Tenho só para mim
imaginado uma praia deserta
um espaço de areia à beira do rio
um fim de tarde, mil silêncios,
e ouve-se ao de leve, levemente,
o som do mar, as águas do rio...
...um homem e uma mulher
caminham juntos de mão dada
olham-se profundamente nos olhos
aproximam-se e sentem o toque nos corpos
e o calor suave propagua-se
irradiando sensações de ternura
que os rende a parar num abraço
e se perder em sôfregos beijos
E se beijam e se abraçam
com um querer maior
com respirações ofegantes
que lhes tira o sentido
tornando-os sementes de energia
de um desejo e um amor
que só pode explodir de encanto
enquanto se acariciam.
Suas mãos inquietas, ansiosas
buscam em transloucada loucura
sentir cada polegada de ser
de tudo o que é seu, do outro
de tudo o que vai entrando em cada um
vibrando e crescendo a posse
de ultrapassar um ser
para dois seres serem simplesmente um.
E com o vento e as águas
com os silêncios e os beijos
continua a exploraçaõ maravilhosa
de sentir, de ter, e dar e querer
mais vigor mais desejo um desejo sem fim.
E acariciam-se num fuga do que é
para encontrar intensamente
a realização do sonho
a plenitude amorosa
sempre querida , desejada,
da mulher que se faz deusa de amor
e do homem que a adora e com ela cai
e se desnudam, envoltos num crepúsculo
de paixões e de seres perdidos.
Perdem-se e encontram-se
na areia ali junto ao mar, ao rio,
deitados num só corpo agigantado
em movimento explosivo de vida
na felicidade de encontrar a luz
um mundo novo de magia real
com as ondinhas a tocar seus pés
e se amam sem meio nem fim
até exaustos não terem luz do dia.
Pedro Alcobia da Cruz, 2018/05/29
transformação de uma antiga poesia colocada em outro blogue
as fotos são de um lugar idílico, em Portugal, num fim de dia
a minha maquineta dos retratos estava lá, e fez o melhor que foi capaz
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