"Noutro tempo a fidalguia
Que deu brado nas toiradas
Andava p'la mouraria
E muito falar se ouvia
De cantos e guitarradas
Que deu brado nas toiradas
Andava p'la mouraria
E muito falar se ouvia
De cantos e guitarradas
E a história que eu vou contar
Contou-ma certa velhinha
Uma vez que eu fui cantar
Ao salão de um titular
Lá p'ró paço da rainha"*
Contou-ma certa velhinha
Uma vez que eu fui cantar
Ao salão de um titular
Lá p'ró paço da rainha"*
Imagine que entra num Centro de Saúde do país europeu que é Portugal e procura os bons serviços da Autoridade de Saúde Pública local. Cuide-se, prepare o coração e coma BECEL, pode lhe aparecer um esmerado servidor público vestido de camuflado, mais que preparado para a reconquista de Olivenza, ou para a caça do javali, ali mesmo no local de trabalho, representando o estado na saúde, e auferindo vencimento para o exercício dos seus poderes e afazeres públicos. Com esse equipamento o servidor público de elite, médico, mostra-se capaz de defender e atacar tudo. Pode atacar um utente numa junta médica ou um mosquito desses travessos que vêem sabe-se lá donde. E pode mandar fechar um restaurante, uma fábrica, um lar, interditar ou fazer peritagens a pessoas. Dispensando os custos da GNR ou forças militares.
Imagino que se todos os distritos tivessem pelo menos um médico com estas capacidades e lucidez no empenho que coloca na defesa do interesse sanitário, tudo estaria mais limpo, mais conforme as leis e o respeito que infundiriam desarmavam os cidadãos que ousam meter-se com a saúde pública.
Mas pode nem imaginar. Pode pensar que é real. Que há um médico de saúde pública, autoridade de saúde, que por zelo, está mais que visto, e por virilidade também, nos dias de caça, apresenta-se no trabalho vestido a preceito, de caçador. Em Portugal não há impossibilidades. Lógico um homem destes numa junta médica é de imaginar pior que o DUM - DUM (mata que se farta). Sobretudo se uma dama ou mais estiverem na periferia. Os marialvas sempre se perderam com carinhas larocas.
E depois ainda repreendem jovens administrativos por se apresentarem nos seus postos de atendimento ao público de calções. Que loucura. Que coisa mais sem graça. O melhor é irem de camuflado, impõem mais respeito, e terminam com as reclamações.
Já um médico fazer consultas de calções, também se aceita e permite um relacionamento mais informal com os doentes. Portugal está moderno. O pobre administrativo é que vale pouco, não lhe permitem a modernização.
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