de Setembro de 2016 oito meses. Como o tempo passa. E está tudo igual. O dia da resolução do problema nunca existiu. Nem a vontade. O que existia era o desejo de me burlar, de me enganar, a má-fé, o dolo no acto de me prejudicar baixando, contra os documentos que levara, o meu coeficiente de incapacidade. Foi um sucesso. Tudo foi um enorme êxito. Foi o triunfo da ignomínia, da malvadez, da prepotência, da irresponsabilidade, do engano, da dissimulação. E foi uma simples amostragem como acima da lei vale tudo e existe impunidade. Os senhores doutores foram uns canalhas. Destruíram a convivência, o viver bem,  a confiança, o respeito, e rasgaram o comportamento ético. Da moral nem se fala, provavelmente desconhecem a palavra. Está tecnicamente em desuso.

Fazem oito meses. Sábias palavras da Excelentíssima Doutora Presidente das Juntas Médicas: espere, tem de esperar.

Desde que eu fiz a entrega de novos relatórios médicos como Sua Excelentíssima Presidente das Juntas Médicas me pedira como modo de resolver o acto vergonhoso da Junta Médica que me fizeram, foram as únicas palavras que ouvi da boca de Sua Excelência; espere, tem de esperar...

E esperei, e espero, já lá vão oito meses, a validade dos relatórios que me tiveram custo em obter perderem a validade e nunca serviram para nada. Isto, salvo melhor opinião é terrorismo, é ataque à honra, à dignidade, é malvadez, é ser canalha, ser cretino, não ter um pingo de vergonha na cara. É muito grave pois se trata de no desempenho das suas funções brincarem com os doentes.

Os actos ficam com quem os pratica. Mas ver gente que considerava e tinha por boa mostrar-se do mais reles que tinha conhecido em toda a minha vida provoca angústia. E ver gente desta a fazer Juntas Médicas a doentes e incapacitados, gente frágil, é de arrepiar. Não sei onde isto vai parar. Mas isto é um atentado. É o que a lei não devia permitir. É a vergonha de no desempenho de cargos de autoridade se comportarem como os maiores aldrabões e vendedores de banha da cobra. É uma descida a pique aos infernos, às sombras onde o mal permanece, é ser pior para quem sofre e quem precisa, e quem confiava, que forças malignas destroçando almas, tornam-se reais, quebrando sonhos, espezinhando direitos, saltando de pés juntos sobre as leis, as regras, a deontologia, o dever ser, a moral e a ética.

Passaram oito meses. O crime parece compensar. Deveríamos comemorar. De todo o modo tenho de dar os meus parabéns à Excelentíssima Senhora Doutora Presidente das Juntas Médicas e os seus pares. Até ver conseguiram plenamente os seus intentos. Merecem aplauso.






E AINDA ESPERO...

GANDA FESTA CARAJO!


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