Partindo da mitologia grega, passando pelos criadores da filosofia e todos esses que foram estudando o mundo, as estrelas, o homem, a felicidade, a política, a arte, a justiça e as mais variadas ciências e tecnologias, debruçamo-nos sobre mais ou menos três mil anos e deparamos com um homem meio perdido na confusão de uma terra ameaçada de morte, de religiões e ideologias que não responderam às principais reivindicações da dignidade e do caminho para a felicidade no homem, do culto do trabalho, do sacrifício, de balizas estreitas onde se decide por todos o bem e o mal, se formatam educações e conhecimentos, se mecaniza a convivência e não se estimula, nem a independência, nem a liberdade, nem ideias novas.
Em três mil anos temos material de guerra, de destruição que poderia irradiar do cosmos setenta planetas iguais ao nosso. Mas não fomos capazes de acabar com a pobreza. Os povos vivem injustificadamente separados e amesquinhados em mentiras gigantescas e vergonhosas como a globalização, que foi feita para aproximar os países pobres dos mais ricos. Esse fosso aumentou. Enquanto muitos poucos detêm quase toda a fortuna existente no mundo, morrem crianças por falta de uma alimentação suficiente.
Em três mil anos continuamos a acreditar que tudo vai mudar. E tirando a evolução natural da ciência e da técnica que veio habilmente democratizar primeiro e escravizar depois as classes sociais mais débeis, lhes mostrando que tudo estava ao seu alcance para depois rudemente os condenar por terem ousado adquirir os que lhes foi quase imposto pela casa dentro. Alguns sustentam que as lutas de classes não fazem mais sentido. Provavelmente é mais racional lutar pela moral, pela ética, pela justiça e por um mundo de bem onde se não viva de mentiras e onde o crime prolifera e parece compensar. Faz sentido repelir a corrupção, essa chaga das sociedades modernas a que nenhum partido com assento parlamentar mostra vontade de criar meios eficazes de acabar. Dizem que não se acaba com a corrupção pois são exatamente os corruptos que fazem as leis.
Platão avisava há cerca de 2400 anos que se os melhores se afastassem da política correríamos o risco de sermos governados pelos piores. Mas aos políticos não interessam nem os pensadores nem os homem da sabedoria e da ciência. Essa gente obviamente com um espírito de resolver problemas, e com capacidade de se unir para os resolver, não interessa justamente aos que sobrevivem no meio do marasmo.Um dia, se a terra se não finar antes a governação será dos cientistas, que ouvirão pensadores, filósofos, místicos. Eles não vão querer saber nem de ideologias, nem de mentiras, eles vão viver e governar para encontrar as soluções. Os políticos não sobrevivem entre gente sábia. Uns compram cursos e frequentam universidades que mais parecem supermercados, outros nunca se dão por felizes, tenham ou não a formação que tiverem continuam à procura de respostas e a perceber que o mundo e o homem são um conjunto infindável de enigmas.
Gente que raramente se engana e nunca tem dúvidas faz parte de um conjunto de seres que prometeram maravilhas, mas pouco ou nada fizeram, ou o que fizeram se reflecte no futuro e na desgraça existente. Mas são adorados. Encantam meia dúzia de fanáticos. O mundo virou uma espécie de jogo de futebol galáctico onde ops fanatismos tudo permitem, tudo justificam, e tornam o homem um animal cada dia mais embrutecido e escravizado.
Temos de nos voltar para dentro de cada um de nós. Temos os nossos pensamentos, o estar connosco próprios pela meditação e poderemos chegar à imortalidade da religiosidade quando encontrarmos a divindade que em nós existe. Só ela vai permitir que cada homem mude, Como defendo há muito tempo o homem tem de se reinventar. Ser livre. Olhar em seu redor com outros olhos, ter amor no coração, ter paz. Daí vai decorrer uma revolução - não violenta - no mundo. E os homens podem , por fim, viver felizes, sem guerras, sem doenças, sem pobrezas, sem injustiças, sem conflitos.
Basta despertarmos o ser divino que somos.
Sem comentários:
Enviar um comentário