Pensamentos de René Descartes
Daria tudo que sei pela metade do que ignoro.
Mas o que sou eu então? Uma coisa que pensa. E o que é uma coisa que pensa?
Só um ser perfeito pode dar a um individuo imperfeito a ideia dele mesmo.
Penso, logo existo.
As ideias
Desse jeito, Descartes mostrou que a mente é composta por ideias, que ter uma ideia é pensar sobre algo, ou seja, existir. O filósofo argumentava que “As ideias são em mim como quadros ou imagens”. Ele identificou três tipos de ideias:
-as ideias inatas, que não precisam de uma experiência anterior, mas se encontram na pessoa desde o momento de seu nascimento, como as ideias de infinito e perfeição;
-as ideias adventícias, que formamos a partir de nossa experiência e que dependem de nosso modo de sentir o mundo ao nosso redor sensível, podendo levar ao engano ou à dúvida (cada um sente de uma maneira diferente);
-e as ideias factícias, que formamos em nossa mente a partir dos elementos de nossa experiência, como por exemplo a ideia de seres fantásticos que aprendemos nas histórias.
O raciocínio cartesiano, com base nesses diferentes tipos de ideias pode ser explicado a partir da concepção da existência de Deus, que funciona como a garantia do conhecimento do mundo.
O filósofo aponta que:
“Esse raciocínio parte do reconhecimento da ideia de Deus como um ser perfeito em minha mente, mostrando que essa ideia só pode acontecer porque eu sei que Deus é o símbolo da perfeição, já que não somos perfeitos. Isso, portanto, é uma ideia inata, colocada em mim por Deus, possuindo clareza e distinção, como uma ‘marca do artista’ impressa em sua obra”.
Sem comentários:
Enviar um comentário