Há um princípio comummente aceite que o povo, leia-se eleitores. não podem estar acima daqueles que elegeram. Não os podem declarar piores do que os eleitores efetivamente são. Nem os considerar responsáveis pelas políticas demolidoras cada vez mais afastadas do homem e do bem estar coletivo já que delegaram neles o comando dos destinos, de países, potências regionais e mundiais.
Há povos que parecem viver completamente a leste da responsabilização e não se governam, nem conseguem nomear gente capaz de os governar. Caminham num abismo horrendo de consequências imprevisíveis.
Há povos que distraídos entre extremismos fanáticos, semeiam o ódio entre si, se dividem, e deixam irresponsavelmente correr os dias entretidos entre a fome, o desespero, a falta de saúde, educação, e ordem pública e o consumismo desenfreado de luxos ostensivos, de corrupções impunes, e todo o tipo de desmandos.
Há os que ilibam os povos. E crucificam os senhores do mundo. É que alguns pensadores afirmam que o mundo é conduzido à milénios por políticos e líderes religiosos que nunca resolveram qualquer dos grandes problemas que assolam a humanidade. Não só estes senhores do mundo disseminaram as guerras, como ganham fortunas com a venda de armas, continuam a deixar milhões em condições de pobreza extrema enquanto ao mesmo tempo se deitam bens essenciais para o lixo, se alimentam indústrias economicamente espalhadas no mundo que respondem por doenças, e pela não cura das mesmas, pela sua manutenção, a bem de interesses de poucos. Afirmam ainda que o povo (eleitores) cada vez estão mais alienados, menos cultos, menos conhecedores de direitos, menos exigentes e se tornam facilmente manipulados.
Há novas formas de escravidão, de violência, de criminalidade e num mundo em que gira a uma velocidade vertiginosa dá-se a curiosidade desses fenómenos desumanos e cruéis, passarem ao lado, ou serem tratados à velocidade de caracol.
Quando vemos os Estados Unidos da América do Norte abandonar os Acordos de Paris, isto é, virar as costas aos problemas ambientais do planeta, quando vemos uma nação grande e poderosa como essa abandonar os direitos humanos na ONU, quando vemos a maior potência do nosso tempo construir muros e separa as crianças dos pais que ousaram entrar no país para buscar um sonho de felicidade, quando vemos um dos países que foi promotor da globalização, do livre comércio, numa propaganda idílica de aproximar os países ricos dos pobres, tomar medidas protecionistas e atacar comercialmente tanto adversários como amigos, algo parece ter perdido a sanidade.
Na antiga Gáulia, na aldeia do famoso Astérix, diriam seguramente que os deuses devem estar loucos.
Eu, já tenho dificuldade em bem discernir onde começou a loucura. Nos que deixaram gente absolutamente irresponsável, incompetente e perigosa tomarem conta do mundo e o levarem ao caos. Ou se aqueles que jurando fidelidade a bandeiras, constituições, e povos, e a quem prometem sempre a resolução dos problemas e o bem estar, são incapazes de cumprir uma promessa, vivem rodeados de interesses inconfessáveis, utilizam a vida pública em seu benefício ou de grupos, e conspurcados em infindáveis mentiras, mudam as coisas normalmente para pior. Deixando a Terra que nos foi dada por Deus num estado absolutamente impensável para seres tidos por racionais e dela dependem. E colocando a própria vida do homem à beira do fim.
Percebe-se, quando os burros vêm passar o homem, se rebolam no chão a rir e a zurrar. E gritam eufóricos "e os burros somos nós". Entende-se. Infelizmente.
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