domingo, 5 de junho de 2016

JUNTAS MÉDICAS POR COMPUTADOR? IMPARCIALIDADE E JUSTIÇA!...



 COM AUSÊNCIA DE CORAÇÃO 

 PREFERIMOS 

UM COMPUTADOR A UM MÉDICO






                                                                                                                                                                                                                                                                                                    
 

"O pensador é antes de
tudo dinamite, um
aterrorizante explosivo
que põe em perigo o
mundo inteiro "

      Nietzsche              
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     




Toda a gente sabe que ando muito desencantado com os médicos que me fizeram a Junta Médica de Reavaliação de Incapacidades Multiusos. Aquela equipa de médicos que me fez a peritagem, em bom rigor, acho que nem necessitaram muito de reflectir tendo em conta a saúde que eu tinha ou não, se eu estava pior ou estava melhor. Preocuparam-se num único resultado, através de engenharia de cálculos e sua vontade, baixar-me o coeficiente de Incapacidade. Sem um fundamento. Sem uma palavra. Contra aquilo que sabiam ser a minha expectativa, e conhecendo que eu próprio e os documentos médicos que entreguei considerámos estar pior o meu estado de saúde. Em sentido contrário decidiram o Doutos médicos de saúde pública que compõem a Junta Médica. A esclarecer uma médica Presidente das Juntas que é Delegada Distrital de Saúde, um médico que é Delegado de Saúde de Monforte e um médico que é Delegado de Saúde de Fronteira. Creio que por detrás de toda a minha Junta Médica esteve sempre um quarto Delegado de Saúde na sombra, que é donde sopra o mal e se esconde a cobardia. Mas que influenciou os colegas e se vingou em mim - até que em fim - como faz anos desejava, com um ódio e uma aversão que não consigo entender. Só admitindo que aquele ser, de humano tem pouco, e é execrável, prepotente, intolerável, vingativo. Poderia sem margem para erros procurar mais uns poucos de adjectivos próximos da mesquinhez e maldade do ser humano para ser mais rigoroso numa avaliação, que não me interessa prolongar, dado tratar-se de gente desprezível, que como as serpentes, só merece um fim. E não é andar fazendo o mal aos outros, os escravizando, os maltratando, fazendo tratos de acordo com classe social e técnicas de submissão.

Enquanto não vir escrito no branco uma decisão independente que considere imparcial, rigorosa e certa a minha peritagem na Junta Médica, tenho para mim que aquele acto foi uma premeditada forma de me penalizar, de me criar dano, de me frustrar as expectativas. De colocar claro quem manda, quem tem poder, quem decide. De modo imperial, discricionário, acima da lei, insindicável.

Esta noite, pois não penso noutra coisa faz meses, relembrando toda a acção indecorosa de uns médicos sem qualquer pingo nem de ética nem de vergonha, imaginei que na próxima junta médica me sentava numa cabine onde um computador recebia um impresso preenchido pelos médicos, especialistas ou técnicos de saúde que eu entendesse. A máquina analisava os campos preenchidos, de acordo com um programa informático avaliado e certificado por entidades médicas e autoridades na área da saúde. E a máquina, em acordo com os impressos que acabara de analisar colocava ou não num monitor uma série de perguntas para o doente, e ou o acompanhante dele (médico ou familiar), que respondiam. De acordo com todo o conhecimento, e das respostas o programa poderia colocar ou recolocar perguntas, pedindo deste modo mais respostas. Depois, um simples CONCLUSÃO, e o doente recebia na sua própria mão o certificado preenchido e com a valoração final.

Em casos extraordinários, como hoje se faz - a quem se quer - mas não a mim, pode o computador dar um período de tempo para entregar um relatório, um exame, algo que em falta pode ser decisivo na justa decisão final.

Desde logo o doente tinha a ganhar imenso. Estava dependente dos Relatórios dos Médicos e Especialistas, e dos Exames que seriam transcritos para Impressos adequados. Tinha por norma a possibilidade de facultar dados em dúvida que o programa solicitava com perguntas. E podia concluir o seu Exame de Avaliação, certo tempo depois se a decisão final estava pendente de um dado em falta ou em dúvida.

Tudo era limpo, claro, até porque a máquina não falha. Depois a máquina não vai com a cara deste e não gosta daquele. A máquina não quer saber de classe social. De amizade. De cunha. De pequena corrupção. E a máquina ao decidir além do certificado enviava a fundamentação para se chegar a determinada valoração. Transparência.

Eu, que queria subir de coeficiente de Avaliação de Incapacidade, e era conhecido dos médicos essa minha intenção, não tive qualquer tipo de justificação, nem oral nem escrita. Deram-me um papel e vai-te embora. Falaram como estavam os meus diabetes e eu por acaso ando com o meu processo sempre organizado, fiz entrega de umas análises que tinha feito dias antes, mas curiosamente nos itens onde baixaram a minha valoração nenhum teve a ideia de me perguntar se eu possuía mais algum relatório ou declaração do meu psiquiatra ou da minha psicóloga. Curioso. é que eu andava em Juntas Médicas de Verificação de Baixa em Évora e cada vez que deslocava àquela cidade para Junta Médica actualizava os meus relatórios, sobretudo os de psiquiatria. Quer dizer que eu tinha em meu poder e ali, na Junta Médica relatórios que podiam suprir alguma imprecisão. Mas ninguém pediu. A intenção era uma só, dar caminho à vingança, penalizar, provocar dano, e foi premeditado, houve dolo, em minha humilde opinião e salvo melhor, houve crime. E, como houve crime e o assunto é feio, o bendito do Livro Amarelo não aparece. Segundo o Código do Procedimento Administrativo que estes médicos parecem desconhecer, bem como outras regras e princípios a que se deve submeter a Administração Pública o tempo médio de um processo desta natureza é de três meses. E foi uma das metas para se efectuar um nosso CPA, aumentar a celeridade. Pois bem, a minha reclamação está a fazer 5 meses. Anda ao contrário das boas vontades.

Às vezes jogo no euromilhões, mas nem sempre consigo discernir o que faria com tanto dinheiro. Antes tinha sonhos, ideias, gostos, e tudo isso se foi desfazendo, apenas enxergando a dois palmos da cara. Não consigo vislumbrar longe. Mas o sonho desta noite me deu uma ideia. Se me sair um euromilhões chorudo faço um concurso a nível europeu para que se encontre um programa informático que faça, sem trapaças, as Juntas Médicas de Avaliação de Incapacidades, junto dos impressos e tudo em periferia. E, depois de testado, confrontado, ofereço ao Serviço da República, ao meu país, Portugal, e sei que desse modo contribuí para acabar com coisas estranhas, com artimanhas, com jogos e joguetes, com descriminações. Poderia poupar-se imenso. E colocar a trabalhar esses médicos em vez de feitos Deus, premiarem ou castigarem, impunemente os doentes.

A bem dos portugueses, sobretudo dos mais fracos, dos mais vulneráveis. Fim da tirania, do que se esconde, do que se faz. O computador decide cientificamente e sem influências nem vinganças. Ele consegue, ter mais coração que alguns humanos. Viva Portugal, o Programa Informático das Avaliações e os portugueses.

  







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