sexta-feira, 3 de junho de 2016

EUFÓRICOS CÂMBIOS PROVOCAM RAID

HOJE ME APERCEBI

BRINCAR COM UM DOENTE 

PODE SER TRÁGICO

DEUS NOS ACUDA...








Este é o meu território. Aqui levo a grande parte do dia, - apenas saio normalmente um pouco de manhã para beber um café, quando saio - quatro paredes, duas janelas, e o espaço totalmente ocupado, parece tenda de feirante, secretária, mesa do computador, estantes, maple, mesa da televisão (que raramente ligo) e um colchão de campismo onde faz algum tempo, que não sei precisar, mas algumas boas semanas, me serve de cama. Não é clausura, não é fobia, é apenas a gruta do urso que solitário umas vezes hiberna, outras vezes vai fazendo que faz alguma coisa.

Não me sinto infeliz aqui. Acho mesmo que aqui tenho todas as condições para efectuar tudo o que o meu pensar me ditar. Caio cansado, acontece às vezes sem explicação, é dar dois passos contornar a secretária e deitar. Às vezes deixo no computador música para relaxar a tocar baixinho. E por vezes nem dou por o tempo passar, imagino que adormeço ou me perco em delírios. Tenho períodos em que chego a passar pelas brasas duas vezes por dia, a meio da manhã e a meio da tarde. Rotinas. E como agora dei em acordar cedo, deito cedo também. Tenho alturas que não consigo adormecer e nunca me deito antes das 4 ou 5 horas da manhã e tenho mesmo noites que me não deito. Às vezes o dia seguinte é mais ou menos penoso, sinto-me cansado em com sono, ou, curiosamente levo todo o dia como se tivesse dormido maravilhosamente.

Julgo que escrevendo muito, escrevendo, transporto o meu exército numa luta campos fora contra os fastidiosos e horríveis médicos que se atreveram a brincar comigo. Tenho nas veias um sangue que não conhece historicamente as submissões. Devo-o a meus avós. Qualquer deles não se deixou pisar no temp o em que agricultor rico tinha dezenas de filhos incógnitos espalhados nas freguesias rurais e um brasonado dava um par de estalos num chefe de família em público e aquele se resignava, cuidando prudentemente do dia seguinte.

Graças a Deus herdei essa irreverência e nunca deixei que me pisassem, mesmo que reconhecidamente não tenha as condições que meus ascendentes tiveram no seu tempo. Por isso um deles tem o nome numa rua de Campo Maior e o outro ainda é comentado em voz baixa. Dava-me orgulho quando a minha empregada Alzira me vinha dizer que o vizinho do lado, que me tinha atropelado em algum assunto agrícola, e dizia "com esse não se pode fazer nada, sai ó bisavô Alcobia. Nunca o conheci, mas acho que o adoro, não é qualquer um quando muda o regime e julgando que se sentam poder gente sem categoria nem honra, larga o negócio e a partir dos trinta e poucos anos até ao fim da vida nunca mais fez absolutamente nada. Não trabalhava para malandragem, estava tudo dito. Adoro gente de convicções. Eu sou igual, só não tenho é negócio para passar e ficar a olhar o povo a se comerem uns aos outros. Como naquele tempo hoje de civilizado há pouco, com nobreza não se vê, honra nem se fala nisso creio que a malta nova nem sabe o que significa, como desconhece o que é um ideal, a ética e ter bons costumes, como ter palavra.

Hoje o que se aprende logo observando a classe política que deveria servir de exemplo é a arte de mentir. Mentir, quanto mais melhor, eles ficam felizes pois a impunidade é geral nem há crime para as mentiras, e depois é fácil de aprender. Aprende-se fácil e toda a gente mente. Isto é um paraíso para os mentirosos. Honra às malvas. O que á preciso é ter lugar, ter poder, estar instalado, meter medo a alguns poucos, isso sim, dá importância e vaidade. Depois se há competência, se se sabe, se não se sabe, isso não conta nada. O que conta é o livre arbítrio, fazer de qualquer maneira como dá na gana, mesmo que se pise a legalidade, ou se violem princípios isso é coisa para gente da arraia miúda. Aqueles já se vão da lei da vida libertando, são inimputáveis, vivem à margem, não se curvam a nada, nem querem saber de ninguém, é gentalha, pessoas medíocres, mesquinhas.

Hoje, e até nuns dias atrás tenho andado divagando sobre colocar aqui no meu blogue fotos da Unidade de Saúde Pública de Portalegre, e de preferência com a cara de cada um dos figurões que me fez a pseudo junta médica de avaliação de incapacidade. Mas logo me saltou aquela coisa das leis, dos preceitos, da legalidade, do bom nome, outro qualquer trataria neste mundo de fazer tudo isso sem qualquer pudor e eficazmente. Basta um telemóvel e se tiram fotos de tudo e mais alguma coisa com uma resolução que ultrapassa caras máquinas de fotografias.

E dei por mim me interrogando, tenho essa mania quando escrevo, para conhecer e estudar os limites, posso ou não posso tirar fotos à Unidade de Saúde Pública de Portalegre o local onde uma equipa inteligente de médicos se lembrou de vir brincar comigo, mexer na minha honra, e causar-me prejuízos na saúde e na minha já arruinada economia. Fizeram mal. Só se ataca um animal quando conhecemos as suas potencialidades e o seu modo de operar ou agir, de outro modo podemos ter pela frente dissabores, calafrios e até ataques letais. Nem todo o animal aparentemente inferior teme um que parece ser muito mais forte. (A mamba negra é uma serpente com um veneno dos mais mortíferos que existem no mundo. O seu ataque é formidável e mata em poucos minutos animais muito maiores. Há uma ave que a ataca, e que curiosamente só pára depois de a matar. Quem diria. E não falo em nenhuma ave dotamanho de uma águia, condor, ou avestruz, nada anda mais perto da galinha, curioso, como nos podemos enganar com asas aparências.)

Podia ou não podia tirar uma foto aos meus queridos amigos de aventura? E cheguei à conclusão que posso, dado tratarem-se de titulares de Órgãos Públicos, serem autoridades de saúde, e sendo, deste modo figuras públicas. Se não quiserem ser fotografadas já é caso para se aposentarem, ou meterem uma serapilheira na cabeça, com uns buraquinhos para não tropeçarem e darem cabo do físico.

Já tirar umas fotos no interior da Unidade de Saúde Pública adiei a resposta. Uns deixam, outros não deixam, outros não ligam, alguns têm ordens superiores para não deixar ou para dar uma imagem imaculada e nada temendo podem fazer tudo. Vou estudar esse assunto.

Entretanto estava aqui, e a ideia meteu-se-me na cabeça, tinha que ir à Avenida do Brasil tirar uma foto ao Edificio. E lá peguei na moto, agora tenho uma moto pequenina, e aí vai ele até à cidade. Confesso que não era eu quem conduzia a moto. Ela chegou lá. E olhei para o prédio, mas nem me lembrei de tirar fotos. Até que vejo um jovem ciclista com vestuário a rigor que parecia um profissional, entra na Unidade de Saúde Pública de Portalegre, ele, naquele preparo, parecia que estávamos no carnaval, e a bicicleta. Bem a USP de Portalegre devia ter virado oficina ou sede de equipa de ciclismo. Faz meses que não ia para aquelas bandas e agora em dias tudo muda e lá fui para observar de perto. Foi quando deparei com as placas de Unidade de Saúde Pública e lembrei minha missão. Se podem entrar bicicletas e ciclistas eu também posso tirar umas inofensivas fotos. E foi o que fiz. Tirei algumas na entrada e ia preparado para continuar quando a Excelentíssima Senhora Auxiliar me fez um repatro sobre uma foto que ainda tirei nas escadas. Bateu na minha cabeça um zongo, booommmmmmmmmmmm...  E guardei o telemóvel. Fiquei envergonhado. E pensei até que enfim vejo alguém com zelo. que vejo alguém que responde pelas suas responsabilidades, que actua.

Não tirei nem mais uma foto. E nem fui indagar quem tinha sido o figurão ciclista que tinha com certeza ido fazer uma junta médica de avaliação de incapacidade. E não me admirava que saísse feliz. Isto das Juntas Médicas tem que se lhe diga. Só é pena o Estado não ter interesse em averiguar o que se passa naquele serviço. Para mim, tudo e nada se passa ali. É um Serviço que por minha análise não tem ponta por onde se pegue (excepto a Senhora Auxiliar que reclamou da minha foto), tenho só dúvidas. E estranho que ninguém me chame para dizer de minha justiça. Admira-me que ainda não tenha sido levantado um inquérito. Este país é mesmo um gozo, uma tropelia, um salve-se quem puder, uma impunidade geral, e uma mentira em cada promessa, e ilícitos e desmandos, Estamos perdidos.

Depois, aqui é Alentejo, e tudo ainda anda mais devagar. Adoro isso. Me dá tempo para compensar meus períodos que me limito a delirar, pois me encontro incapaz de fazer trabalho sério. Fases. Haja tempo, adoro. E a luta continue ainda uns bons meses. Quanto mais melhor.






Deus ajude esta pobre gente, não sabem o que fazem. E me defenda do meu mau génio. Tenho que levar tudo isto com elegância quanto mais não seja para que se perceba de modo claro que o leão não se senta na mesma mesa dos chacais. E que já levo 60 anos andando muito, sei quando o piso não é recomendável e quando o lixo pode sufocar o incauto. Gostei de ir àquele local... relembrei e ainda bem que não havia por ali ninguém ligado à trapalhada, estava exaltado, foi melhor assim.Foi um escape, foi um raid que o meu humor eufórico me provocou, felizmente, sem quaisquer problemas. Tão depressa fui como regressei. Apenas retirei um dado que tenho que reter, e não posso em condição nenhuma descurar - sempre soube me controlar - aqueles médicos para mim são pouco mais que lixo, não tentem outras graças, não sei se dá para tanto.

É a conclusão, médicos, não os odeio nem lhes guardo rancores - e logo ao deitar vou pedir desculpa por tudo, actos e pensamentos a meu Deus - não lhes quero fazer mal. Mas alguém vai ter que pagar tudo isto. Eu estou pior só não quero ser internado pois tenho de abandonar este dever. E ficarei lutando até ao fim.

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