A primeira grande revolução tem que ser no próprio homem. O homem não pode ser "o resto" de uma sociedade impregnada de enigmas. O homem tem que ter sempre dignidade, esteja onde estiver, ande por onde andar, faça o que fizer. Os homens são naturalmente diferentes uns dos outros mas esse não pode ser fundamento para que tenha legitimidade para atropelar o outro, o apequenar, lhe cercear direitos e condições de ter uma vivência digna.
Deste modo o homem tem que se superar, tem que ser inequivocamente racional e perceber que só no uso de um relacionamento sano e fecundo com o seu semelhante poderá almejar um lugar cimeiro, o seu lugar natural, no centro da vida, do mundo, e que para isso vai ter que adoptar como leis princípios que o devem nortear e que vai assumir plenamente; a moral, a ética, a legalidade, a dignidade, a igualdade, a solidariedade, a liberdade e a consolidação de interesses fundamentais para que possa desfrutar da vida que deveria ter.
Só um homem forte, numa sociedade de homens preparados e empenhados numa existência feliz, estará em condições de com os seus companheiros provocarem uma mudança necessária na história universal. Desde logo o primeiro passo revolucionário é contestar por ser completamente provida de sentido a ideia de manter sociedades feudais, antigas ou novas, que se renovem ou não. O homem, todo ele, não é de primeira ou de segunda, mas apenas homem. E como homem será detentor de direitos que lhe conferem o papel pioneiro no mundo. Tudo terá sentido se existir ou ocorrer para seu benefício e não o contrário. O homem não corre atrás de interesses, de forças, de movimentos, de instituições ou organismos. Ao invés, tudo isso só terá existência e préstimo se o servir.
Será com uma revolução, no sentido estrito de mudança, sem violência, que as reformas se vão verificar. Urge proceder a melhoramentos nos sistemas de governo, na participação da sociedade civil, nas formas de representatividade e aproximação dos eleitores daqueles que obtêm uma "missão" condicionada de os representar, da democracia, e de aperfeiçoar legislação que desencoraje verdadeiras chagas sociais como a corrupção, as diversas formas de violência, a criminalidade, uma justiça que veja em cada homem um ser igual, e revisão global das metodologias de trabalho, de ensino, de intervenção social, de equilíbrio, e envolver o homem nos caminhos do desenvolvimento e do progresso, tirando para seu efectivo bem estar os efeitos que recolhe do desenvolvimento científico-técnico.
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