sexta-feira, 26 de agosto de 2016

A VERDADE É SEMPRE VITORIOSA!












Quando penso que uns morreram por defender a verdade, outros tiveram de passar pela humilhação de se desdizer publicamente, outros foram torturados fico sem saber o que pensar e com angústia do que me podem fazer por defender empenhadamente a minha pequena verdade.

Antes de Cristo as teorias filosóficas dominantes interditavam o amor, os afectos, fundamentando que o amor só pode trazer infelicidade já que os homens são perecíveis e assim, com a sua morte, o que sobrevive passa a viver num martírio. Por isso não deve haver amor nem afecto entre os homens.

Cristo trouxe a teoria filosófica mais revolucionária de todos os tempos que sobrevive a dois milénios e configura dois aspectos essenciais que rompem as regras do passado; o homem se tiver fé tem a vida eterna, morre mas volta a viver corpo e alma no Paraíso para todo o sempre, e a única coisa que o homem deve fazer é amar o outro, fazer ao outro o que gostaria lhe fosse feito, dar ao outro o que gostaria lhe fosse dado, respeitar o outro como gostaria de ser respeitado.

Cristo com a pregação do cristianismo apresentou-se como um rebelde, um revolucionário, que colocou em causa as leis, que rompia com os costumes, que profanava a religião e desmentia os sacerdotes. Cristo pregou o amor ao próximo, e disse aos homens que a morte não era o fim, mas o caminho para a vida eterna. Foi crucificado.

A história do homem está cheia de factos que nos fazem reflectir. O pensamento, as ideias, a razão, foram mudando com o decurso de tempo e a reflexão de filósofos que estudaram o conhecimento. Muito aconteceu de verdadeiramente revolucionário no conhecimento técnico-científico, nas religiões, no conhecimento, na razão e nas sociedades. A filosofia que chegou a ser a mãe de todas as áreas do conhecimento, foi perdendo a sua predominância sobre o saber e novas áreas do saber se autonomizaram como a matemática, a medicina, a astronomia, a física e por aí além, com o decorrer do tempo. Já no fim do séc. XIX e séc. XX saíram da filosofia a psicologia e a sociologia. O mundo é movimento, é mudança, é evolução. 

O homem continua com perguntas e com reflexões que têm milénios por encontrar respostas que se possam considerar definitivas; o que é a felicidade? o homem pode ser feliz? o que é a razão? o que é a ética? o que é a lógica? o que é o belo?

E eu - que sou apenas um rude e desinspirado pensador de terceiro ou quarto nível - continuo pensando, tendo cada vez mais dúvidas e cometendo cada vez mais erros,  mas prossigo à procura de respostas que nem imagino se alguma vez serei capaz de encontrar ou descortinar, continuo agarrado a valores que me foram dados pela educação, confirmando a tese que o homem é um animal social e quando nasce nada sabe e vai precisar de muitos anos para se autonomizar, sendo que para esse efeito vai levar grande parte da vida a acumular conhecimentos, contactar com costumes, estudar e ver, aprender, e assim sigo transportando valores hoje em queda, princípios que hoje são desprezados, regras que existem para ser transgredidas. 

Este princípio do séc. XXI está a ser voraz, exigente, muito veloz, tudo está a mudar demasiado depressa, e o homem, o amor, os ideais, a vida, a realização, os desejos, encontram-se numa amálgama indescritível, em que em boa verdade muitas teorias se escrevem e muitos pensadores meditam, mas o homem voltou a perder o lugar cimeiro do mundo. Uma crise generalizada está a devastar sociedades, relacionamentos entre as pessoas, convivências, a moral parece coisa de velhos de que ninguém fala, a ética manifestando-se como um acordo de todos para se viver melhor é traída a todo o momento, o enorme acervo de legislação procurando organizar, coordenar toda a actividade em sociedade acaba por cercear as liberdades pessoais, e o homem encontra-se perdido nesta confusão, onde na procura da felicidade mais facilmente encontra a depressão.

Eu continuarei a viver enquanto Deus quiser, tentarei levar uma vida espartana, tentarei preservar os valores que os meus antepassados me legaram, e tentarei manter em mim uma dose suficiente de loucura que me permita pelo menos não ser confundido com um homem normal. E, enquanto tiver forças vou fazendo de Quixote sem Dulcineia nem Sancho, espadeirando contra o que quer que seja me apareça ameaçando a moral, a ética e a dignidade humana. E com ou sem forças também me parece louco mas muito belo cair no campo de batalha lutando pela liberdade, pelos direitos humanos e pela verdade, que sempre permanece, caia eu ou não.

A verdade, lá está, é sempre vitoriosa.

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