quarta-feira, 13 de junho de 2018

BUSCO NAS PROFUNDEZAS DO MEU OLHAR...




Procuro no olhar um tudo ou nada.

A noite sem estrelas ou a luz do sol.

A beleza dos sonhos geradores de ideias

Ou os castelos desfeitos pelo vento.

Procuro no olhar um sentimento

Que me faça entender o que sou,

O que espero e onde estou

E porque sou estrela perdida

Num universo sem fim,

Que me prende e me afasta de mim.

Mergulhei no meu olhar

Buscando entender  as essências,

Que fazem parecer magias,

As demências e agonias

do inexplicável.

Dentro de mim tudo é um turbilhão

Ventos ciclónicos, nuvens de areia,

Praias sem fim, e montanhas de dor,

Um tufão leva no ar em mil direções

Alegrias, afectos, certezas e esperanças.

Entre bonanças que não chegam mais.

Entre saudades do inexistente

E aplausos estridentes de desilusões.

Procuro no meu olhar

Talvez um outro, ou talvez não,

É mais certo não buscar nada.

Descrente em alvoradas.

Entregue a perpétuos arremessos

Do que desconheço em mim, à razão.

Do que não entendo ao coração.

Procuro? Será que ainda procuro?

Quando o meu olhar já não brilha.

Quando mergulho num labirinto vazio.

E percebo em agonia

Que não consigo mais olhar





Pedro Alcobia da Cruz


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