segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

DEMOCRACIA EM AGONIA LEVA PORTUGAL AO CAOS

Parece que não restam quaisquer dúvidas que a queda expressiva de Portugal, está intimamente ligada a um governo de gente absolutamente impreparada, de fraquíssima qualidade técnica,  de pífia ideia política e de ética mais que duvidosa. Junta-se à procissão um presidente que parece o maior tutor do primeiro ministro (que perdeu o brilho e as qualidades que todos lhe atribuíam) figura parda do regime, cinzento, sem ideias, exausto,  agora revelando uma total incapacidade ou inabilidade para governar. 
 


O presidente e o primeiro ministro, pese embora ao primeiro ainda se lhe atribua uma razoável quota de popularidade, são indiscutíveis responsáveis pelo estado do país e pelo desnorte em que o governo mergulhou, que não governa, e por um país que vai sendo ultrapassado pelos demais, onde o número de pobres aumenta, onde não há saúde, nem educação, nem sequer justiça, onde a administração pública não funciona, e o aparelho do estado está nas mãos de correligionários sem qualquer competência ou preparação, e onde se assiste a umas más práticas e tropelias com corrupções inexplicáveis.



Dificilmente podemos pôr as mãos no fogo por um ministro, por um secretário de estado, por um diretor geral ou algum dirigente da máquina que o estado possui seja na administração central, na regional, na local e na periférica. O braço da justiça, que geralmente se mostra incapaz de julgar quem parece ter violado as leis e prejudicado o país e os portugueses, - é conhecida de todos a morosidade que os casos envolvendo as mais poderosas figuras deste pobre mundinho ocorre aos olhos de todos - recorre nestes tempos a casos novos, novos suspeitos, promiscuidade que há muito todo o mundo conhecia também, onde se misturam, como sempre, as maiores figuras do meio governativo e da máquina administrativa e empresarial do estado. 



Para se ser membro de um governo, o indigitado passa pela obrigação de responder a um questionário a que, por sua honra - quem a não possui sempre até ao dia do juízo? - se diz pessoa de bem, sem casos ocultos na vida, sem burlas e sem cadastros. Ao que chegámos. Mas de facto atendendo ao elevadíssimo número de gente pouco recomendável que se mexe nos corredores da política e dos partidos, o primeiro ministro já não é capaz de assegurar gente elevada, gente honrada, gente de bem. Que os há, acredito piamente, mas grande parte já faz muito tempo se afastaram da vida nesta partidocracia, que muitos nos querem enganar quando juram salvar a democracia. O primeiro ministro já tem dificuldade em convidar gente de qualidade reconhecida e agora agrava-se o escrutínio dos que dirigem o país, que temem agora  responder pela dignidade, seriedade, honradez dos que com eles partilham lugares, parcerias, amizades e companheirismo. É, sendo rude, a democratização da falta de princípios e de nobreza. É uma reles baixaria.



Ao governo não falta a bendita argumentação sobre o tenebroso perigo que aí vem, do lado da extrema direita, do Chega e do seu presidente, dos radicalismos. Aqui del rei, que atacada a democracia o povo deve sempre optar pela sua intransigente defesa, nem que para tal suporte os vilões. E gritam que a democracia está em perigo. E para que nós salvemos essa agonia democrática em que estamos mergulhados, recomendam-se, a eles mesmos, que têm despudoradamente dado cabo da democracia. As democracias estão em queda e os que detém as responsabilidades colecionam desaires, insucessos, incapacidades perante um mundo mergulhado em profunda crise. Quem atenta verdadeiramente contra a democracia são os que em nome dela desgovernam o mundo a atentam contra povos e nações.



 Como acreditar nas democracias se o mundo é cada vez mais desigual? Este é um problema tremendo de incompetências, desajuste e autismo. Como vai sobreviver um modelo que assenta, segundo o Banco Mundial, em 1% da população detêm 38 % da riqueza e, 50% das pessoas sobrevivem com 2 %. Em Portugal também aumentaram o número de ricos, como aumenta perigosamente o número de pessoas à beira da pobreza e os que nela mergulharam sem hipóteses de lá sair. Necessariamente, serão um dia os tais que perfazem os 1% a correr atrás das multidões de famintos e sem terra nem casa, para que nas suas sumptuosas mordomias, descortinem um modo de sobreviver. Nessa altura, não irão a tempo, ou as democracias já serão coisa do passado.

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