quarta-feira, 10 de agosto de 2016

PENSO LOGO EXISTO OU LOGO EXAUSTO? TENHO DÚVIDAS E ÀS VEZES ME ENGANO...



PENSO, LOGO EXISTO


 Este é o princípio fundamental de toda a certeza racionalista. Para chegar ao 'penso, logo existo', Descartes utilizou-se da dúvida radical ou hiperbólica. Ele duvidou, inicialmente, de suas sensações como forma de conhecer o mundo, pois, se as sensações o enganaram pelo menos um vez; radicalizando: elas poderiam enganar sempre, portanto, as sensações enganam sempre. Posteriormente, através do argumento do sonho, duvidou da realidade externa e da realidade do seu corpo, pois, sonhando ou acordado, a percepção das duas realidades é a mesma, ou seja, há sonhos tão reais que não se sabe se se está sonhando. Através do argumento do génio maligno, duvidou da certeza advinda das entidades matemáticas. Neste caso, haveria um génio do mal que nos engana quanto a soma 2 + 3 = 5, a conta poderia ter outro resultado que não este. Para corroborar com este argumento de Descartes, hoje sabemos que a menor distância entre dois pontos é uma curva, de acordo com a matemática não euclidiana, e não uma recta. Mas, Descartes chegou a uma primeira certeza, ou seja, chegou a algo que não podia duvidar: o fato de que ele estava duvidando. Ele não teria como duvidar que estivesse duvidando, pois assim ele só confirma que está duvidando. Eis aí a primeira certeza: duvido, logo existo, mas duvidar é um modo de pensar, então: 'Penso, logo existo.', que significa: penso, logo tenho consciência de mim mesmo, ou penso, logo sei, ou penso, logo tenho consciência, ou penso, logo sei algo certo.
    É bom lembrar que esta certeza, a certeza cartesiana, não é a certeza da existência de um corpo de carne e osso, ela é sim a certeza da existência da mente; observe, não do cérebro, mas da mente. Que de acordo com Descartes é diferente do corpo.
    Várias consequências desta conclusão podem ser pensadas: quando uma pessoa está desmaiada, momentaneamente ela não existe. Ela só existe na medida que estiver consciente de si mesma. Um criança de 2 anos que não tem consciência de si não existe. Bom, cada uma destas questões pode ser debatida a exaustão, desde que prevaleça o argumento racional, diria Descartes. E com ele, Sócrates, Platão, Aristóteles.









PENSO, LOGO EXAUSTO

Tenho para mim que não sou filósofo, nem me inscrevo entre os eruditos que polulam pela praça, que o facto de ter dúvidas, me colocam na senda da descoberta do ser, que existe ou não de acordo com a consciência e a capacidade de pensar.
Mas a falta de certeza que pode muito bem ser inserida nas características actuais do principio da incerteza na ciência, não ajudam um espírito que procura o entendimento e o saber, a discernir de modo categórico, como fizeram os racionalistas. que ao acto de pensar corresponderia obrigatoriamente um outro de existir.
Depois dos racionalistas, que tiveram influência determinante na filosofia durante muito tempo, apareceram correntes que colocaram outras teorias em campo, e o pensamento, tal como o homem, e o próprio existir, vieram a sofrer mutações, alterações, entendimentos mais ou menos diversos ou mesmo contraditórios.
Analisei-me a mim próprio e a minha circunstância, e confrontei as minhas teorias com aquelas que Descartes defendeu, li novos modos de pensar, confrontei filósofos que posteriormente vieram a marcar de modo expressivo o entendimento e outros conceitos, e concluí que tive momentos de pensar sem existir.
Era uma versão, não científica, que até poderia ter algum ponto em comum com "O erro de Descartes" do cientista português António Damásio. Os meus parcos conhecimentos não me permitem formular juízos de valor assentes no conhecimento científico ou alicerçados em correntes de filosofia. Mas era uma hipótese meramente descrita e a estudar se o entendimento o permitir no futuro.
Todavia, uma questão não me levantava dúvidas, embora tema sempre entrar no terreno pantanoso das certezas - errar é humano - é que estando seguro de pensar, sem a contrapartida cartesiana de existência, sentia cansaço, um abatimento e uma prostração para as quais eu não encontrava qualquer fundamento.
Continuava a pensar, mas não tinha a certeza de existir, tudo em meu redor e que me podia ligar ao mundo e à vida estava povoados de sombra, de um vazio, em que o dia de amanhã não contava, não havia desejo, não havia querer, nem havia ideia. Pensava mas confrontava-me com uma ausência de vontade, com uma idealização de morte, com o cansaço de alma de quem efectivamente pensa, mas sem que desse acto se possa extrair algo que influencie a minha existência.
Desta análise que tentei tão aprofundada quanto os meus conhecimentos me permitem retirei a seguinte ideia base "penso, logo exausto", onde se explana um modo novo de pensar, que não é vazio, nem inexistente, mas é sobretudo cansaço, mecanicamente remoer pensamentos sem qualquer finalidade que não o desgaste de continuadamente pensar. E isso é mortífero e cansativo.










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