domingo, 4 de setembro de 2022

PODEMOS EXGIR UM NOVO RUMO PARA PORTUGAL




Há situações verdadeiramente incompreensíveis e com as quais os portugueses têm de lidar com aquela aceitação submissa que tanto caracteriza este manso povo. 
Ao contrário do que tem sucedido pelos mundos mais desenvoltos e perante uma crise sem precedentes que se vive no mundo depois de uma penosa e destrutiva pandemia e de uma guerra horrível que resultou da famigerada e criminosa invasão da Ucrânia pela Rússia, em Portugal evita-se taxar os lucros extraordinários que algumas empresas têm acumulado.
Nessa decisão estão, como quase sempre ocorre, juntos o governo, o seu partido e o partido principal da oposição portuguesa. Em boa verdade, PS e PSD unem-se maravilhosamente a maior parte das vezes do que resulta, de facto, uma impossibilidade de avançar, de crescer, de ousar, de procurar soluções e novos caminhos.
Em épocas anormais medidas anormais, é uma frase que tenho como basilar e sempre sigo. E vivemos numa época anormal. Medidas anormais recomendam-se e são necessárias. Os portugueses estão a atravessar uma grave crise mas o esforço que se pede a alguns - os mesmos de sempre - não se estendem, sem que se possa entender, aos que mais podem. Não se trata de apelar aos ricos para que paguem a crise, mas tão só de pedir aos que melhor  superam estes maus tempos, e que têm lucrado com a situação, que se solidarizem com aqueles que têm mais dificuldades e olham com apreensão o futuro.
Os que têm arrastado Portugal para a cauda da Europa década após década, fruto de governações péssimas, incompetentes e sem um rasgo de visão, justificam a não taxação dos lucros extraordinários com o argumento por demais conhecido que as empresas em Portugal já pagam muitos impostos. E os trabalhadores, pergunta-se, pagarão poucos impostos? E justificam ainda, e parece piedosa argumentação a raiar a falta de vergonha que as empresas com estes lucros investem mais, criam emprego, valorizam o trabalho e deste modo, todos ficam a ganhar. Pergunta-se, porque a banca, onde os portugueses têm enterrado tantos milhões continua a fechar balcões e a despedir trabalhadores? Também não se conhecem medidas como a valorização das condições de trabalho ou dos salários nessas empresas que têm, objetivamente, engrossado os lucros, à custa da pandemia e dos efeitos da guerra.
Continuamos a ter na governação gente de ideias curtas e coragem limitadas. Não é por acaso que em Portugal tanto se valoriza a tradição folclórica. Temos tido governos de festa, de folguedo e de folclore. Muito. É impossível esperar para Portugal e para os portugueses um futuro promissor, diferente. As velhas práticas sem mudança só podem trazer os resultados de sempre. E esses, fraquinhos, desastrosos e absurdos, infelizmente os portugueses, já tão bem conhecem.
Parece que somos Europa, mas  isso decorre por arrasto de estarmos na União Europeia não por mérito das nossas realizações e visão estratégica. Mas o coração, a alma, essa é a que vem nos tempos e na história. História tão desconhecida, como desvalorizada, espezinhada ou mesmo que fazemos por ocultar. Portugal foi sempre grande quando governado por gente grande e de uma enorme pequenez quando teve à frente dos seus destinos gente sem qualquer qualidade.
Vamos continuar nesta mediocridade por muito tempo, de mão estendida à União Europeia e sem feitos e realizações que nos possam orgulhar. Por quanto tempo vamos alimentar esta gente que nos desgoverna de forma tão acintosa. A alternativa é ser exigente, não desistir e lutar por um Portugal melhor onde os portugueses possam ter uma vida sem receios e vergonhas. Afinal só temos essa gente à frente do país porque fomos nós que levianamente os temos escolhido.




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