...VOCÊ MESMO PODE TRITURAR O SEU FANTASMA
...VOCÊ MESMO PODE EXTERMINAR O FANTASMA QUE O PERSEGUE
E, SE VOCÊ NÃO SE ENTENDE DE JEITO NENHUM
COM O SEU FANTASMA, COM AQUELE QUE HABITA CONSIGO,
O TORTURA EM CADA DIA, ESTRAGA SEUS PLANOS ,
É MAU, RUIM, NADA DIVERTIDO, NADA SIMPÁTICO
VOCÊ TEM QUE CONTRATAR OS CAÇA FANTASMAS!
Quando você perceber que os fantasmas só têm sucesso quando dão com gente tonta, medrosa, pois eles não são mais que uma maldição divagante compostos de nada e maldade insignificante num espírito mórbido que por incapacidade se vendeu ao demo, você vai sorrir cada vez que encontrar um pela sua frente. Para alguns fantasmas engraçados com que nos deparamos na vida basta um simples enxota moscas, pois nem trazeiro têm para um bom par de açoites.
Mas cuidado, que eles existem, podem crer, que alguns na sua ruindade sempre acabam incomodando o parceiro, é verdade, mas se você tiver a ousadia de olhar um, olhar bem essa mancha de lixo aéreo, de bosta de camelo cremada e levada no vento, você seja audaz, e lhe deite a língua de fora, provoque esse badameco enublado que não vale meio tostão furado e anda de volta de você feito mosca no verão. Recorde, enxota moscas e língua de fora, caem lixo na sua própria sujidade.
Mas, ao cuidado junte perspicácia, descubra-o, identifique-o, conhecer o seu fantasma é de morrer a rir. Eu por exemplo, adoro uma fantasma que faz anos me anda contornando, ora ataca ou cai enraivecida perante as suas burrices, é completamente estúpida, suja, feia, maldosa, incompetente, fedorenta, é uma mancha estranha com sombras asquerosas misturadas com negros de vampiro. Adoro a minha fantasma. Nos divertimos todos os dias. Ela às vezes espuma, aquele espumar verdejante, leonino, que parece arrelvar tudo por onde voa. Aprendemos a coabitar juntos. Brincamos muito. Ahhhhh, a percebi tão bem que quem leva o tempo todo jogando patifarias nela sou eu. E ela rodopia, espuma, volta a rodopiar, explode, faz-se e desfaz-se, enfim, uma comédia. Como poderia viver sem ela? A minha vida era um vazio, um permanente tédio. E perdia toda a graça.
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