Enquanto cada homem puxar seu interesse para si mesmo e esquecer o interesse geral, é impossível conceber que o mundo possa vir a satisfazer de um modo geral todos os homens, povos e nações.
Deste modo, resultará inequivocamente, quer iremos, por impossibilidade de unir esforços e vontades, alimentar guerras, violências, doenças, misérias, crianças a morrer de fome, e a condenar países a vidas sem futuro, nações ao abandono, como se a terra fosse dada aos homens para usufruto de apenas uma minoria.
Essa maldição da ideia de posse, da ilusão da felicidade, da abundância e prosperidade alicerçada em riquezas e poderes, tem estrangulado a boa convivência, ameaçado a qualidade de vida e mesmo o futuro desta no nosso planeta e tem ameaçado de morte a própria terra.
Temo, que apavorados os homens venham a estender as mãos uns aos outros, apenas quando muitos deles tenham desaparecido perante imensos flagelos e fenómenos que não deixarão de martirizar a terra, sendo que, entre os que restaram, ficou também a impossibilidade de fazer, a tempo algo que pudesse reverter o fim de tudo.
A inteligência humana deixou-se alienar.
O homem deixou de pertencer a si mesmo.
Uma minoria asquerosa de malditos tomaram de assalto a humanidade e a levaram a aceitar uma nova escravatura, uma triste, profunda e incompreensível submissão, um desnorte polvilhado de incertezas, dúvidas, medos e silêncios.
Hoje, falar de uma guerra global não é invenção de espíritos perturbados ou revolucionários especuladores, é olhar e ver o que efetivamente existe no nosso mundo e nas nossas vidas.
Pessoas normais procuram-se.
A guerra está a entrar em cada um de nós e a ameaçar os nossos sentimentos, a apagar a nossa luz interior e a converter o amor que sempre existiu em nós, numa dura e escura nuvem que parece tomar tudo e todos.
Hoje, falar de futuro nada tem com prosperidade, globalidade, desenvolvimento ou competividade.
Isso são os chavões que têm sido utilizados para adormecer e embalar milhões e milhões de homens.
Hoje, falar de futuro é ousar questionar quanto tempo mais vamos ter, para termos uma ideia de felicidade, uma esperança de vida.
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