sexta-feira, 15 de abril de 2016

DECLARAÇÃO DE GUERRA







Sou um homem de paz. Sou um homem à antiga, tenho dentro de mim um bússola que indica o caminho que considero certo, onde estão como coordenadas a honra, a verdade, a dignidade humana, o respeito pelo próximo, a liberdade, a igualdade, a solidariedade, e mais um punhado de valores cada vez mais em esquecimento, ou inexistentes por venda fácil.



Toda a minha vida tive de lutar. em minha defesa e em defesa de valores que assumi como bandeira. Lutei contra a prepotência, o abuso de poder ou autoridade, a ilegalidade, o crime, a violência exercida em graus muito diferenciados sobre o ser humano. Lutei, repito, por mim e por esses valores quando ameaçados, e lutei por muitos, que me pediram auxílio ou que vi ser vítimas de opressão ou tirania.



Tenho em mim a mania da justiça (muitas vezes é apenas uma ilusão a que se agarram os violentados) e do direito (que nem sempre defende de modo claro causas que necessitam protecção).
A melhor definição de direito (que não é nada fácil), que conheço é: O DIREITO É O CONTRÁRIO DO TORTO.

Deste modo tudo o que se nos depara torto justifica uma intervenção com a finalidade de a tornar direita. Entre os humanos e nas nossas sociedades existe muita coisa torta, que teima continuar torta apesar de ser denunciada nas instâncias de poder e com legitimidade para a endireitar. 
O torto interessa a muita gente, o torto beneficia tanta gente como prejudica, no torto se ocultam interesses mesquinhos, de classe e criminosos. Até neste acto de endireitar uma coisa torta o direito,. com o seu amontoado de códigos e leis esbarra, escorrega, patina, e muitas vezes ali fica imobilizado, perdido, ineficaz.

Só conheço uma maneira de lidar com o problema, é não desistir, ser mula, escoiçear, propagar, litigar, e tentar embrulhar o que entorta em folha de couve, ou fumá-lo dentro de um bom charuto cubano. 

Posso afiançar aos meus amigos que fujo da violência gratuita como o diabo foge da cruz. Não sou arruaceiro, nem carrasco e não sinto prazer em atacar apenas por entretenimento. Mas nunca fugi de uma batalha (quem vai à guerra dá e leva) quando a causa é a defesa de mim próprio, se os meus valores são ameaçados, ou se vejo cobardemente atacar gente fraca, que se não pode defender.

HOJE é um grande dia. Oficialmente vou declarar a guerra, colocando tudo a nu, isto é, pegar os bois pelos cornos, não necessariamente falar com metáforas mas colocar os nomes nos lugares certos.

Vou aqui neste espaço de defesa da Liberdade contar tudo o que se passou comigo e uma autoridade da cidade onde resido. Acho que aquela pessoa, que para o direito e a democracia em nada difere das demais se enganou quando escolheu jogar comigo. Infelizmente tive uma vida dura, e não aprecio gracejos de gente que julga que o facto de ter poder a legitima para brincar com a vida dos outros.

Um de nós vai ter que quebrar, é quase como se ouvíssemos dizer que na cidade só existe espaço para um de nós. Normalmente quebra o mais fraco é o pensamento comum. Mas eu não vou nessa cantiga, eu farei todos os tipos de guerra, recorrerei a todas as artes, e só terminarei quando me conseguirem destroçar por completo, ou quando ganhar a guerra.

Já perdi muitas batalhas. Voltei sempre a levantar-me. E quando necessário ergo-me e luto de novo.

Hoje é um dia extraordinário, é um começo de algo que nunca se sabe como acaba, algo cheio de dureza, de sujeira, de violência. Hoje declaro guerra, assim de uma simples mas muito reflectida assentada, a quatro médicos, todos "autoridades de saúde da minha cidade e do meu distrito". 

Hoje é o primeiro dia de uma guerra, como a de Tróia, que vai merecer ser registada, para que o confronto entre o bem e o mal, nunca deixe de existir por desfalecimento das forças benéficas, e fique no conhecimento de muitos. É que pode perder-se muito cada vez que os bons simplesmente nada fazem. E aí reside muito dos problemas do nosso país, as pessoas por medo, (resquício de muitos anos de ditadura), por comodidade, para evitar perdas de tempo e aborrecimentos, ficam de mãos caídas. Desse modo, a vilania, os marginais, a tirania, os opressores, a ilegalidade, os fora da lei, encontram campo de manobra para prosperar, sendo que assim, o crime compensa, e vão reiterando os atropelos, uns atrás dos outros.


As vítimas curvam-se e caiem indefesas e quem as pode ajudar fica indiferente olhando da varanda a banda passar.


Posso ser louco, posso ser completamente varrido de sentido, mas nunca me curvarei perante a canalha, e seguindo a bússula que sempre orientou a minha vida não deixarei de combater a mentira, a infâmia, as violações ou os atentados sobre mim ou sobre gente que se não pode defender.


Os cobardes adoram atacar indefesos. É da natureza humana. É fácil e faz com que fiquem inchados de uma vã glória imaginária repleta de uma vaidade podre e malcheirosa.


Vale a pena lutar quando a razão está no nosso lado. Vale a pena quando se luta contra a tirania. Não se pode sequer valorar quando a guerra pode modificar muito o statuo quo e os mais fracos, debilitados e doentes sentirem que algo está a mudar. Que o poder absoluto é uma remeniscência de um passdo que deia estar morto e enterrado faz séculos. Que a liberdade, a justiça, o direito, o respeito pela pessoa humana são para todos e não estão tristemente limitados a amigos, do partido ou afilhados. Depois, quanto mais nos baixamos mais nos vêem o rabo. Diz-se.








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