Muito há a dizer do COVID-19 em Portugal. Poderia escrever-se uma coleção de livros, de estudos, de relatos sobretudo do que se não fez, do que se devia ter feito e de tudo aquilo que foi escondido dos portugueses - exatamente com a mesma metodologia dos incêndios de Pedrógão - para permitir ao governo, tentar sair o melhor possível de uma situação em que se mostrou absolutamente incapaz de cuidar como deveria ter feito da saúde dos portugueses.
Em Pedrógão os bombeiros foram proibidos de dar informações.
Na pandemia os delegados de saúde apenas podem dar informações disponibilizadas, ou como melhor se denominou, "centralizadas" na Direcção Geral de Saúde.
Não foram os jornalistas a inventar tais procedimentos, não foi a especulação de um qualquer da oposição ou um delírio meu, não foi nada assim. Foi a própria ministra da saúde, em conferência de imprensa na televisão que anunciou ao país a introdução do "segredo estatístico".
Esse segredo permite-nos aproximar as nossas metodologias com as que acusavamos de batoteiras usadas, dizem os especialistas, pelo governo de Pequim.
Isto é, o estado de energência, levou-nos no que respeita ao dever de informação, e a sua liberdade, de uma democracia constitucional, para uma espécie de tirania sem lei. Ao governo cabe, de agora em diante, sob o argumento do interesse nacional, gerir os dados como bem lhe aprouver. Como e quando quiser. Com mais ou com mesmos. "À la carte".
Eu já suspeitava faz algum tempo - e o meu blog comprova-o - que os dados constantes do Mapa da Direcção Geral de Saúde mantinha constantes desacertos, afigurava-se muitas vezes desfazado da realidade.
Hoje, não tenho as então dúvidas, mas sim certezas. Não vale a pena tentar conhecer va verdade através de entidades governamentais. Estas estão mais interessadas em fazer da pandemia uma jogo de politiquices mesquinhas do que uma mostra de como um esdtado de direito se deve comportar face a situações de extrema gravidade, tranquilizando as pessoas, com informação actualizada, cuidad e precisa.
Não valendo os dados oficias, nem tendo qualquer interesse estar atento ao que os governantes e altos quadros da administração pública apregoam, anuncio neste meu pequeno e despretencioso blog, que sobre a coronavírus em Portugal tudo pode acontecer.
Mas, no interesse do governo, e perante um silêncio generalizado dos outros órgãos do estado, e entidades públicas e privadas, mais que um silêncio, foi imposto em Portugal um estado de sítio, um segredo estatístico, uma amordaça ao direito constitucionalmente consagrado de o cidadão ter acesso à informação. Sobretudo, quando a mesma se refere à saúde de todos.
Não acredito mais numa palavra que seja dita sobre esta pandemia vinda da parte do governo e da administração pública. Acredito que virá o tempo em que tudo será debatido e as contas serão prestadas. Muito há para descobrir e tem sido abafado dos portugueses.
A bem do governo.
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