TER OU NÃO TER DÚVIDAS?
Portugal tem sido dirigido, comandado, conduzido, governado por gente que nunca sucumbe à vulgaridade de ter dúvidas.
As certezas dos que nos têm governado levaram Portugal a ser exactamente o país que é.
Um primeiro ministro sério, competente, homem de rigor e ciência, que tivemos uns bons anos ao leme deste Portugal, disse para todo o português entender que raramente tinha dúvidas e nunca se enganava, e ia colocar este nosso pequeno país no pelotão da frente dos países da União Europeia...
Há gente com muita imaginação...
Há gente com muita imaginação...
Em boa verdade em Portugal é difícil encontrar gente com dúvidas. E para nossa triste sina os que as não têm desgovernam tudo, o país, as finanças, a riqueza, o bem estar, a confiança, os direitos, tiram tudo e chegam a todo o lado. É uma teia que alastra dos mais altos cargos de poder até àquela nomeação caseira sem critério ou competência.
Um indivíduo com dúvidas é um empata, tem que pensar, tem que reflectir, tem que responder à consciência, faz perguntas, incomoda, não serve a política, não ajuda no desenvolvimento da pátria, é um perigoso excomungado que deve ficar bem longe da intervenção pública.
Um indivíduo com dúvidas é um empata, tem que pensar, tem que reflectir, tem que responder à consciência, faz perguntas, incomoda, não serve a política, não ajuda no desenvolvimento da pátria, é um perigoso excomungado que deve ficar bem longe da intervenção pública.
Eu tento ser honesto comigo mesmo, e não tenho qualquer problema em partilhar a minha pequenez, eu vivo cada vez com mais dúvidas. E cada dia duvido mais de tudo. E de todos. Não estou tranquilo, nem comigo, nem com o país, nem com essa gente incompetente e sem quaisquer escrúpulos que vai atentando cada dia contra os portugueses através de cargos que ultrapassam em larga medida a sua capacidade, conhecimentos, e as suas virtudes. Mas sem dúvidas nem enganos. Tudo é feito reflectido, pensado, assumido, o que se faz é o que se quer, o que se deseja, não há enganos, há certezas.
Numa democracia representativa não deveríamos pedir responsabilidades pelos actos de quem nos comanda, já que os mesmos, longe da fragilidade e imperfeição humana, nunca são erros e nunca são respostas a dúvidas? O desgoverno, os negócios ruinosos, a corrupção, o atropelo das leis, o povo cada vez a viver pior, a perder direitos, a ter mais horas de trabalho, menos dias de férias, menos segurança no trabalho, o país mais pobre, não deveriam ser alvo de julgamento por crime e castigo, já que tudo foi propositado, imposto, decidido por gente que sem a dúvida e o engano, deve assumir os seus actos.
Porque hão-de ser inimputáveis vitalícios aqueles que passo a passo vão enterrando o país e os portugueses, entre promessas quiméricas, mentiras intoleráveis e asneiras sem fim?
Numa democracia representativa não deveríamos pedir responsabilidades pelos actos de quem nos comanda, já que os mesmos, longe da fragilidade e imperfeição humana, nunca são erros e nunca são respostas a dúvidas? O desgoverno, os negócios ruinosos, a corrupção, o atropelo das leis, o povo cada vez a viver pior, a perder direitos, a ter mais horas de trabalho, menos dias de férias, menos segurança no trabalho, o país mais pobre, não deveriam ser alvo de julgamento por crime e castigo, já que tudo foi propositado, imposto, decidido por gente que sem a dúvida e o engano, deve assumir os seus actos.
Porque hão-de ser inimputáveis vitalícios aqueles que passo a passo vão enterrando o país e os portugueses, entre promessas quiméricas, mentiras intoleráveis e asneiras sem fim?
Mas cá vamos pagando e rindo - como sempre - e muitos continuam confiantes, o que é importante é o seu clube estar no comando, e tudo o que fizer é legítimo, afinal quem nos governa nem dúvidas tem e os portugueses sempre podem fazer como os sem abrigo, sempre podem dormir debaixo da ponte, ou mesmo, emigrar!
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