A União Europeia precisava de ser efetivamente unificadora para que existisse um real espírito unificador nos cidadãos europeus. E não há. Não só existem diferenças demasiadamente fraturantes entre os cidadãos dos diversos países da Europa, como os cidadãos eleitores não se revêm nos Órgãos da União Europeia, do Conselho, à Comissão passando pelo Parlamento Europeu.
Os países do norte da Europa mostram sem qualquer tipo de tibiezas quão longe se colocam face aos do sul, que consideram países desgovernados, de gente pouco cuidada, que gosta pouco do trabalho e, deste modo, pouco produz para o interesse europeu.
Os países do sul ficam vermelhos de raiva quando os seus companheiros do norte lhes boicotam os desejos e os sacrificam, impondo-lhes sérias e profundas pressões e sofrimentos, sussurrando, que não poucas vezes os ricos do norte, em matéria de erros, que os cometem igual, conseguem habilmente fugir dos castigos que orgulhosamente impõem aos outros.
Quando os países do sul da Europa pareciam soçobrar perante a crise das dívidas soberanas, os frugais, melhor designados por "preciosos", foram algozes, foram destrutivos, e da santa aliança que souberam edificar com o BCE, o FMI e a Comissão Europeia, saiu a imposição sem qualquer piedade aos povos do sul de sacrifícios atrozes e desumanos. Que ainda hoje pagam, e que tantos custos e tão graves danos tiveram nos cidadãos, nas empresas e nos estados.
Rebenta a Guerra da Ucrânia, e a poderosíssima Alemanha, que em matéria energética cometeu das maiores asneiras que neste continente assistimos, não tendo sequer ouvido os sábios conselhos dos Estados Unidos, e hipotecando a sua liberdade às mãos de um único país, não democrático, muito duvidoso e cheio de ideias imperiais, esqueceu que a justiça que defendera para os países do sul, de pagarem as suas asneiras, não poderia ser sequer justiça, como não foi, aplicando essas penalizações apenas aos do sul, defendendo-se ela mesma, de pagar as que cometeu.