Em bom rigor nunca percebi muito bem porque me escolheram de alvo para me perseguirem há um extenso número de anos.
Atacaram-me como chacais. Tentaram me humilhar várias vezes. Retiraram-me direitos. Retiraram-me condições para que não conseguisse desempenhar com eficácia e zelo as minhas responsabilidades. Tentaram pisar e colocar em causa a minha dignidade e a dignidade do meu cargo. Levaram anos a me pagar o devido que de um modo geral se pagaria em semanas. Ainda me devem dinheiro que não entendo se não querem pagar ou se não pagam por vingança. Trataram-me discriminadamente em relação a colegas meus. Depois de substituir quatro chefias e só ter a responsabilidade por um serviço gigantesco e que movia muitos milhões e com mais de trinta funcionários foi-me alterada a classificação de serviço, baixando-a, e a última classificação que me foi atribuída quando cessei essa tarefa que me foi pedida, aos mesmo tempo que me retiravam os melhores funcionários, atribuíram-me a pior classificação de serviço de toda a minha carreira. Depois de tudo isso ainda teimaram me subjugar e obrigar a executar funções que não me pertenciam. Por fim, o golpe de misericórdia, vivendo em crise e já aposentado por invalidez e com problemas de todo o género, quando me submeti a Junta Médica de Avaliação de Incapacidades por me encontrar "piorado" segundo os especialistas, esperando desse modo - como teria ocorrido se não existisse fraude - obter condições para o seguro pagar o meu endividamento bancário da casa, eis que o Digníssimo Júri na sequência de todo este rol de Assédio Moral e outros crimes - baixa, sem que tal seja compreensível ou explicável o valor da minha incapacidade. Bastava ter mantido a valoração nos itens, onde mostrando a má fé, e contrariando os especialistas, foram de modo vil, desumano e cruel, baixar a valoração.
Deste longo Assédio Moral deu-se uma primeira depressão de que nunca mais me consegui livrar totalmente. As razões era tão claras que a Presidente me transferiu de imediato perante a informação que lhe dei de impossibilidade de manter-me onde estava e sofrer as perseguições que a hierarquia sadicamente me exercia. Mas a salvação foi aparente, pois a minha responsabilidade aumentava na razão inversa da manutenção dos meus melhores trabalhadores. Acabei por ficar só, com uma responsabilidade praticamente impossível de sustentar, e cada vez tentavam mais, me retirar as condições objectivas para o exercício cabal e eficaz das minhas atribuições. Exerci sem qualquer tipo de estímulo e respeito funções de categoria superiora à que detinha. E por fim escapei a ser colocado numa cave de um armazém a fazer trabalho de um simples trabalhador administrativo ou de algum auxiliar polivalente. Perdi a saúde. Tive novas depressões, Idealização de morte e desejos de inexistência com tentativa de inexistir mesmo. No decurso de todo o sofrimento laboral veio a incompreensão e um ambiente em casa de profunda desarmonia, de conflitos, que veio a terminar num divórcio e numa relação em que as próprias filhas perdem aquilo que deveria ser o respeito e amor filial. Depauperei as minhas parcas finanças num acto de loucura irreflectido e que teve imensas consequências na minha vida familiar e nas dificuldades que todos tiveram de suportar. Tentaram sem sucesso tudo fazer para me destruir. E me provocaram profundos prejuízos, de saúde, morais e financeiros. Pouco faltou para não se terem congratulado com a ida ao meu funeral. E por muito tempo mantiveram, a existir somente, uma pessoa que não consegue sequer entender se o podem acusar de alguma falta, de algum facto que justificasse um castigo. Durante alguns anos não vivi. Não tive alegria. Abandonei as minhas tarefas de tempos livres e deixei de fazer fosse o que fosse. Não tinha ideias de futuro, nem planos, nem queria viver. Cinco longos anos de um desterro da vida, dos sonhos, das ideias, do mundo. O Assédio Moral destroça as pessoas e é um crime hediondo. Alguém vai ter que responder por tudo isto.
Mais uma vez se coloca a necessidade de lutar, de não desistir, de não baixar os braços. E como já escrevi em qualquer lugar, é preferível morrer lutando contra o mal, contra gente criminosa, contra gente pérfida, do que continuar numa espécie de vida em que olhar o espelho nos faz baixar os olhos. Antes a morte que ter vergonha do que somos. É preferível um homem morto a um espantalho vivo.
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