sábado, 25 de junho de 2016

A HIERARQUIA DEFENDE OS INFRACTORES



HIERARQUIA

Suum cuique tribuere

PRIMUS INTER PARES



USLNA & USPP

Associados


Segundo a Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARSA) a entidade responsável e que tutela a Unidade de Saúde Pública de Portalegre e a sua equipa de funcionários é a ULSNA, E.P.E.

Em bom rigor não deixa de ser aparentemente estranho, uma entidade das que foram cridas para não serem nem peixe nem carne, isto é, nem estado nem privada, logo ao arrepio do rigor das regras que norteam e condicionam a Administração Pública, tutela um Serviço que parece continuar perdido no tempo entre papéis amarelecidos, entre fiscalizações públicas, autoridades, vistorias, certificados de óbito e licenças.

Esta ULSNA, E.P.E. ao arrepio de um controle apertado pela máquina do estado, goza de algumas autonomias que lhe permitem ser uma coutada protegida, afastada de imperativos legais, podendo, deste modo, sorrateiramente servir interesses imensos, desde logo no corpo de administração que não é alvo de grandes exigências para ser nomeado, uma boa coloração, uma família e pouco mais justificam tudo, os dirigentes, onde muitos nunca fizeram qualquer tipo de concurso para nada, é ser compincha e andar prá frente, e toda essa legião de servidores que vai do filho, ao amigo, à irmã, à namorada, ao partido, enfim, fazendo daquele organismo um tutti frutti à italiana, apetitoso e divertido.

Dizem que deve sempre imenso. Não admira, a vida está cara, e os gastos explodem sobretudo se não há uma gestão prudente, mas não me cabe a mim fazer juízos de valor sobre essas qualificações. Coisas meticulosas deveriam ser para quem sabe e não andando à deriva, com este e aquele.

Mas, já no que me diz respeito a ULSNA, E.P.E. e as entidades sucessivas que lhe foram antecedendo foram efectivamente Serviços da ou para a Administração Pública onde a qualidade raras vezes se notou em algum lugar, e a justiça, a imparciali-dade, a competência, o mérito, nunca foram devidamente equa-cionados. Faz muitos anos um Vogal da Administração chamou-me a reunir pois estava muito aborrecido comigo; imaginem que eu andava pela cidade a dizer que aquele serviço era o pior do distrito. Ficámos cientes na matéria em apreço, havia um erro e tínhamos que começar o debate que levou horas, no ponto certo. Especulações não ajudam o rigor. E eu disse a Sua Excelência que não era verdade, eu não dizia, o que se passava é que eu "digo" (presente, na altura) que o Serviço é o pior e fundamentei.

Saiu de lá para cá imensa gente. Hoje os Serviços nem sequer se confundem. Hoje pululam doutores e engenheiros e alguns parentes não licenciados, mas parente e do partido é equiparado a doutorado, e o serviço faz-se, igual, fraquinho, fraquinho, que se o Presidente da República quando era comentarista de televisão tivesse de dar uma nota, qualificaria aquele Serviço com um 6, em 10. Para ver se o brio aparecia de algum canto, o zelo saltava do infinito, a celeridade aparecia qual fantasma, e a qualidade crescia.

Se eu falasse desde os tempos dos SMS, ARSP, SUB-REGIÃO e por fim ULSNA, E.P.E. as pessoas não poderiam compreender, razão bastante para eu prudentemente ficar calado. Há vícios que atravessaram transversalmente os mesmos serviços, independentemente de mudanças de chefias ou de funcionários, mantendo-se a funcionar, pouco mais se pode dizer. Há serviços que se não entendem, mas tudo serve para justificar um chefe. E há chefes que só o são porque estavam no lugar certo na hora certa e em alguns casos, nem tiveram de fazer fosse o que fosse o lugar veio cair-lhe no colo.

Podíamos avaliar A ou B, ou falar de C, ou comentar como D tem o poder que tem mas quem efectivamente manda é a sua sombra que nem é do partido, nem primo, nem namorado, apenas sabe. E quando um sabe faz muita falta a quem pouco ou nada sabe.

Comigo, honestamente nunca foram muito simpáticos. Mas eu, ao contrário de alguma má fama de arruaceiro que possa ter tido em momentos de mais calor, até nem perturbei o caminhar do tempo. Via e calava, pensava e não dizia, evitava comentários inadequados pois podiam atingir alguém, e fui levando a minha carreira pela frente. Cumpri. Nunca fui nem primo nem afilhado, muito menos namorado ou filho, nem fui do partido, e mesmo quando o meu partido (no sentido daquele a quem sempre me liguei mais) se aproximava do poder, deixava-me estar sossegado, e seguia tranquilo.

Fiz mais do que aquilo que era obrigado. Mas com uma moral perversa, complicada, de gente sem escrúpulos, do destrói e bota abaixo. Exemplo disso, e sem entrar em pormenores, substituí 4 chefias, e sozinho estive uns anos à frente dum departamento com mais de 30 funcionários. Quanto não poupei em salários de pequena chefia? Nunca recebi nem mais um tostão por ter esse acréscimo de trabalho e essa responsabilidade. Ao contrário a Administração zelosa e agradecida ia-me substituindo os melhores funcionários pelos casos complicados. E o trabalho continuava e fazia-se. E a Administração agradeceu baixando-me a classificação de serviço de Muito Bom para Bom. Logo quando eu fazia o trabalho e tinha a responsabilidade de quatro chefes, tinha mais de trinta funcionários sob as minhas ordens, e movimentava muitíssimos milhares de contos por ano, na altura.

Mais tarde como agradecimento final foi-me atribuída a pior classificação de serviço de toda a minha carreira de funcionário.

O povo até pode achar que isto são coisas miúdas. Que estou a carpir mágoas feito invejoso. Que estou a lembrar Chefes que o Tribunal veio determinar que tinham atingido ilegalmente essa categoria, mas foram premiados indo para longe, para esquecimento, e depois por necessidade, gente acima da média em saber está-se a ver, voltaram para Portalegre, onde moravam a receber ajudas de custo dos lugares onde deviam estar. Outros recebiam horas que nunca cheguei bem a perceber porque diziam que não necessitavam fazer. E uma teve mesmo uma nota de Mérito Excepcional e na mudança de governo caiu para um lugar sem eira nem beira, ficando toda a gente sem perceber se o mérito era folclórico ou a mudança de colorido era mata mata.

Como disse, nunca tive horas a mais por este ou aquele desempenho maior ou menor, mais ou menos complexo, nem fui compensado por salário equiparado à nova natureza das funções.
Ao contrário, pelo menos umas 5 ou 6 vezes tive de devolver salário por indevidamente recebido - eu prefiro o termo indevidamente pago (dado que não sou eu a processar os salários) - e, tempo depois, apurados os factos, as leis, a verdade, me voltaram a dar o dinheiro. Tive um acidente de Serviço e daí decorre o direito que algumas vezes é de imediato pago, de ser ressarcido de despesas efectuadas com a recuperação, pois logo a mim,por pouca sorte, é bom de ver, o processo foi perdido umas três vezes, depois andou no serviço jurídico - isto para pagar meia dúzia de reis furados - e três anos depois me pagaram. Agora decorre um processo idêntico, requeri uns pagamentos por me achar com direito a eles em Outubro do ano passado, soube à dias que estava o processo para o serviço jurídico - lembrei o outro processo - e fiz-me pessoa, escrevi à Excelentíssima Presidente da ULSNA, E.P.E. a dizer que me achava cansado, que estava farto, e se não me fosse pago o que me querem pagar - o resto logo resolveremos de outro jeito - no dia 21 de Junho (dia de pagamento de salários) desistia do processo, isto é, não faço mais contas com esse dinheiro. O dou de generosidade à ULSNA,E.P.E. - pena que seja tão pouco, pois adorava equilibrar as suas contas e mostrar como se gere um Organismo Meio Público com Sucesso - e não quero ouvir mais falar em dinheiro. Quando receber vou entregar um cheque com o valor equivalente, tiro uma foto para colocar no meu curriculum vitae - nunca pensei ajudar a minha antiga Instituição - mas em casos de necessidade era o que todos deviam fazer.

E por fim tenho a mesma e formidável ULSNA, E.P.E. provavelmente a bloquear o meu problema com a minha Junta Médica ocorrida na Unidade de Saúde Pública de Portalegre pela Senhora Delegada Distrital de Saúde e Presidente das Juntas Médicas de Incapacidade, que na minha modesta opinião foi fraudulenta e pode mesmo incorrer em crime de acto médico doloso, numa demonstração clara de que aqui em Portalegre ainda não é tempo de leis e conversa fiada, manda quem manda, como quer e lhe apetece, e faz como deseja. E se a minha reclamação é para ser ignorada tudo farão para a silenciar. E se a minha reclamação é para ser desprezada tudo farão para que assista sentado ao passar dos meses e nada.

Afinal, vamos lá a tratar as coisas pelo seu verdadeiro nome ou sentido - o que é o Livro Amarelo? Mal reclamado era motivo de risada pois se manipulavam as respostas e o reclamante às vezes era surpreendido com respostas em sentido contrário ao que verdadeiramente os seus olhos tinham visto, noutro sentido dirigia-se o reclamante a alguém com boa imagem, boas intenções e prometendo tudo mudar e ser o caso alvo de verificação e consequente acção não se reclamava - o que permitia a algumas chefias vaidosas clamarem que desde que era chefes não havia reclamações. O problema é quando a reclamação dói - bate no osso - quando se menospreza o doente, quando se valoriza a força do poder, e depois embrulha-se tudo. A reclamação não pode ser manipulada, foi feita como deve ser, o poder esgota-se olha e não sabe o que fazer. Mas ainda ri, e manda o Livro Amarelo com um assunto grave e técnico para o Gabinete de Utente. É como mandar touro para esplanada publica. Tudo foge aos tropeções, salve-se quem puder. E depois começa a triste e envergonhada procissão do Livro Amarelo, que ninguém quer, queima, fede, que pode mesmo dar calor a mais a quem sobre ele decidir encobrindo os infractores. Que imbróglio.
Mas o Livro Amarelo, penso, por ser rejeitado em todo o lado, deve estar na ULSNA, E.P.E. Que não sabe o que fazer dele, não aquece nem arrefece e com o passar do tempo passou a conivente. Que coisa mais aborrecida.

E por isso não me pagaram logo no dia 21. E eu ralado. A ULSNA e a USP estão cercadas, ardem, vão sair mal deste episódio que por erro de paralaxe definiram de brincadeira. E está-se a ver quem brinca.

Parece-me, a ser verdade toda esta minha suspeita que a ULSNA, E.P.E. - e se a Presidente da ARSA me informou como deve ser, que vivemos num país em que ninguém sabe nada - é a Entidade que tutela a Unidade de Saúde Pública de Portalegre, e lhje protege as costas do terramoto que tudo isto ainda vai provocar, exi ste conivência. Quer dizer que tanto mal fez a Junta Médica de Verificação der Incapacidades como a ULSNA, EPE, tal e qual nos termos daquela frase tão popular que tanto é ladrão quem apanha as uvas como quem fica a vigiar a entrada da vinha.

Eu sempre aviso antes. Detesto guerras e tropelias, zangas e mal entendidos. Mas existem coisas com que se não pode pactuar. Os Médicos da Saúde Pública da Unidade de Portalegre pago para não os ver. Não quero saber mais de incapacidades. Luto contra essa epidemia apenas como forma solidária de ajudar os doentes que não podem ou não sabem se defender. E, depois de analisar o que me fizeram, meu Deus, o que não terá já ocorrido naquela santa casa. Igualdades? Legalidades? Rigor? Competências? Deontologias? Princípios? Ética e moral? Não me atrevo a responder, digo apenas que imaginem...

E a ULSNA, E.P.E. é outro serviço a ter debaixo de olho. A auditoria que ando meditando para a USP também passo a mendigar para a ULSNA. A Sindicancia igual só faz bem se for às duas.Enfim, cada cidade tem aquilo que merece. E Portalegre parece estar bem servida. Eu cá por mim, tudo isto me deu novo ânimo de vida, vou lutando, aguardando, atacando, recuando, só ontem mandeio mais de 25 cartas registadas, recomeçou a guerra, entrámos no segundo round. Propus a paz, propus acordo e terminar os litígios, mas a forte ideia de impunidade que reside neste órgãos de poder, a sua pequenez de espírito, a sua vaidade e prepotência, optaram por manter a guerrilha. Pois bem, nada me podia fazer melhor. Lutemos. Vamos ver o que vai dar esta segunda operação de ataque que desenvolvi concertadamente com a cavalaria e a artilharia. Tenhos os infantarocos preparados para invadir terrenos há ordem de avançar. E uns foguetes especiais que não podem ser conhecidos apontados. Um lancei ontem. Espero que a fumaça baixe para ver se atingiu o alvo.

Desejo muitas felicidades tanto à ULSNA, E.P.E. como à USP de PORTALEGRE. E que seja uma boa luta. Vai ser.

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