quarta-feira, 14 de junho de 2023

PARTIDOCRACIA



Onde para a democracia que nos fazem ardilosamente pensar ser o sistema de governo em que vivemos? Neste momento, em Portugal e segundo uma sondagem recentemente publicada 8 em 10 pessoas não acreditam nos partidos políticos. Não há confiança. A abstenção é expressiva. O Parlamento reivindica sempre a legitimidade representativa de todo um povo. Mas com todos estes dados em apreço, não é loucura nem devaneio crer que afinal o povo não representa nada ali - como aliás a mesma sondagem saliente; "o povo não se sente com importância" - e, em bom rigor. por muito que custe, quem governa, quem decide são os partidos e os seus líderes. Em Portugal, chegamos assim à conclusão que PS e PSD são os partidos que se impuseram na vida do estado, na vida pública, e se apropriam dos resultados eleitorais para proclamarem que possuem a legitimidade para tomar quaisquer medidas (desde conformes à constituição).

Depois, basicamente porque os cidadãos não se revêm com os governos e com os parlamentares, porque os cidadãos percebem que a justiça nem sempre é cega e trata uns de maneira diferente que outros, saltam aqui e ali, cada vez mais e mais fortes populismos, radicalismos de todo o tipo, de esquerda e de direita, de características aceitáveis ou duvidosas no que respeita ao primado das leis e do direito.

Depois, em boa verdade, a classe política vive afastada e alheada do vida dos cidadãos. Os políticos profissionalizam-se. Tornam-se senhores e mostram-se, muitas vezes, acima do vulgo. Os maiores e principais problemas que assolam os cidadãos não são resolvidos ou são mesmo desprezados. A arte da política não está na boa governação, na resolução dos problemas, em reformas tendo em conta edificar um futuro mais próspero, mas na manutenção do poder. Seja a que preço for. E para isso se apropria a administração pública, o aparelho do estado e as demais instituições.

Tais comportamentos não são compatíveis com a ideia de democracia. É, sem qualquer dúvida uma partidocracia, tirânica, ou melhor expressa, a tirania dos partidos.

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