quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Que anjo...


A política é uma comédia sem paralelo. Ontem, depois do jantar, sentei-me tranquilo a ver a entrevista à RTP1 do primeiro-ministro de Portugal. Ar inocente, angelical mesmo, o senhor Sócrates tentou com voz serena, sem sobressaltos, explicar que ousou fazer tudo, o possível e o impossível, para melhorar Portugal, que, na sua opinião, não tem nada a ver com o país que encontrou quando há quatro anos começou na governação. Melhorou o país, muito se fez, e confia que os portugueses não deixarão de reconhecer tudo o que se tem feito. Mesmo em relação à crise, que em todo o mundo criou amargos de boca em empresas e nos povos, não deixou de salientar que, ao contrário do que muitos velhos do Restelo apregoavam, encontrou o seu fim no nosso país muito à frente de outras economias que ainda sentem aqueles nefastos efeitos. Aceitou que teve momentos de firmeza, que alguns confundem, sem que se justifique, com teimosia, e eventualmente terá sido incompreendido por alguns corpos profissionais, como ocorreu com os professores.

Mas promete, o senhor Sócrates promete, depois de quatro anos em que não deu quaisquer ouvidos a uma classe profissional que levou dias e dias protestando com todos os meios legítimos e possíveis de que dispunham, promete agora, que se ganhar as próximas eleições tudo vai fazer para voltar a conquistar a confiança daqueles profissionais.

Que anjo…

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