Tenho dias em que consigo sentir dentro de mim o amor ou a representação do divino no meu interior. Nesses dias ou momentos sinto muita paz. Alegria.
Consigo até entender que nada acontece por acaso e que tenho saído sempre a ganhar das batalhas que tenho de travar constantemente contra poderes superiores a mim e que me têm afectado o quotidiano e são ameaças ao futuro. Saio sempre muito mais poderoso. Equilibrado. Tranquilo.
Percebo que estou num processo, numa prova, estou a aprender a controlar as minhas emoções, a valorizar o bem, a menosprezar as coisas mesquinhas e a sentir que a vida que vale a pena está muito longe daquilo que infelizmente os povos e o mundo têm de suportar.
A verdadeira felicidade não é correr atrás de poderes, honras, famas, riquezas ou vaidades, ela assenta em apreciarmos o que temos e que seja garantia do bem estar. Não andar escravizado do consumismo e dos divertimentos, das políticas e das religiões, sermos espíritos livres e de amor.
As escravaturas modernas escondem-se atrás das novas democracias.
Os problemas mais importantes da vida do homem não se resolvem porque em boa verdade ninguém quis verdadeiramente acabar com eles.
O poder traz ao homem a astúcia de manter-se elevado, e levar com ele os que nele se encostam e sustentam, deixando para os demais as promessas eternas que nunca são para cumprir, e as mentiras a que hoje já ninguém sequer liga.
As pessoas não falam de liberdade, não discutem questões de ética ou morais, não se preocupam com os que ainda morrem de fome, as vítimas de intolerâncias, os privados de liberdade, a crise do amor, a debilidade da amizade, a fragilidade da palavra dada, os valores, o planeta a revoltar-se gravemente doente contra os seus agressores, a incógnita de termos ou não muito tempo de existência.
Como me lembrava hoje, uma amiga argentina, um sábio qualquer afirmara que quando o homem deixar a tecnologia ultrapassar os valores da humanidade, vamos estar perante uma geração de idiotas.
No Japão já existem mulheres jovens que se querem ter relações sexuais com homens, têm de pagar. Os seus companheiros e amigos trocaram as carícias, os beijos e os afectos, pela tecnologia. Não têm tempo. É tudo voraz. Triste.
Em verdade estamos exatamente como a terra, estamos também a morrer. Estamos a perder os sentimentos, a fugir dos afectos, do amor, uns dos outros. Estamos a nos perder de nós próprios.
Esses são os maiores problemas que temos. Tudo o mais são coisitas mesquinhas de gente pequena.
O homem tem que se revolucionar, ser audaz, romper com o que é, existe, e se reinventar. Ou, passa como diria Platão, a ser simplesmente uma ideia de homem.
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