sábado, 22 de outubro de 2016

TIAC - TRANSPARÊNCIA E INTEGRIDADE, Associação Cívica





















Como o seu nome claramente indica a TIAC é uma Associação Cívica - e cada vez é mais importante a intervenção das entidades e organizações civis na actividade política - que defende a Transparência e a Integridade como valores essenciais a respeitar numa sociedade moderna, num estado de direito e numa democracia que se quer participativa e onde os cidadãos se limitem a exercer os seus direitos de cidadania, com o acto de votar.

Percebe-se, até nos valores da abstenção, votos brancos e nulos como as pessoas se afastam da vida política, deixando o campo aberto para que essa actividade que deveria ser nobre e de missão se tenha transformado numa pasarelle onde se passeia impavidamente a incompetência, a mediocridade, os que buscam benefícios pessoais, uma governação cheia de casos enigmáticos, sombras, estranhas coisas, e uma imensidão de casos mediáticos em que a ilegalidade é anunciada mas os que a praticam fazem festas e férias de luxo, e brincam com os seus advogados com a justiça, e com os portugueses.

A crise que se diz mundial, segundo alguns, e agravada em Portugal por incompetência de muitos que nos desgovernaram anos a fio, impunemente, infelizmente não toca a todos. Alguns com salários bilionários defendem na televisão que os portugueses podem dormir debaixo da ponte, outros no lugar máximo da governação quando o povo geme lhe chama de medricas, e vemos a Caixa Geral de Depósitos quando colecciona prejuízos aumentar principescamente os salários dos seus administradores de tal modo que àqueles não executivos, paga por uma reunião mensal quatrocentos mil euros anuais. E depois ainda vai buscar para esses lugares pessoas como a doutora Leonor Beleza que deve usufruir de subvenção vitalícia pelos cargos que terá exercido a bem da nação, que na Fundação Champalimaud receberá seguramente outro chorudo salário. Parece que a canção dos "que comem tudo, e outros não comem nada" voltou a actualizar-se. E, no caso em epígrafe, essa Excelentíssima Senhora ainda veio a beneficiar de um julgamento contra si que prescreveu, um milagre maravilhoso da nossa democracia, o que em bom rigor tem que deixar nas pessoas algumas interrogações; deveria ter sido condenada ou não? a prescrição foi um favor ou não? a justiça ainda não reconhece todos perante si como iguais?

Creio que se em Portugal existissem meios e vontade séria de julgar comportamentos que ao longo dos anos se escondem e não andam, da classe política e de banqueiros e empresários, teríamos o mesmo cenário que hoje se passa no Brasil, onde se corre um risco real de ver na cadeia uma percentagem enorme de políticos e nomes grande de vida empresarial. Mas infelizmente vivemos em Portugal, onde nenhum único partido apresenta sérias medidas contra a corrupção, vivendo cada um o melhor que pode que a lei não aperta e a todos satisfaz.

Associações e organizações de cidadãos são um imperativo para o aperfeiçoamento da democracia. No Brasil a presidente da república foi afastada do seu cargo, não sem antes se perceber a dimensão imensa dos que estão comprometidos e por onde se espalham, sendo que o próprio Presidente do Supremo Tribunal Federal violou grosseiramente um preceito condicional para favorecer a ex presidenta. Há dois dias foi preso o antigo Presidente da Câmara dos Deputados, e provavelmente o do Senado terá a mesma sorte, e já se encontram atrás das grades ex- ministros, senadores, deputados, e muitos dos mais poderosos empresários.

No Brasil foi o povo que saindo para as ruas veio exigir um fim no pandemónio que arruinava o país, que falia estados e cidades, paralisava a saúde e a educação, e a corrupção era visível a todos os níveis. Há poucos dias atrás, curiosamente foram aprovadas as 10 medidas contra a corrupção, onde, a sociedade civil, se representou no Senado por duas mulheres que intervêm diariamente na vida politica denunciando situações e falando ao povo brasileiro, duas mulheres que foram escolhidas para representarem a sociedade civil e tiveram o seu tempo para expor as suas opiniões frente aos senadores. Que aprovaram as medidas.

Portugal parece que é mas não é, não é nada, é um estado de direito onde a legalidade muitas vezes é impunemente desrespeitada, é um país onde a Constituição diz que o poder emana do povo e garante a igualdade e imparcialidade, coisa que está muito longe de acontecer, basta olhar para os casos de justiça e a realidade nas prisões. É um país em que um deputado assume perante os seus eleitores uma série de compromissos que logo que toma posse esquece, e não existe nenhum mecanismo que permita aos eleitores enganados retirarem das suas funções quem os atraiçoou. Em Portugal os casos mais mediáticos de corrupção observam-se em culpados que andam nas ruas, outros que andam com tempo na ideia paradisíaca de ver prescrever por falta de poder os seus eventuais crimes, e ainda outros que diferentes dos demais, são "elites" no estado que deveria ser igual para todos, e gozam férias e fazem festas em hotéis de luxo.

Praticamente tudo o que se proíbe em Portugal é lei e tem pena para os que não tem amigos poderosos, não são elites, e pouco mais são que o tal povo que deveria deter o poder. Para esses é tiro e queda e depois ouvimos dizer que a justiça funciona. Milhões desaparecem nos Bancos, pessoas aparecem com movimentação de milhões de euros que não podem justificar ter ganho de modo lícito, e alguns dos eleitos, esses vão andando num baile trágico com  o poder judicial e com uma música que não temos nem ideia quem toca, de modo a que tudo fica como dantes, quartel general em Abrantes.

O TIAC - Transparência e Integridade, associação cívica tem sido um paladino na denúncia da corrupção em Portugal. Sobretudo com intervenções que marcam a imagem do seu antigo Presidente o Professor Paulo de Morais, que preferiu enveredar por uma vida por uma causa, onde não lhe faltam seguramente perseguições, ameaças, contratempos, queixas na justiça, em troca de uma vida fácil e proveitosa e de futuro se continuasse na vida partidária e pactuasse com tudo. Há que lutar, há que dizer não. O TIAC cresce e continuará a lutar, a denunciar, a actuar. Pessoas com coragem e que não queiram pactuar com uma democracia muito imperfeita, por um estado de direito coxo, por uma Administração Pública folclórica onde pululam incompetentes que transgridem as leis e fazem tudo o que lhes dá na real gana pois sentem que a impunidade lhes garante uma saudável tirania e um amesquinhar dos outros. E que vigie o que se passa no mundo da governação, com negócios de milhões que muitas vezes nada têm de transparente nem parecem defender o interesse nacional.

Porque lutar é necessário, e se não pode desistir de actuar contra a corrupção, a incompetência o obscurantismo, as ilegalidades, as tiranias eu faz alguns anos sou membro, e com muita honra desta organização. Sou o associado 889. A apoio na sua luta nobre. Nunca a usei em meu benefício. Aconselho as pessoas sérias e que ainda não desistiram a juntarem-se a esta luta. Só os portugueses a sociedade civil e as suas organizações podem abanar este regime inquinado e gravemente doente. Quem está no poder preocupa-se com outras coisas e se esquece de Portugal.

Sem comentários:

Enviar um comentário