Tudo maravilhoso. O olhar leva-nos a crer que tudo o que fazemos é por amor.
Mas não é verdade.
Não quero sequer tentar fazer quaisquer juízos de valor ao que sucedeu com toda aquela juventude que invadiu Lisboa para estar com o Papa Francisco, com Jesus e com o amor de Deus.
Sonhador, diria que toda aquela massa de esperança vai purificada para os seus países, e vão ter como estandartes o bem de todos, a igualdade entre os que estão, as mãos estendidas para dar, receber, apoiar, ajudar. Em êxtase, imaginava temeridades, forças para as lutas e boas causas, um movimento de e para uma sociedade mais justa, com mais amor, mais igualdade, mais justiça.
Mas a grande maioria vai regressar ao quotidiano dos seus países, às condições de vida que conhecem, à luta pela sobrevivência, pelo sucesso, por muito que puderam esquecer por breves dias. Enquanto alguns vão manter-se fiéis às maravilhosas ideias benditas de levantar, de não temer, outros vão esmorecer, outros esquecer e muitos daqui a alguns anos serão exatamente como os demais.
O amor existe e é para todos, e de todos.
O livre arbítrio e as circunstâncias farão que alguns vivam, decidam, espalhem esse amor enquanto outros não recorram a ele nas suas escolhas e nas suas vidas.
Depois um Papa maravilhoso fará esquecer uma Igreja cheia de absurdos e de atos inaceitáveis?
Tudo o que se passou em Lisboa, repito foi maravilhoso e me emocionou algumas vezes. Tocou muita gente e me tocou também. É um grito de propagação do amor, dos fortes protegendo os fracos, dos novos apoiando os idosos, dos que têm dividirem com os carentes, dos desatentos se preocuparam com o ambiente, a terra, dos pacifistas procurando erradicar as violências.
Deus é amor. O amor existe em todos os homens. Tem existido sempre. Mas muitos homens não são por ele guiados.
Deus toque nesses e noutros corações, que se desenvolva uma corrente de amor que possa tornar os homens iguais em qualquer canto da terra, que traga paz, esperança e nos guie para a construção de um mundo mais justo.
E que os jovens consigam o prodígio de manter os corações sem aquele envelhecimento que inquina as coisas, amarga a vida, tira os sonhos e trás desesperança.
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