quinta-feira, 18 de agosto de 2016

QUEDA DE IMPÉRIOS... A HISTÓRIA SEGUE O SEU RUMO


OS IMPÉRIOS CONTINUAM A CAIR

O DOENTE QUE ESPERE, TEM DE ESPERAR

É  interessante dar uma olhadela  na história  universal e  perceber
que todos os Impérios foram um esforço enorme e levaram tempo a construir e mais tarde num período de tempo incomparavelmente menor caíram. Não foi nem o fim do mundo nem o fim da história. Foi uma mudança e a vida do homem é feita de mudanças. A períodos de enorme prestígio, ostentação  e poder podem ter sucedido tempos de obscuridade. Mas esses tempos apenas intermediaram novos tempos onde o homem e os povos esforçadamente construíram novos Impérios.

E se não fosse a dimensão em factor tempo de todas essas fases porque passou a civilização ocidental, veríamos para nosso espanto como foi mais fácil derrubar antigas potências militares, organizadas, estados com governos e leis, e exércitos, do que hoje em dia fazer cair algumas pessoas, eleitas, com estatuto especial, que resistem aos valores democráticos, não ligam a isso de Constituição, e são impunes parecendo que as leis se destinam a todos os outros mas não a eles.

Hoje acredito piamente que é mais fácil cair um Império, até porque a velocidade dos acontecimentos no nosso tempo é vertiginosa, que cair um médico. Só mesmo o que comete atrocidades muito graves tornadas públicas, é que é sancionado pela lei e pela Ordem. E o povo fica convencido que a lei já chegou aos médicos. E que a Ordem dos Médicos actua com mão pesada quando um dos seus profissionais pisa a linha.

E o que acontece aos médicos cujos atropelos não chamam a atenção mediática, as faltas não são tão graves ou tão sonantes, e o caso parece circunscrito entre médico e doente? O que faz a Ordem dos Médicos? Vem a correr defender um pobre coitado que foi pisado por um senhor doutor lá por terras do fim do mundo? Já ouviu algum caso desses? E o que fazem as entidades públicas que superintendem os médicos faltosos? Levantam uma auditoria? Levantam um inquérito para apurar os acontecimentos? Abrem um procedimento disciplinar? Chama o doente para ouvir em pormenor o que aconteceu? Alguém acredita nisso?

Mais depressa cai a Presidente do Brasil - já vimos ontem - que a entidade com essa responsabilidade, responde e decide numa queixa formalizada por um doente contra médicos.

E parece-me que a probabilidade de continuarem a cair Impérios supera a possibilidade de ser concretizada efectiva justiça, quando um doente vítima de um acto doloso de três médicos e em seguida foi enganado durante um período de tempo expressivo, apresenta reclamação e fica à espera.

Também é verdade, a única coisa que a Presidente do Órgão Colegial que fez de conta que me fez uma Junta Médica responsável, criteriosa e fundamentada, levou todo o tempo, e apenas me dizia, espere, tem de esperar.

E eu espero...




















Acredito que um dia vai acontecer algo como aconteceu depois da época um pouco cinzenta  do feudalismo e da Idade Média, a vinda de um Humanismo, de um Renascimento. Aí o homem torna-se o centro do universo, é alvo de estudos, aparece nas mais belas manifestações artísticas, abandona a grilhetas que durante séculos a Igreja lhe impôs e dá-se de imediato uma revolução no conhecimento. E os médicos, segundo consta em tudo o que remonta a essa época grandiosa para o saber e para a cultura e artes, era como as demais pessoas, como um artesão, um camponês, um pintor, um cientista, um professor. Era pessoa. Não era um ser excepcional que andava no mundo atropelando os outros.

Se de facto o médico no renascimento tivesse um poder especial sobre os demais seres humanos, o mundo nunca seria como é, pois sofreria de um espartilho medonho que é a tirania, a impunidade, o poder, o estar acima dos outros homens e lhes fazerem dano a seu belo prazer.

De facto os médicos deviam ocupar-se da sua profissão e respeitar o Juramento de Hipócrates, e a deontologia profissional. E deviam deixar os ataques aos soldados. Eles são pagos para esse ofício e para cumprir essas tarefas, de acordo com instruções, e a lei. O mundo estaria seguramente mais limpo, a justiça aplicar-se-ia serenamente, e a vida seria mais tranquila.


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