sexta-feira, 22 de setembro de 2017

RECADO AOS IMBECIS QUE ME CHAMAM LOUCO






























Adoro quando, - esta cidade pequena e feudal é fecunda e veloz em criar e difundir as novidades - por demandas de espíritos inquietos, vai deambulando a notícia que estou doido, que faço loucuras, que não tenho créditos na praça.

Tanto trabalho que ando a dar a uns pobres de espírito muitos mais doentes que eu que primeiro me atacam contra a lei, e contra os seus deveres, por ódios, vinganças, complexos de inferioridade e outros que em devido tempo explicarei, depois animam-se tentando alargar a destruição, do que julgam já ter destruído, não dando chances a um homem só, de se levantar.

Engano fatal. Viral. Estão tão destruídos quanto eu se acaso eu cair. E não caindo, devem contar que o louco acalme os seus ímpetos e não os persuiga o resto da vida como um cão raivoso sedento de dar umas eternas dentadas.

Vós estais muito mais doentes que eu. Eu tenho doenças, físicas e mentais. Mas não sou um imbecil nem o idiota que muitos quiseram criar. Não. Vós andais muito mais perto desse estado que eu, muito mais. Vós não tendes vergonha na cara, eu tenho. Vós quando quiserdes os desafio para um debate público, pago a sala, e garanto espectadores que vocês podem levar à fartura, - gostava de ver a coragem de levarem muitos dos vossos apoiantes - , e veremos no fim quem sofre de insanidade.

Deixo-vos esse desafio.

Vós fizestes uma Junta Médica vergonhosa (e quantas mais?, nunca saberemos?, ...a vontade dos vossos amigos e cúmplices é calar tudo, esconder tudo). Vós fostes desumanos. Vós revelastes incompetência e falta de cultura. Nem interpretar uma palavra sabem. E são médicos. Eu não me admiro, trabalhei 40 anos perto da classe... Vós perdestes a face e a honra, foram tão baixo quanto pode imaginar a maldade humana para se vingar num homem doente e cheio de problemas. Um homem que nunca fez nada a ninguém. Nunca ataquei ninguém. Mas defendi muitos. Isso perturba os tiranos. E apanharam-me doente, foi a hora de atacar. Mas as minhas defesas são virais. Vós nem em mortos sabem bater, são cobardes.

Como se diz em Tomar - e me perdoem a expressão - para ser normal, assim como qualquer um de vós, "preferia cagar um pé todo".

Deixem-me com a minha loucura. Sei trabalhar com as minhas debilidades. E ainda aguento moscas de volta de mim a tentar picar a todo o tempo. A minha natureza não é ser enxota moscas, me perdoem. Larguem-me ou tenho de vos bater os pés...

E sigo de pé. E não tenho medo de todos vós juntos. Só tenho pena de mim, e de não controlar as minhas emoções, e vos faça bailar o corridinho da Madeira.

Violências não. Esqueçeram que as melhores lutas são as que se fazem por amor? Que o que se faz por amor está para além do bem e do mal?

Mas tenho pena de vós. Muita pena. São mesmo o que um ser humano não deve ser. Devem ser muito infelizes. E eu só sinto alguma infelicidade quando estou depressivo mas cuido de levantar o astral. Coisa que vocês não podem, não tem nada que levante tanta sujeira que vos ocupa desde os cabelos às unhas dos pés. E irrito-me uma ou outra vez. Faz-me bem. descomprime. E não há o risco, como escreve Osho, de permanecer sentado num vulcão, donde com o tempo só se salta ou para o suicídio ou para matar alguém. Não aprecio particularmente a violência insana de matar, e não pratico a arte de matar com subtilezas. Isso é coisa demasiado exigente para os simples. mesmo para os loucos.

Mas é-me indiferente. Outra diferença entre nós. Eu se morrer provavelmente ninguém vai verter uma só lágrima. Isso garante longevidade. Diz-se que a morte anda tão cega. Vós que prezais a vida, e tendes provavelmente, ou julgais ter, muitos que vos adulam, servem e amam, devem partir todos muito mais depressa do que eu.

Mas descansai, eu não irei às vossas cerimónias fúnebres. Eu ao contrário de muitos que vão lá estar, não preciso de enganar ninguém. E nunca fingi. Isso para ser bem feito é coisa de gente douta. Mas sempre posso ter-vos nas minhas orações.

Eu nasci no cano de esgoto. Para que ser o que sou hoje passei muita miséria. Tanto durmo no chão - essa devo a vocês - como na rua, como na prisão ou no caixão. Mas, confesso que vivi, e aprendi muito. Que pouco sei. Mas vós sois muito mais ignorantes. E são perigosos. Eu nas minhas loucuras faço mal a mim mesmo e vocês na vossa pretensa sabedoria fazem mal a muitos. Sois pouco mais que cópias de gente. Chamar-vos loucos seria apiedar-me de vós e ser tolerante.

Vós não sois absolutamente nada. Vós inquinais a harmonia universal. Por haver gente assim é que o homem está condenado e a terra moribunda. Os inteligentes e os poderosos levaram pouco tempo a destruir tudo.

E vivem orgulhosamente petulantes e felizes do que produziram e ateimam em produzir. Felizes os estados que pudessem pagar para que gente como vós não precisasse de fazer nada. O mundo estaria bem melhor. A convivência era mais sã. O homem mais feliz. Haveria paz.

Deixai-me com a minha loucura, e como dizia um pensador que subscrevo, o pior que posso fazer é tentar ser uma pessoa normal.

E depois se a normalidade fosse ser parecido connvosco, iria ter náuseas perpétuas. Honestamente, ia preferir a morte, ou uma cadeia qualquer.

Tenho dó, entendo como diz outro sábio que Deus tem um inferno com ele; o seu amor pelos homens. A sorte Dele - e o esquecimento do pensador - é que muitos que parecem são ideias apenas, apenas ideias de homens, como diria Platão.







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