sexta-feira, 21 de outubro de 2016

O DIA ADORÁVEL DA PEQUENA E MESQUINHA VINGANÇA




Hoje é o tal dia que faz coisa de um ano, cada mês,  espero sem sucesso receber algo a que tenho direito por lei. 

O poder é assim, quando está nas mãos de pessoas pequenas e dominadas por espírito mesquinho de vingança, exerce-se aumentando cada mês que passa a não satisfação de um dever "autorizado" por quem pode mas não consagrado por quem não quer. 

Enquanto pequenas pessoas estiverem à frente de organismos para os quais não revelam possuir nem sabedoria nem equilíbrio, vai prevalecendo o que de pior tem o ser humano, a utilização da força para subjugar a razão, amesquinhar o direito, humilhar quem vê passar os meses e com eles vai percebendo quanto está longe a governação e administração dos homens bons, dos melhores, e como a politização dos cargos públicos é um atentado à democracia, aos direitos, e a uma actuação digna, superior e justa. 

Já dizia Platão há mais de dois mil anos que o afastamento dos melhores e mais capazes da política iria inevitavelmente ditar uma governação exercida pelos piores. 

Esta data deve ser sempre celebrada. Cada mês. Sempre. Recordada. Nunca esquecida. 

Pelo que possui de aterrorizador para as gentes que constituem o povo, os seres que pagam para que a vida possa ser melhor do que é. Dos riscos potenciais de se não executarem mudanças na política e melhoramentos no funcionamento da democracia e uma maior integridade e transparência nas Instituições Públicas. 

Não quero aqui culpar especificamente uma ou outra pessoa, elas são tanto vítimas quanto eu, eu não recebo o que me é devido - em contradição com a mais conhecida definição de justiça, dar a cada um o seu - e elas revelam que estão num lugar e no desempenho de um cargo onde nunca deveriam ter entrado. 

A culpa não está nelas está num sistema que permite todo o tipo de actuações discutíveis, de legalidades questionáveis, e de discricionaridade duvidosa. E numa inexistente e criteriosa busca de servidores para os cargos maiores que detenham qualidades alicerçadas num moral sólida. numa ética imperiosa, e no respeito tanto da legalidade quanto dos valores que devem pautar quem no exercício do poder vai obrigatoriamente influenciar a vida da organização e de pessoas que a servem e as que devem servir. 

Não basta a confiança política, a tecnicidade e os conhecimentos científicos não são tudo, é necessário em simultâneo a humildade de quem serve e o espírito aberto e humano de quem gere. 

Tirando a pequenez e lamentável vingança que é feita e não pode dar das pessoas uma imagem de estarem à altura das responsabilidades que lhes foram confiadas, que não permite que sejam respeitosamente consagradas nas suas atitudes e comportamentos, e que da exigível e fundamental imparcialidade revelam que não conseguem controlar os seus impulsos mais basilares, tudo o mais, decorre com a marcha do tempo. 

E Deus seguramente fará o mesmo que eu já fiz, perdoará pois não sabem bem o que andam fazendo e não percebem que amesquinhar os outros é provocar-lhes dor, revolta, tristeza e muitíssima amargura. Que pode ser uma malvadez inesperada e incompreensível em quem possuí a mais alta confiança para desempenhar as suas funções com zelo, competência, imparcialidade, e no respeito da legalidade. Gente que obviamente deveria estar acima de pequenas querelas que só fazem duvidar das suas verdadeiras dimensões. 

Que nunca passem muito do que eu já passei. E que possam viver uma vida tranquila e feliz. Não são inimigos são pessoas, simplesmente. E eu também sou uma pessoa.

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