Vivemos um tempo conturbado em que toda a gente parece saber tudo e ter razão tão abundantemente que sobeja para dar e para vender, mas depois, olhando mais profundamente sobre tudo aquilo que tanto parece - somente - percebemos que por detrás de tanta fartura domina a ignorância que vem paulatinamente colocar-se na incerteza enquanto princípio da ciência, domina a inquietação, as pessoas não são felizes, o mundo não vive em paz e muita gente não tem quaisquer condições dignas de existência.
E o mundo gira - é da física - e sucedem-se aos dias as noites, e tudo parece seguir o que deve ser.
Alguns sustentam que a humanidade nunca viveu uma crise tão profunda e tão diversificada como na atualidade. Os bens que a economia sempre apontou como escassos, cada vez parecem ser menos e os que existem são de qualidade duvidosa, tendo quem procura de estar atento aos verdadeiros atentados que a competividade e a globalização perpetuam em favor de poucos, a boa convivência entre nações e povos que é constantemente posta em causa com a profusão de conflitos que se sucedem sejam eles de natureza política, bélica, religiosa e de mil e uma estratégias regionais, locais ou mundiais. Nunca se fizeram tantas leis e houve tão pouca justiça. E nunca ocorreram tantas ameaças externas ao domínio do homem, como as alterações climáticas, a poluição, os oceanos absolutamente contaminados e os alimentos impregnados de químicos que por detrás do brilho que manifestam nos produtos escondem consequências nefastas para homens e animais.
Os políticos já não conseguem esconder a sua incapacidade para governar povos e nações, e tornou-se uma profissão atraente para gente que gosta de expedientes fáceis, que não precisa pensar muito e sabe pouco. A política sustenta facilmente todos aqueles que ao abrigo da lei podem livremente cometer erros imperdoáveis, ilegalidades que escapam ao crivo da lei, que usam a promessa que se conhece antecipadamente ser uma falácia para chegar ao poder, e usam mentiras pois tudo justifica para vir a comer na manjedoura do poder. Nem que para isso se vão desgovernando países e massacrando povos e condenando gerações que virão para pagar asneiras colossais que hoje se fazem e alguém, pagará mais tarde.
A incompetência mistura-se com uma moralidade quase morta, uma ética desprezada, e uma irresponsabilidade que se mitiga na impunidade e na cumplicidade.
As democracias faliram e novos meios de governar o mundo procuram-se urgentemente. Antes que este caia ferido de morte com tanta irracionalidade que vemos em cada dia que passa.
Os sentimentos estão confusos nos seres humanos e vivemos mais de aparências do que realidades, e em boa verdade, os sistemas dominantes investem imenso, ou desinvestem, exatamente para que as pessoas não tenham conhecimentos, não aprendam a pensar, a questionar e a exigir.
O homem sábio, tal e qual como a verdade tornaram-se virais. Para o poder que se sente ameaçado, como para os que ousam questionar ou dizer não. Naturalmente que os poderes instalados tudo vão fazer para esconder a verdade e para calar quem proteste.
O amor é uma aparência. Desenvolve-se na proporção inversa da ingratidão. E são conhecidos os queixumes, os medos, as ansiedades, as consultas no psicólogo e na psiquiatria.
Com amor, tudo seria diferente. Mas há uma luta calada, uma guerra fria entre os que procuram, seguir os ensinamentos de Cristo, e correm o risco de - como fizeram a esse vulto maravilhoso da história do homem, da moral, da ética e da cidadania, ou mesmo, como alguns defendem, da espiritualidade ou religiosidade na procura do bem, amando e perdoando, esperando deste modo, a vida eterna, serem calados nem que para tal seja destruída por qualquer meio a sua existência - e aqueles como outrora se agarram a um status quo que não tem futuro, não tem verdade, e não garante nem a paz, nem a prosperidade ao homem.
Hoje, ainda nos restam os perigos que alguns conhecem e são escondidos, de seres extra terrestres que parece estarem próximos, ou mesmo, entre nós. O Observatório Astronómico que o Vaticano possui nos Estados Unidos, com tecnologia sofisticada, moderna e cara, e uma legião de cientistas e astrónomos não parece ter sido montado e justificar o dinheiro gasto na sua manutenção para conhecer a astrologia do Papa, ou o movimento das estrelas, astros e cometas.
Acreditamos que a Igreja deve estar mais preocupada na salvação das almas do que no conhecimento do Universo. Mas, em bom rigor, para que será o dito Observatório? Para encontrar algum anjo distraído que se deixe ver? ou para dar de caras com a entrada do céu e se possa certificar que o S. Pedro controla a entrada das boas almas, exausto com estes dois milénios carregando a pesada chave?
E o que podemos pensar quando o presidente dos Estados Unidos, entre a suas correrias aluadas, ora fustigando os chineses, ora brincando com o norte coreano, ora ameaçando os russos ou os sírios, bem como atrapalhando as economias do mundo ataca em todas as direções tanto amigos como inimigos, alvoraçando os mercados e perturbando a vida económica dos povos, ainda tem tempo para ameaçar os para além estarão, declarando que em 2020 já terá exércitos e armamento à altura às saídas do nosso mundo, desafiando como um Hércules moderno todas as forças conhecidas e por conhecer de outros mundos.
Esse homem é muito amoroso. Como ele ama a terra. Mas entretanto abandona o Acordo de Paris e afasta-se de quase todos os povos no que seria a proteção do ambiente e da terra face aos flagelos cada vez maiores e mais graves que assolam o nosso planeta. Constrói muros gigantescos procurando criar nos Estados Unidos a ideia de uma certa aldeia gaulesa que resistia aos ataques continuados dos poderosos romanos. É um Astérix, e tem a têmpera de um Obélix, não precisando de poções mágicas. Temos homem, temos aldeia cercada de muralhas, apenas devemos questionar onde estão os romanos, e se hoje, como há dois mil anos atrás se ganham as guerras construindo muralhas.
O desamor e a falta de senso invadiram definitivamente o homem. Não é fácil declarar qual o mais inteligente se o presidente norte coreano, ou o turco, ou o americano, ou o russo ou a poderosa chanceler da União Europeia. Tudo parece um novelo sem ponta. Emaranhado. Inútil. E sem amor os povos definham, as pessoas ficam descrentes, o mundo gira mas com uma confusão e desorganização tal que ainda se baralha todo o sistema solar e lá voltamos nós, sem certeza alguma, a discutir se a terra é redonda ou plana, ou se o burro é ou não, efetivamente mais irracional que o homem.
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