quarta-feira, 5 de abril de 2023

REDUÇÃO DO IVA NOS PRODUTOS ALIMENTARES ESSENCIAIS OU

 A FARSA DOS PREÇOS







Este governo de maioria PS, como de certo modo vem se tornando hábito (mau), ora diz que não e depois que sim, ora faz ora não faz, ou mais ou menos e vice-versa.

Depois de incompreensível teimosia, ou falta absoluta de vontade de agir, vem, tardiamente, anunciar a redução do IVA nalguns produtos alimentares essenciais, para zero por cento.

E com aquela sabedoria de quem tem o domínio perfeito das situações, garantia, ao contrário do que ocorreu em Espanha, onde depois da redução tributária os preços se mantiveram altos, ou mesmo subiram, que por cá, a novidade de um acordo tranquilizaria os portugueses. Os produtores, os distribuidores e o governo empenharam-se no sucesso da medida.







Foi anunciado que 44 produtos iriam beneficiar desta redução. Tardiamente logo vieram dizer uns. Pouco expressiva no bolso dos consumidores gritaram outros. Tudo tão científico e certo que o governo contratava duas empresas privadas para controlar o movimento dos preços. E tudo tão pensado e com cautelas que a entrada em vigor desta importante medida foi mandada para umas semanas depois.

Mas vivemos num mundo em que a velocidade da luz já não impressiona ninguém e dias depois deste anúncio corriam nas redes sociais fotos de recibos de supermercados em que se comparavam os mesmos produtos antes do anúncio da medida redutora de imposto e depois desse anúncio. E os mesmos produtos, no mesmo supermercado subiram, paulatinamente, de modo a garantir que viesse a redução quando viesse ela seria para inglês ver.

A distribuição logo veio achar que tudo era natural e decorria da subida dos preços no distribuidor que era expressa nos produtos em venda.





Ontem fui ao supermercado. Fiquei estarrecido, a palavra não é descuido ou exagero, fiquei absolutamente atónito com as subidas gerais dos preços. Pude perceber que muitas pessoas comentavam exatamente o mesmo. Honestamente já não acredito nesta gentalha que nos governa faz muito tempo, razão bastante para não deambular pelas prateleiras em busca de aumentos. Estamos habituados à desgraça, somos portugueses, e a responsabilidade primeira é nossa que colocamos nos destinos do nosso miserável país gente sem qualquer qualificação nem pingo de vergonha.

Bastou-me registar o preço do leite que sempre compro - uma exigência das minhas filhas, que modernas, prezam as vacas das pastagens - que há semanas comprava por 1,02 ou 1,04 euros. Preços de vários supermercados. Promoção. Ontem estava a 1,09. Pensei, reduzir os 6 % a zero, vai colocar o referido leite exatamente no preço que faz semanas o comprava. 

Percebi, tipo flash, como muitos já perceberam também, que isto da redução do IVA é uma medida folclórica. O governo recolhe menos receita nos impostos, subsidia alguns produtores, garante os lucros faraónicos da distribuição, engana os incautos que nada vão objetivamente lucrar com a medida, e ainda duas empresas são comtempladas com mais de 200.000 € para fiscalizar a implementação da maravilhosa medida. Mau governo, fiscalizar o quê? 

E a caldeirada vai à mesa depois de tudo previamente cozinhado, e como dantes, quartel general em Abrantes. O povo, esse habituado e tolerante, pouco exigente, assiste. Come e paga, não está nada mal, sempre foi assim em Portugal.

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