quinta-feira, 2 de agosto de 2018

ALGUÉM SONHA COM UMA SAÚDE ASSIM...



Não é preocupante haver gente que não se preocupa minimamente com o bem estar geral e apenas olha para si mesmo ou, redutoramente, para os da sua classe. Os outros são lixo.

Sempre houve e sempre haverá assassinos, ladrões, estupradores, canalhas e gente reles.

Preocupante é que existem castas interessadas em aumentar o negócio na saúde - quando isso das castas e das ordens e das carreiras especiais nunca deveriam ter sido criadas (muito menos em coisas disfarçadas pomposa e bondosamente de demoacracia) - e, curiosamente, parecem acolher muito apoio entre a Banca e os Seguros (que são mais vorazes que os glutões do Presto), com a aparente indiferença, que vai fazendo que tudo vá se dirigindo para esse mundo absurdo e horrível, dos governos, dos técnicos de saúde, e da promuscuidade que se semea. para mais tarde, assistirmos à destruição de um dos melhores Serviços Nacionais de Saúde da Europa senão do mundo.

Os Bancos, os Seguros e os Médicos e mais uma catrefada de esclarecidos e importantes mandam no país e obviamente querem lucrar sem qualquer controle com a saúde dos portugueses. E é simples. Primeiro na confusão do público e privado baralhar tudo, dar voltas e começar a lucrar. Depois é chegar ao pondo da ingovernabilidade e ineficácia do sistema, que já andou bem mais longe. Por fim, salvam-se os poderosos e avança-se para a privatização. 

Depois teremos a saúde possível dirão os intelectuais do regime. Quem tem bons seguros de saúde cuidará de si mesmo. Os outros vão cair num sistema de saúde miserabilista de saúde para os pés descalços. Isto é, médicos fraquinhos, mal pagos e inimputáveis (a classe mata que se farta e está impune historicamente) olharão sem zelo nem paciência para os maltrapilhos que serão pouco mais que estatística desinteressante. Os enefermeiros poderão dormir serenamente pelas noites fora que um número sem valor não vai chamar ninguém durante a noite e o estado não vai querer colocar câmaras de controle nos internamentos. 

Enfim, honestamente acho que deveria existir a Saúde Privada (boas clínicas, hospitais, bons profissionais...) e tudo o que os empresários, sejam quem forem, desejarem edificar. E em paralelo deveria existir, independente, com autonomia própria, a saúde pública, do estado, em condições perfeitas de concorrência e sem as misturas duvidosas para os cidadãos que a estas entidades recorressem.

Abandonando uma grossa fatia da população ao abandono, a salas de espera intermináveis, atendimentos à antiga, poupança nos recursos e exames médicos, e tratamentos tipo cavalaria em tempo de guerra deveria existir o pudor, sim o pudor de proceder ao desenvolvimento alargado da eutanásia. 

É que fazer sofrer para fingir que se cuida, e fazer ho homem uma besta humana é muito mais indigno que dar a liberdade a cada um de partir no tempo em que acha que o seu prazo de validade está a caducar, e para se manter vivo vai ser submetido a um turbilhão de humilhações e desumanidades que uma morte tranquila poderia evitar.

Depois tudo é democracia. Escolhe cada utente o seu médido, o seu sistema, mesmo que o escolhido seja abandonar o que este sistema (que ainda não tem nome, mas se parece muito com a irracionalidade) lhe quer sem dó nem piedade aplicar.

Acho que sim, o mundo caminha sereno e tranquilo e a classe política vive feliz e contente, sem erros nem dúvidas e impune, levando um país que tem tudo para ser alegre e próspero a ser uma terra de gente infeliz, cheia de problemas e envolta ciclicamente em crises intermináveis. As coisas têm mudado, é verdade, mas as melhoras são tão poucas ou tão lentas, ou em vez de avançar anda-se de arrecuas, que em bom rigor, seguimos cantando e rindo perdendo direitos, bem estar e regalias, e nos é pedido sempre mais, impostos, anos de trabalho, taxas, e nada muda, sempre os súltimos, sempre pobres, sempre a dever cada dia mais.

Só os políticos é que vaidosamente trazem boas notícias e tudo vai bem. E prometem. E mentem. E o povo não tem justiça, nem saúde, nem educação, nem bem estar. Portugal continua na cauda da Europa. Deve ser por conta dos ventos que chegam do norte de África e devem destruir tantos neurónios expostos às intempéries.


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