sexta-feira, 29 de abril de 2016

OBRIGADO MEU DEUS, VOCÊ ESTAVA DO MEU LADO


DEUS

EVITOU UMA TRAGÉDIA



QUEIXA: PAC0000003 / 2016.04.29



Muitas vezes o ser humano é confrontado com a dúvida da existência de um ser Divino, Senhor de Todas as Coisas, 
da Vida e do Universo
que é Amor, Justiça, Perdão,
a quem chamamos Deus.
Mas eu afirmo, DEUS EXISTE,
e sem ele naturalmente minha vida não haveria de voltar a ter rumo, nem energia, nem resistência.

Ele estava do meu lado nessa Junta Médica, e evitou uma eventual tragédia, atordoando o meu entendimento, não tendo conseguido perceber exactamente o valor da minha valoração, nem mesmo depois de mostrar o documento a outras pessoas e do ter nas mãos bastante tempo.


Honestamente não sei o que poderia ter acontecido se percebo claramente o coeficiente que aqueles médicos a quem eu cortêsmente agradecera, me tinham atribuído. Mesmo depois de terem em sua posse os documentos dos especialistas declarando eu me achava "piorado".

Eu ia preparado para tudo o que a racionalidade e a lógica nos indicam, e pensando que ao facto de me encontrar pior, declarado por especialista que sobre a matéria tem maior conhecimento que os Excelentíssimos Médicos que compõem a Junta Médica de Diminuição de Incapacidade, ia preparado para uma subida, nem que fosse mínima.


O Princípio da Incerteza revelou-se aqui de modo claro, o que hoje é verdade pode não ser amanhã. E os títulos académicos e os doentes de nada valem, bastando para isso uma manifestação da razão da força das "autoridades", de uma força impune que faz o que lhe dá na real gana e lhe sobra em tempo e vagar.

Afinal meu entendimento atraiçoou-me e o que entendi, e aceitei tranquilo ser 0, 640, o que pressupunha uma aceitável subidinha no meu processo de evolução de incapacidade, na realidade trata-se de 0,604.


0,604

0,604


Dá para entender?

Tem alguma coisa de lógica?

Sabedoria?


Será que os doutos membros da EXCELENTÍSSIMA JUNTA MÉDICA têm a real noção do que me fizeram - excluindo as eventuais ilegalidades, erros, ou maldades que originaram a engenharia matemática para alcançar aquela valoração?

Eu sou doente, encontrava-me extremamente debilitado, cansado, sem ideais, sem rumo, sem gosto pela vida, sem uma acção ou uma ideia de futuro, indiferente à existência ou não de vida ou de futuro, deprimido, ansioso, cansado, sem dormir, com idealização de morte.


Quando me apercebi no documento desse nefasto 0,604 caí. Queria assimilar, entender, mas não entendia nada. A racionalidade abandonou-me, e deitei a toalha ao chão, sofri imenso, e disse para mim mesmo, desta vez não vai haver falhas, amanhã compro uma corda e me enforco. E fiquei sem qualquer animo, derrotado, vencido, sem poder compreender, ou aceitar o que poderia estar escondido por detrás de tão tenebroso acto.

Fui deitar, aprendi a quando estou à beira do abismo, quando não encontro saída, a me deitar na cama e aí a pouco e pouco recupero forças, pedindo perdão a Deus pelos meus actos, pelos meus pecados, pela minha imperfeição, e a pouco e pouco Ele como que vem `a minha beira e me dá uma força, me dá uma esperança. E eu volto à vida.


Dessa vez não resultou. Se Ele esteve de meu lado, e não tenho duvidar, a verdade é que não melhorei, senti-me o mais infeliz dos homens, interrogando-me porque toda minha vida tinha sido luta e sofrimento. Com uma quantidade enorme de injustiça.

Voltei ao meu anexo, é a minha casa, onde estou com a minha solidão, e sentei em frente do computador. Mas dessa vez nem o liguei. Fiquei muito tempo a olhar, sem ver. Latejavam-me as fontes, doía-me o corpo todo, chorava, queria desaparecer de qualquer jeito.


De repente veio-me à cabeça uma ideia. Que naquela situação não podia ser nem sensata nem equilibrada, falando comigo mesmo chegara à conclusão que se me matasse no dia seguinte, iria fazer a alegria de alguém, e me perdia sem alguma vantagem. E, eu tinha que tirar proveito do bem mais valioso que Deus me dera e estava disposto a perder, a vida.

Assim, rapidamente alterei o plano A para um plano B, mais sofisticado, mais explosivo em todos os sentidos, mas que se traduzia em morrer, não na solidão de uma casa da lenha, sem ninguém ver, sem nada suscitar, entendi assim que deveria deslocar-me à Unidade de Saúde Pública da cidade de Portalegre, na avenida do Brasil, e aí, relativamente distante mas à vista dos doentes presentes para serem submetidos a Junta Médica, deitaria sobre mim gasolina e chegaria um fósforo. Imaginei o pandemónio generalizado, e seria uma morte tanto de horrenda quanto de conhecida, e tornar-se-ia um caso de Polícia. De investigação. De Sindicância. Seria uma morte útil. Morreria por mim, que não queria viver de modo nenhum, e morreria alertando toda a gente para o que se passa naquele Serviço da Administração Pública. E, a Justiça que parece andar cega mas nem sempre dorme, facilmente se ia colocar a campo, e procurar descortinar...


Ainda bem que tenho Deus na alma, e graças a Ele já não faço parte daquela gente cinzenta que passa pelo mundo mas não chega a viver, eu vivi, eu lutei, eu perdi muitas batalhas e algumas guerras, mas pude obter algumas vitórias. E uma força interior , um grito do Ipiranga veio tocar cada ponto do meu corpo, anunciando, "não morras, LUTA".

Aqueles médicos provocaram-me gravíssimos danos, sofrimento atroz, reduziram a zero a minha já escassa auto estima, provocaram de novo uma intensa idealização de morte que apenas se não concretizou por não possuir os meios na altura, descontrolaram todo o meu sistema nervoso, deixei de dormir, e passei por variações de humor sempre delicadas e de resultados imprevisíveis. Esses danos, segundo a justiça, devem ser alvo de uma investigação e justamente deveriam ser reparados.

E, só pode ser Deus, tudo isto se passou na tarde do dia da famigerada Junta Médica. De repente o doente ergueu-se, deixou a hibernação, e declarou guerra a toda essa trama que ocorrendo comigo, ninguém pode garantir que não acontece mais vezes. É fácil espezinhar os pequenos, é cobarde, mas é fácil, derrubar os incapacitados e doentes, desorientar os fragilizados. Os tiranos e os cobardes agem assim.


0,604


Este número vai ficar na história suja da Unidade de Saúde Pública de Portalegre, será uma mancha em gente que pensei imune à perfídia, à intriga, e que tinha por gente de bem.

Como já escrevi em outro lugar, não luto por mim, isto é, não busco que seja alterada a minha valoração, esses Médicos nem os desejo ver mais pela vida fora, dão-me asco, revoltam-me o estômago. E podem provocar dentro de mim algum comportamento indesejável. Que Deus me acompanhe em momentos desse tipo de risco. Eu luto por todos aqueles que não souberam ou não puderam defender-se e são presas fáceis nas mãos de gente poderosa e sem escrúpulos e são ignorados, desprezados, prejudicados, por gente sem qualquer ideia de humanidade, prepotentes, necessitados de pudor e vergonha na cara.



Uma luta destas, perdoem-me os seguidores da paz, justifica e dignifica qualquer guerra. É uma cruzada contra o mal.

Tenho tudo a ganhar e nada a perder. E tenho uma bandeira que transporta símbolos de valores porque vale a pena dar a vida em sua defesa; a liberdade, a dignidade humana, a igualdade, a solidariedade, a justiça social e os direitos legalmente protegidos.


Que seja uma grande guerra... nós que vamos morrer te saudamos!



"O pensador é antes de
tudo dinamite, um
aterrorizante explosivo
que põe em perigo o
mundo inteiro"


Nietzsche

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