sexta-feira, 29 de junho de 2018

ATÉ QUANDO RESISTIRÁ UMA UNIÃO EUROPEIA VIRADA CONTRA AS PESSOAS?
















A União Europeia marcha inexoravelmente para o seu fim. Ela não tem nada que ver com as populações europeias. É uma união de países desiguais, com culturas diferentes, com formas de ver o mundo e a vida distintas, e é um grupo enorme de países onde dois ou três têm sistematicamente aproveitado o seu poder para impor as suas vontades.

A hegemonia germano-francesa mobiliza pequenos países que correm atrás da cenoura à espera das migalhas que podem cair da comiseração dos padrinhos poderosos. Outros calam, melhor pode ser estar e calar que criar conflitos. 

O que aproximou o cidadão alemão do português? E o francês? Nada. O alemão continua mais rico, e aumenta a sua riqueza e acha o português um inferior que no seu território é tratado como se fosse um turco, ou um sírio.

A senhora Merkel aparece em todo o lado como a senhora UE mas em boa verdade ela é chanceler da Alemanha. Tem sido adorada por imensos bons alunos que podem fazer os seus povos passar por sacrifícios desumanos e cruéis para que a senhora fique contente e seja feita a sua vontade.

O presidente francês Macron parece ter ocupado alegremente o lugar de vice-rei, tranquilamente sem concorrente com a saída da Inglaterra e a Itália que parece andar transviada.

A ideia de União Europeia foi uma luz, algo inspirador que tinha em vista terminar com os conflitos num continente varrido sistematicamente por perturbações violentas em muitos séculos. A paz, sobretudo depois da Segunda Guerra Mundial, era sentida e desejada por todos. Imperiosa.

E sonhar uma Europa onde todos os países se encontrariam na busca de progresso, solidariedade, união de forças e culturas, ciências e técnicas, liberdade de oportunidades entre todos os cidadãos, livre circulação de pessoas e bens, foi uma música suave e linda para muitos poetas e sonhadores.

E foi-se edificando algo que ia crescendo, crescendo, de um modo estranho para quem tem observado os baluartes mais avançados das democracias do mundo. Tem um dos poucos Parlamentos que não legisla. É um el dourado para políticos em fim de carreira, ou para gente incómoda que se afasta facilmente para majorar as reformas, e saírem de cena discretamente.

É uma Europa muito interessada em ser uma mistura que mexe e rebola, faz bola, faz massa, mas não solidifica em coisa alguma. É uma Europa que nada tem feito para defender os cidadãos. Nunca ouvi falar em metas de rendimentos mínimos. Ou em melhoramentos expressivos na qualidade de vida. É uma Europa que exige a uns mais anos de trabalho, mais horas de trabalho, menos segurança no emprego, aposentações mais baixas, flexibilizarão das leis laborais.

Isto impõe a solidária Europa dos ricos aos países da União Europeia com economias mais débeis e que saíram da crise muito destroçados. Sacrifiquem-se, trabalhem. O próprio primeiro ministro português se dirigiu aos portugueses que perderam empregos, casas, vidas dignas e o futuro, que era piegas. A Merkel adorou. Tinha ali um homenzinho. Que da juventude partidária, passou a político, de político a primeiro-ministro e da política saiu sob vivas manifestações de repúdio a professor universitário. De quê? 

Mas os países ricos têm outras políticas para os seus cidadãos. Isto unirá alguma vez as pessoas?

Depois chamam de populistas aos que dizem a verdade. E temem os movimentos radicais. E têm de temer. Esta Europa só interessa verdadeiramente a meia dúzia de países, que um dia são donos e senhores de tudo - sem guerra - e pagando pouco, e aos povos mecanizados e produtivos do norte. Os do sul são vadios que bem podiam ir para a África.

Mais facilmente esta Europa ajuda Bancos, e Empresas, mas esquece fazer Gabinetes de ajuda aos cidadãos. Os cidadãos têm de se adaptar. 

Acho que a Europa podia ser um sonho grande, lindo e com futuro. Podia abrir janelas ao mundo e ser um teatro de progresso e boa convivência. Podia ser diferente. Mas a Europa nunca aprendeu na história, e vai remetendo velhos erros, fatais. E vai caminhando de erro em erro, afastada das pessoas. Até cair. 

Creio mesmo que apostar na sua queda é a hipótese ganhadora. Todas as demais são pouco mais que folclore, teatro e muitos interesses.


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