sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A ESPADA DE DÂMOCLES PENDE AMEAÇADORA SOBRE OS QUE NÃO RESPEITAM O PODER QUE TÊM

















Diretamente acima da cabeça do rei Dionysius de Siracusa, no seu trono, havia uma espada pendurada, presa ao teto somente por um único fio de cabelo. Sua lâmina afiada resplandecia apontada para entre seus olhos.

Dâmocles considerava Dionysius o homem mais rico, feliz e poderoso do mundo o que o fazia com que com muitos outros o invejassem.

Dionysius propôs a Dâmocles que ocupasse o seu lugar no trono e usufruísse de todas as suas regalias, poder e riquezas. Este naturalmente aceitou com agrado.


Dâmocles foi conduzido ao palácio, e todos os empregados foram instruídos para tratá-lo como seu mestre. Vestiram-no com vestes reais, e colocaram-lhe uma coroa do ouro. Sentou-se à mesa no salão de banquetes e fartos alimentos foram-lhe ofertados. Havia vinhos caros, e flores bonitas, e perfumes raros, e uma música deliciosa. Descansou-se entre macias almofadas, e sentia-se o homem mais feliz em todo o mundo.

Nunca se imaginara tão feliz até ao justo momento em que levou um copo aos lábios e levantou seus olhos para o teto. Estranhou algo que permanecia pendurado acima dele, quase tocando em sua cabeça.

Dâmocles endureceu-se. O sorriso desvaneceu-se de seus lábios, e sua face empalideceu. Suas mãos tremeram. Não quis mais comida, nem vinho, nem música. Queria somente sair do palácio. Pois diretamente acima de sua cabeça havia uma espada pendurada, presa ao teto somente por um único fio de cabelo. Sua lâmina afiada resplandecia apontada para entre seus olhos. Congelou-se sobre a sua cadeira.

Dionysius explicou então a Dâmocles que sempre estava pendurada sobre sua cabeça aquela espada, e havia sempre a possibilidade de alguém ou alguma coisa cortar a fina linha. "Talvez um de meus próprios conselheiros passe a ter inveja de meu poder e tentará matar-me. Ou alguém pode espalhar mentiras sobre mim, para virar todo o povo contra mim. Pode ser que um reino vizinho envie um exército para conquistar este trono. Ou eu posso tomar uma decisão estúpida que trouxesse minha queda. Se você quiser ser um líder, você deve estar disposto a aceitar estes riscos. Vêm com o poder.

A expressão “espada de Dâmocles”  origina-se de uma antiga parábola moral, popularizada pelo filósofo romano Cícero, em seu livro, Tusculan Disputationes, escrito no ano 45 a.C.

Para Cícero, o conto de Dionísio e Dâmocles representava a ideia de que quem está no poder, vive sempre  sob o espectro da ansiedade e da morte, e que “não pode haver felicidade para aquele que está sob apreensões constantes.” A parábola mais tarde se tornou um tema comum na literatura medieval e o termo "espada de Dâmocles" agora é usado para descrever um perigo iminente.

A espada de Dâmocles representa a insegurança daqueles que detém grande poder, especialmente quando esse poder é mantido pela força, pelo autoritarismo, pelo sangue. O medo da queda faz o inferno mental desses homens. Os tiranos são sempre corridos por baixo.

Verdade ou inverdade, qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência. Pois falando em vida pública, quem cometeu deslizes, corrupção ativa ou passiva, crimes contra a sociedade ou contra o bolso do contribuinte ou contra o bem comum, sabe que a espada um dia vai cair sobre sua cabeça. Não há crime perfeito, a não ser com a conivência do sistema jurídico e também da sociedade não politizada.

Do episódio de Dâmocles e Dionísio pode ter originado ainda a expressão “vida por um fio”, o fio da espada, o frágil fio do rabo de cavalo que a mantém suspensa.

Como seria bom uma justiça atuante, não condescendente. Como seria ótimo um povo consciente e lutador por sua dignidade humana. Como seria maravilhoso o respeito pelos valores sagrados do universo humano.



















A História ensina...


Mas poucos aplicam os ensinamentos e muitos acabam por cair nas armadilhas que a incúria e a ânsia de poder colocam no caminho.

Sem comentários:

Enviar um comentário